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RAFAEL MOTTA RETOMA CONVERSAS COM PP MAS MANTÉM DIÁLOGO COM O PT

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O ex-deputado federal Rafael Motta, que se recupera do grave acidente de kitesurf sofrido em agosto, reafirmou que seus planos políticos seguem inalterados: disputar uma vaga na Câmara Federal em 2026. Em entrevista ao Diário do RN, ele disse que “o projeto continua o mesmo desde antes do acidente” e que o episódio serviu para fortalecer seus objetivos.

“Já tinha um projeto de retornar à política, tentar voltar a deputado federal. Aceitar que não tenho controle de tudo só fortaleceu meus objetivos”, afirmou.

Mesmo em recuperação, Rafael tem mantido conversas com diferentes partidos e lideranças políticas do Estado. O ex-deputado confirmou que vem dialogando com o presidente estadual do PP, João Maia, e com o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), ambos integrantes da federação que reúne PP e União Brasil. A aproximação com o grupo, segundo ele, ocorre de forma natural.

“Tive conversa com Allyson, um amigo que tenho há um certo tempo. É um cara que admiro como gestor público, como prefeito. João também foi amigo meu enquanto deputado federal, e fez o convite para a gente participar do PP. Mas é um momento ainda de análise”, disse.

Apesar da proximidade com o PP, Rafael Motta não descarta um retorno ao campo da esquerda, nem uma aproximação com o PT. O ex-deputado, que disputou o Senado em 2022 pelo PSB e em 2024 disputou a prefeitura de Natal, em oposição à governadora Fátima Bezerra (PT), fez questão de destacar o respeito e o carinho que mantém por lideranças petistas.

“Tenho muitas amizades no PT. O embate que houve foi de campanha. Natália [Bonavides], inclusive, me ligou, estava super preocupada. Falei com ela e com a governadora, que demonstrou muita alegria por eu estar me recuperando. É uma pessoa por quem tenho um carinho especial”, contou.

Rafael destacou que mantém posição de centro-esquerda e não descarta alianças com o PT ou com partidos progressistas: “Ainda há muito tempo. O prazo é longo, então tem que analisar o cenário. Mas continuo com minha posição de centro-esquerda”.

nome técnico
Ao comentar o quadro estadual e os nomes já postos para a sucessão de 2026, o ex-deputado fez elogios tanto a Allyson Bezerra quanto a Cadu Xavier, secretário de Planejamento e pré-candidato ao governo pelo PT.

“Tenho um grande apreço por Allyson, uma pessoa técnica, engenheiro, assim como eu. Cadu é uma pessoa técnica, entra governo, sai governo, e ele continua justamente pela técnica dele. O Estado tem uma situação complicada, mas ele tem dado o esforço máximo para resolver algumas questões do Rio Grande do Norte”, afirmou.

Para Rafael, é justamente o perfil técnico, que ele afirma que os dois pretensos candidatos têm, que o futuro governo precisará para conduzir o Estado. “Falta talvez um olhar mais técnico. E falta o governo federal chegar com mais força, mais apoio ao nosso Estado. Essas dificuldades vêm de décadas. Enquanto a Paraíba, o Ceará e Pernambuco atraem investimentos, o Rio Grande do Norte precisa buscar mais empresas, cuidar melhor do porto, do escoamento, trazer mais voos e turistas”, pontuou.

Se o diálogo com o centro e a esquerda está aberto, a direita está fora do radar de Rafael Motta. O ex-deputado foi categórico ao comentar nomes como o senador Rogério Marinho (PL) e o ex-prefeito Álvaro Dias.

“Sobre Rogério Marinho, não há a menor possibilidade de acompanhá-lo. Nenhuma. Porque não acredito. Acho que o trabalho dele dificultou a vida do trabalhador brasileiro e do aposentado.

Não o vejo como um grande senador. Proximidade e afinidade política são zero com ele”, declarou.

Sobre Álvaro, ponderou: “Não tenho rivalidade, mas também não vejo afinidade política. Tivemos parceria em alguns momentos, por algumas questões não houve tanto sucesso. É uma pessoa técnica, foi prefeito de Natal, teve aprovação e fez o sucessor. Mas acho pouco provável caminhar com nomes da extrema direita”.

Rafael Motta: “Fui salvo no Walfredo. Foi o SUS que me devolveu a vida”

O ex-deputado relembrou ao Diário do RN o acidente de kitesurf que quase lhe custou a vida, em agosto, na Praia do Forte, em Natal. Ele sofreu fraturas na coluna, no esterno e no antebraço, além de uma lesão no brônquio, e foi submetido a cirurgia de emergência no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel.

“Fui salvo no Walfredo, foi o SUS que me deu a vida. Tenho uma dívida muito grande com a saúde pública e quero devolver em forma de gratidão, porque não tem palavra nem gesto que pague você ter uma vida de volta”, disse.

Rafael destacou o papel dos profissionais do Walfredo Gurgel. “Se eu tivesse ido para outro hospital, talvez fosse uma história diferente. O Walfredo tem dificuldades, mas é um equipamento que resolve. Os médicos, enfermeiros e técnicos se dedicam com amor. Foi o hospital que salvou a minha vida.”

Após dias em coma induzido, Rafael foi transferido para São Paulo, onde passou por cirurgias na coluna e no esterno. “Por um milímetro, não fiquei paraplégico”, contou. Hoje, com 19 parafusos, nove placas e duas hastes, ele diz ter fé renovada e um novo propósito: atuar pela saúde pública.


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