FÁTIMA ASSUME O COMANDO DA SUCESSÃO E TRABALHA PARA EVITAR CHAPA EZEQUIEL E WALTER PELA OPOSIÇÃO

A governadora Fátima Bezerra viu que a possibilidade de enfrentar a chapa Ezequiel Ferreira como governador e Walter Alves como vice, poderia lhe custar a renovação do mandato e, finalmente, acordou.
Nas últimas 24 horas, após o blog Tulio Lemos revelar que o deputado Ezequiel havia decidido ser realmente candidato a governador pela oposição e que teria o deputado Walter Alves como seu candidato a vice, Fátima assumiu o comando da articulação e ligou para os dois parlamentares.
Na conversa com Walter Alves, Fátima ofereceu a vaga de vice ao MDB, mas apontou um veto: Não pode ser Alves, pois já há Carlos Eduardo Alves na condição de candidato a senador. O MDB pode indicar, desde que não seja Walter e nem Garibaldi. Fátima não conta com a possibilidade de Carlos Eduardo ter suas contas reprovadas e se tornar inelegível.
O problema no convite de Fátima ao MDB é o veto. Quem oferta espaço a um partido não escolhe o nome e nem veta. A história das sucessões revela que o espaço é oferecido ao partido e que este tem o direito de indicar seu melhor quadro. Veto é inaceitável.
Walter Alves ouviu a conversa e ficou de conversar com Ezequiel, pois os dois firmaram um pacto de união para 2022, com seus respectivos partidos.
Um componente que faz toda a diferença é que o vice de Fátima não será um mero substituto eventual. Ele tem data certa para assumir o governo em definitivo e até pode ser candidato a reeleição no exercício do cargo, numa eventual renúncia de Fátima para ser candidata ao Senado. Tudo isso em caso de vitória, claro.
Em paralelo ao que conversou com Walter Alves, a governadora Fátima Bezerra ligou para Ezequiel e também ofereceu ao presidente da Assembleia a indicação do vice em sua chapa.
Fontes ouvidas pelo blog disseram que a conversa foi mutuamente respeitosa, mas Ezequiel disse a Fátima que estava trabalhando a candidatura ao governo. Mas prometeu que conversaria novamente sobre o tema, sem dizer que aceitaria ou não a oferta oficial.
Fátima usou a tática de fracionar a força de Ezequiel e Walter e fazê-los pensar separadamente. Ninguém sabe se vai conseguir seu intento.
Mas foi um avanço. A governadora, inicialmente passou a desacreditar na candidatura de Ezequiel; depois, passou a subestimar.
Quando viu que a coisa é para valer e que a chapa de oposição poderá tornar o resultado do pleito imprevisível, Fátima assumiu o comando de sua sucessão e passou a conversar sem terceirizar e sem intermediários.
Se conseguir demover Ezequiel e Walter da chapa de oposição, Fátima pode dormir tranquila, pois terá pavimentado com porcelanato o caminho de sua reeleição. Sem um adversário competitivo, a eleição é para cumprir tabela.
Caso Ezequiel mantenha a disposição de ser candidato, como disse a Walter, Garibaldi, Fábio Faria, Rogério Marinho e Álvaro Dias, a candidatura de Fátima sofrerá um sério abalo nos aspectos político e eleitoral.
Uma fonte ligada ao presidente da Assembleia disse ao blog que ele foi ao Seridó nesta sexta e neste sábado, vai tirar o dia para conversas políticas definitivas. A começar pela conversa que terá com o deputado Walter Alves.
Ezequiel vai perguntar ao filho de Garibaldi se ele vai aceitar a proposta da governadora e indicar o vice do MDB, com o veto a um Alves; ou se aceitará seu convite e será candidato a vice na chapa da oposição. A resposta de Walter será fundamental para a decisão que Ezequiel irá tomar.
Depois da conversa com Walter, outros políticos estão na lista de Ezequiel para ouvir o sim ou o não em relação à sua candidatura.
O fato é que Ezequiel foi para um caminho sem volta. Já não é visto pelo governo como pessoa de confiança. Pelo contrário.
Portanto, os compromissos que possam ser assumidos hoje para ser cumpridos no futuro pelo governo, estão recheados de fragilidades e de troco. E ele sabe disso.
Aguardemos os próximos capítulos desta animada sucessão estadual.