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O SOFRIMENTO DE UM CÃO IDOSO SEM ENXERGAR DIREITO E COM PERDA DO FARO E DA AUDIÇÃO

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Cubano é um cãozinho da raça Yorkshire que está conosco há 16 anos. Já passou por tudo um pouco nessa longa jornada: Foi atropelado e botou platina, atacado por Pitbull, ficou 12 dias em coma, caiu da escada… Tem mais vidas que um gato. Graças a Deus. Somente quem tem animal de estimação, sabe o amor mútuo vivenciado.

Cubano tem uma ligação quase visceral com Andréa, minha esposa. É um amor e uma dedicação inigualáveis; ele parece que vive para ela. Defende sua ‘dona’ mesmo quando ela não precisa de defesa; até as sandálias e sapatos dela são ‘vigiados’ pelo gigante segurança de 10 centímetros de altura. É valente, brabo mesmo. Ataca pra valer quem se aproxima de Andréa ou de algo que possa representar ser dela. Impressiona seu vigor, sua energia permanente. Eu já fui mordido por ele umas dez vezes.

Há uma semana, foi atendido por um veterinário por complicações estomacais. Precisou ser contido por dois homens e o médico não conseguiu colher sangue de sua veia para fazer exame. “Atendi hoje um Rottweiler e um Pitbull; nenhum tira nem fino na valentia desse aqui. Imagine quando era mais novo”, depoimento do veterinário e do dono do Pet Shop que dá banho nele semanalmente. Esse ‘velhinho’ valente é Cubano.

O ATAQUE DO PITBULL

Cubano é tão valente que faz coisas difíceis de acreditar. Há uns 6 anos, minha filha Vittória foi com ele pela coleira comprar ração perto de nossa casa. Quando estavam no Pet, um Pitbull fêmea soltou-se das mãos do dono do outro lado da rua e partiu em direção à Vittória para atacar.

Quando viu essa situação, Cubano tentou proteger Vittória ficando na frente do violento animal, que o atacou, botou Cubano dentro da boca e fincou suas presas na cabeça dele, que resistiu. Sandra, a dona do Pet Borges Rações, em Cidade Satélite, lutou para livrar Cubano das garras do Pitbull e conseguiu. Cubano salvou minha filha.

Sandra pegou Cubano, botou numa caixa e o levou até um veterinário que atendia na mesma rua. Sandra salvou Cubano.

Ao saber do ataque do Pitbull, Andréa entrou em choque, Quando nós chegamos à clínica, o médico estava fechando o último dos quatro buracos feitos pelos dentes do Pitbull. Foram dois na cabeça e dois na parte de baixo da boca, que jorraram muito sangue. Quando o médico finalizava a sutura, ele começou a querer morder o profissional, que teve que aplicar um calmante leve para concluir o trabalho. Só não morreu porque era Cubano. Imagine o que passamos diante desse ataque quase mortal.

A IDADE CHEGOU TAMBÉM PARA CUBANO  

Porém, quando a idade chega, não há quem resista. Dizem que um cão da raça dele vive até os 16, 18 anos. Ele completou 16 anos agora em maio. Mas já sente os efeitos da idade. E nós sentimos juntos.

O principal problema enfrentado por Cubano é a perda da visão. A catarata roubou quase toda a visão do olho direito e deixou pouca coisa no olho esquerdo. Como é impaciente, inquieto, não para num lugar, dá para imaginar seu sofrimento e nossa aflição. Sem enxergar totalmente, ele bate nas coisas. Sofre por não conseguir ir ao destino que pretendia. E nós sofremos junto vendo essa situação.

Levanto por volta das 5, 6 horas da manhã para abrir a porta do quarto para ele fazer as ‘necessidades’ lá fora. Ele demora a voltar; fica procurando a porta para voltar ao quarto e dormir novamente. Quando escuto as unhas dele arranhando a porta, levanto imediatamente para que ele possa voltar ao seu ‘apartamento’. É um cão superinteligente. É lindo demais. Prazeroso servir a Cubano nas pequenas coisas.

SOFRIMENTO FAMILIAR

Nós sofremos demais por vê-lo sofrer e nada poder fazer, a não ser guia-lo pelo melhor caminho. É um sofrimento contínuo e uma tristeza coletiva. Para piorar, o faro outrora aguçadíssimo, também está perdendo sua força invisível. A audição também já não é mesma. Ouve algo e não sabe exatamente o local de onde vem aquele som. Fica olhando para todos os lados. É doloroso.  

Sem enxergar direito, sem o faro integral e audição comprometida, Cubano tem suas limitações ampliadas. E isso dói mais na família que nele. Ele é um lutador incansável; um vencedor inabalável. Temos orgulho e inveja de ver sua força, sua luta permanente sem se abater por nada. Impressiona sua força de viver e de tentar manter a normalidade.

O nosso sofrimento é de impotência, de não poder fazer algo a mais por esse ser que faz parte da vida de nossa família há quase duas décadas.

Sabemos que isso faz parte de uma longa convivência com um animal, que já faz parte da família. Mas é doloroso. Dói ainda mais porque sabemos que esse quadro é progressivo.  

DESISTIR? JAMAIS. LUTAREMOS JUNTOS ATÉ O FIM

Mas, nós não vamos desistir dele. Nunca. Vamos servir de guia; apoiar suas tentativas de encontrar o que quer; leva-lo aonde ele possa dar sua ‘mijadinha’ nos pneus do carro; olhar ele comendo e tomando água; gritar perto dele para aguçar seus ouvidos. Tudo é lindo nessa figurinha lutadora. Tudo que nós possamos fazer por ele, ainda será pouco diante do que ele representa para nossa família.

Cubano, continue forte, lutador e vencedor. Você é motivo de alegria e orgulho para toda uma família.

Estaremos com você em qualquer circunstância. Que Deus o proteja.

Receba um abraço de parabéns de seus pais Tulio e Andréa; e de seus irmãos Samuel e Vittória.


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1 comentário em “O SOFRIMENTO DE UM CÃO IDOSO SEM ENXERGAR DIREITO E COM PERDA DO FARO E DA AUDIÇÃO”

  1. Família linda. Minha querida prima irmã Andrea, compartilho com vc os cuidados com Cubano.
    Minha avó espanhola dizia: “conhece às pessoas pela forma como tratam os animais”

    Saúde Cubano, Força Família!

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