O ex-vereador de Natal Luís Carlos Noronha (MDB) afirmou que Natália “entregou” a eleição para Prefeitura de Natal a Paulinho Freire (União Brasil) por falta de articulação com o MDB e por não ter “visão” sobre os votos que Carlos Eduardo (PSD) poderia agregar no segundo turno.
De acordo com o professor, Natália errou na escolha de Milkei Leite (PV) como candidato a vice e que um membro do MDB teria sido importante para a candidatura da deputada. “A opção pelo vice não foi a melhor. Milklei é um bom vereador, mas ainda um pouco desconhecido para a sociedade. E Natália, por não ter trabalhado o nome dela e seus projetos ao longo dos mandatos, precisaria desse aporte. Acredito que o vice do MDB ajudaria nesse aspecto. E mais, a força de Garibaldi e do vice-governador, seu filho, Walter [Alves], somaria muito. Eles têm serviços prestado”, disse.
“Veja o exemplo de Lula. Foi buscar seu rival, Alckmin, para vice. Se o não fizesse, perderia.
Natalia cometeu o mesmo erro que Fátima há 28 anos. Fátima, naquela época, teve mais votos que Natália hoje. E Natália foi mal, pois com ajuda financeira alta do fundo eleitoral, com o governo de Estado e do Governo Federal, não conseguiu vencer”, completou o professor.
Quanto ao segundo turno, o professor avalia que Natália e o Partido dos Trabalhadores não identificaram o quanto Carlos Eduardo poderia agregar para campanha da petista. “Não enxergaram a importância de Carlos Eduardo. Carlos lutou contra uma polarização, e, ao meu ver, obteve uma votação expressiva e decisiva para um segundo turno”, frisou.
O MDB partido foi visto distante da campanha de Natália na reta final da campanha. Para Luís Carlos, a aliança deveria ter sido fortalecida nos últimos dias antes do pleito. “Era para terem feito essa aliança ainda mais. Mesmo com o MDB ficando lá, não como vice, era para ter gravado em horário eleitoral a participação de Garibaldi, de Walter Alves. Eles têm serviço prestado. E até pela quantidade de prefeitos e vereadores que elegeram aqui perto”, disse.
“Carlos Eduardo foi muito bem votado em função dessa polarização. Só tinham os dois lados, ele foi no meio. E os dois lados, a gente sabe que também estavam com fundo eleitoral maior. Então, até nisso era uma concorrência desleal dessa polarização. Ele tentou se manter e essa votação dele foi voto que realmente mostrou que o pessoal ainda tem reconhecimento ao serviço dele. Não poderiam ter deixado de fora”, pontuou o professor Luís Carlos.
O ex-vereador acredita que a governadora Fátima Bezerra buscou uma aproximação com o ex-prefeito no segundo turno, mas essa não foi uma vontade da maioria dos membros do partido.
“Sem dúvidas, acredito que Fátima deve ter lutado para que isto ocorresse, pela experiência dela hoje em dia. Acredito que não quiseram. Acho que Fátima foi voto vencido. Faltou visão, [pois] ninguém ganha isolado, ainda mais [com] o outro lado agregando tudo”, analisou. “De 42 mil votos, bastava mudar 21 mil. Entregaram para a direita, como fizeram com Rogério”, concluiu.