Início » Arquivos para agosto 2024 » Página 5

agosto 2024


O “CIGANO” E A “GENTINHA”: JORNALISTA LANÇA LIVRO SOBRE MARKETING DE ALUÍZIO

  • por
Compartilhe esse post

“Como toda eleição, aquela Campanha de 60 constitui-se em um processo multifacetado, onde episódios e personagens se confrontam e se reencontram em momentos distintos do processo.

Nesse estudo, dedicamos nosso foco apenas aos aspectos inovadores daquela campanha em termos de articulação política e de uso pioneiro das técnicas, ainda pouco difundidas, do que conhecemos hoje como marketing político”. O livro “O Triunfo da Esperança: A Campanha de 60 em Natal/RN”, do jornalista Ciro Pedroza, com um dos primeiros trechos descrito acima, é um debruçar sobre uma das mais importantes experiências de marketing político de Natal e do Rio Grande do Norte. A publicação, fruto de pesquisa de mestrado, realizada por Ciro na Escola de Comunicação e Artes, da Universidade de São Paulo, será lançada nesta quinta-feira, 1º, a partir das 16h, no Temis Clube Balcão Bar, no bairro Tirol, em Natal.

“Em verdade, o que a gente pretendeu é fazer um livro de abrangência local, apesar do campo de discussão da arena ser a campanha em Natal, ela tem reflexo no estado inteiro e também no Brasil, porque essa campanha de 1960 foi pioneira e o mais importante, a gente pode usar esse modelo para qualquer campanha dos tempos atuais, ela cai como uma luva. Aluísio desenhou todo o modelo que a gente tem hoje de campanha eleitoral. Daí a importância da campanha de 60 para a atualidade para todos nós”, referencia o autor.

A memória das passeatas com pessoas carregando bandeiras e galhos de árvores pelas ruas da cidade, dia e noite adentro, das músicas da campanha de Aluízio Alves contra Djalma Marinho pela cadeira do governador, Dinarte Mariz e de Djalma Maranhão a prefeito da capital contra o deputado Luiz de Barros são os aspectos descritos em seus bastidores ao longo das 162 páginas.

“A campanha de 60 aqui em Natal foi uma grande batalha de mídia. Uma batalha política que foi disputada na arena da mídia, que era algo novo. Até então a disputa ocorria nos palanques, nos discursos, e quando Aluízio entra com a sua propaganda moderna, o seu jeito diferente de fazer campanha, estabeleceu um marco. Depois dela, as campanhas nunca mais foram como antes”, pontua Ciro.

O livro foi feito com em base pesquisa bibliográfica, análise de documentos e jornais da época. O pesquisador aplicou em seu estudo sobre a eleição de 1960 o modelo teórico desenhado pelo teórico Gaudêncio Torquato, que estrutura uma campanha moderna em quatro pilares: articulação política, pesquisa, comunicação e mobilização.

Além disso, o jornalista ouviu o depoimento do próprio Aluízio Alves, de Eugênio Neto, Moacyr de Gois, Cassiano Arruda Câmara, da compositora Jacira Costa e de Pedro Alencar, responsável pelas pesquisas de opinião da campanha.

As ilustrações da capa são do artista plástico Flávio Freitas. “Flávio Freitas é um artista plástico consagrado. Há quem diga que ele é até o sucessor de Dorian Grey pela beleza do traço dele, pela elegância, pela simplicidade. Era isso que eu queria na capa. Uma capa que representasse aquele momento, o pessoal do lado vermelho de Dinarte, Djalma, do Luiz de Barros, todos organizados, bem-comportados no palanque, e a campanha de Aluízio, o povo no meio da rua com bandeira, com árvore, com bananeira, com coqueiro, tem tudo isso na capa”, afirma Ciro.

Gaudêncio Torquato, consultor político e professor titular da USP, que fez parte da banca examinadora de mestrado de Ciro Pedroza, prefacia o livro.

“O ‘cigano’, o ‘tuberculoso’, que reunia sua ‘gentinha’, o povo pobre, nos comícios e os lenços e galhos verdes são muito bem descritos na presente obra. Tive muita satisfação em integrar a banca que examinou e aprovou a dissertação de Ciro Pedroza. E com muita alegria faço este modesto prefácio”, observa Torquato sobre o trabalho.


