
A governadora Fátima Bezerra (PT) abriu exceção no silêncio eleitoral e falou sobre o tabuleiro da sucessão estadual em 2026. Em entrevista ao jornalista Thiago Rebolo, no programa Central Agora RN, a petista não apenas consolidou o nome do secretário estadual de Fazenda, Cadu Xavier (PT), no segundo turno, como também ressaltou a centralidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na política brasileira e reforçou a aliança com o MDB do vice-governador Walter Alves.
“A candidatura de Cadu Xavier a governador se consolida cada vez mais. Eu, particularmente, com pé no chão e sem arrogância, mas estou convencida de que Cadu estará no segundo turno das eleições”, disse Fátima. O movimento é visto como a principal aposta do PT para manter o controle do Executivo estadual após dois mandatos consecutivos.
A governadora relacionou diretamente a força de Cadu ao capital político de Lula, que segue como principal referência eleitoral no Nordeste. “O presidente Lula é o presidente Lula. Se enganou, se engana e se enganará sempre quem achar que Lula não é o grande eleitor do Brasil, e especialmente o grande eleitor do Nordeste”, afirmou, complementando que o presidente “está muito bem, animadíssimo, motivadíssimo, inspiradíssimo”.
Segundo a governadora, as pesquisas as quais o partido tem acesso mostram o presidente como “um foguete sem ré” e isso deverá influenciar nos estados, incluindo o RN.
A chefe do Executivo estadual se diz motivada para a disputa ao Senado e para o debate que deverá ocorrer durante a disputa eleitoral. “Quanto à minha disputa ao Senado, estou tranquila, graças a Deus recebendo apoio. Estou muito preparada para fazer o debate, a comparação de qual era o Rio Grande do Norte oito anos atrás, antes de eu chegar ao Governo. Nós vamos comparar esse ciclo de 2019 até agora, com os governos anteriores e eu não tenho absolutamente nenhuma dúvida de mostrar o quanto o RN avançou”, explicou. Para ela, é “neste contexto que a candidatura de Cadu Xavier se consolida cada vez mais”.
O papel do MDB
Ao mesmo tempo em que projeta o nome de Cadu, Fátima faz questão de garantir que não há fissuras na relação com o MDB. Rumores sobre uma participação limitada do partido na gestão e sobre uma transição antecipada de poder para o vice Walter Alves foram rechaçados pela governadora, que classificou os temas como “futrica” e “fofoca”.
“O dado concreto é que meu diálogo com Walter é excelente. Ele tem sido muito companheiro. Eu tenho pelo vice-governador o maior respeito e o maior carinho”, declarou. Fátima lembrou ainda que chegou a oferecer a Walter a possibilidade de disputar a reeleição em 2026, com apoio do PT, quando ela deixar o Governo para disputar o Senado.
“Eu disse: ‘Lula está me pedindo, eu vou sair para o Senado. A cadeira, portanto, é sua. A legislação, inclusive, assegura, a você, Walter a candidatura à reeleição. Portanto, eu quero, inclusive, dizer que, se você for para a reeleição, prego o batido ponta virada, o PT estará com você e nós vamos indicar o vice”, relatou Fátima.
A decisão, no entanto, foi do vice: “Ele analisou e tomou a decisão definitiva: não será candidato à reeleição, mas estará comigo, com o presidente Lula e com o nosso projeto, tanto no plano local como no nacional”.
Sobre a ampliação dos espaços do MDB, a governadora disse considerar natural a transição, mas frisou que o essencial é preservar a unidade. “O MDB tem bons quadros, por isso vem ampliando sua participação. Mas o que interessa é que o governo é um só. Tanto eu como Walter, em sintonia com o presidente Lula, estamos imbuídos para continuar trabalhando incansavelmente para melhorar a vida do povo do Rio Grande do Norte”, afirmou.