Compartilhe esse post

JACÓ JÁCOME, VICE DE CARLOS EDUARDO, É ‘BICHADO’ NA JUSTIÇA POR IMPROBIDADE

  • por
Compartilhe esse post

O festejado pré-candidato a vice-prefeito de Carlos Eduardo (PSD), Jacó Jácome, que teve nome oficializado nesta quarta-feira, 31, chega à chapa do PSD como uma promessa de agregar os votos dos evangélicos natalenses na disputa pela Prefeitura Municipal. Jacozinho, como é conhecido, no entanto, carrega também duas ações na Justiça, que tratam de cargos fantasmas no serviço público no Estado do Rio Grande do Norte. Os dois processos são por improbidade administrativa.

Um deles gerou ação penal sob acusação do crime de “peculato”. As “fantasmas” seriam uma prima e uma amiga do ex-deputado, que eram lotadas no gabinete em mesmo período em que cursavam medicina na Universidade Potiguar.

Uma ação civil pública, a de número 0808970-29.2018.8.20.5001, foi movida pelo Ministério Público, através da 44ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, contra o então deputado Jacó Jácome e Omara Jácome Torres Medeiros Mesquita, suposta funcionária fantasma lotada no gabinete do parlamentar.

De acordo com a ação, Omara, que é prima do ex-deputado, recebia gratificação de R$ 1.492,69, equivalente a uma função sem exercer qualquer cargo, no período de 02 de março de 2015 a 04 de março de 2016.

“A situação narrada, portanto, caracteriza a condição de “funcionária fantasma”, evidenciada sobretudo pela concomitância entre o vínculo com a Assembleia Legislativa e o curso de medicina na Universidade Potiguar, onde a demandada estudava durante os dois turnos”, diz trecho do processo.

A ação teve deferido, em primeira instância, o pedido de indisponibilidade dos bens até o montante de R$ 20.549,36, divididos entre Omara e Jacó.

Já o processo de nº 0827903-50.2018.8.20.5001, movido pela 44ª promotoria do Ministério Público de Natal, tem como réu, além do então deputado Jacó, Renata Bezerra de Miranda, “acusados de cometerem atos de improbidade administrativa tipificados na Lei nº 8.429/1992, em prejuízo do Estado do Rio Grande do Norte”.

“A demandada Renata Bezerra Miranda foi contemplada com função gratificada no gabinete do Deputado Estadual Jacob Jácome, no seio da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte, sem possuir cargo público efetivo ou em comissão, além de auferir remuneração sem que tenha contribuído com a efetiva contraprestação de função pública, uma vez que sequer comparecia ao local de trabalho, pois frequentava curso de medicina com carga horária integral na Universidade Potiguar – UNP”, diz a ação.

Nesta, foi deferida, também em primeiro grau, a indisponibilidade de bens dos réus no valor de até R$ 18.384,96, “apontado como o valor do prejuízo sofrido pelo erário estadual”.

Renata e Jacó apresentaram contestação e negaram irregularidades na contratação da assessora parlamentar, com argumento de que, por se tratar de cargo de natureza política, o exercício independe de cumprimento de carga horária. “Os requeridos, por sua vez, apresentaram alegações finais defendendo a regularidade do vínculo, a inexigência de cumprimento de carga horária, e que a função pública era desempenhada aos finais de semana e feriados, sem prejuízo da discência em regime integral na Universidade Potiguar durante a semana”, descreve o relatório da ação.

Tramita também, na 4ª Vara Criminal de Natal, uma ação penal, movida pela 44ª de Promotoria de Natal, sob o nº 0103949-44.2019.8.20.0001, com a acusação de peculato. A ação teve movimentação no último dia 25 de julho de 2024, em despacho da juíza Ada Maria da Cunha Galvão, para juntada de documentos.

Os demais processos ainda estão em curso, com recursos tramitando em segundo e terceiro graus.


Compartilhe esse post

“QUEM RESOLVE OS PROBLEMAS DE NATAL NÃO É A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA”

  • por
Compartilhe esse post

Para Carlos Eduardo (PSD), “ideologia é incompatível com gestão”. Foi dessa forma que ele justificou a mudança de postura em relação ao PT, com quem esteve aliado há dois anos, na eleição de 2022, em dobradinha com Fátima Bezerra (PT). O assunto foi comentado durante o anúncio oficial do nome de Jacó Jácome (PSD) como candidato a vice-prefeito na chapa com Carlos Eduardo, nesta quarta-feira, 31.

O ex-prefeito garante que a pauta nacional não deverá basear sua campanha pela Prefeitura de Natal. “Lula e Bolsonaro não moram em Natal e ao que sei nem pretendem morar; depois, quem resolve os problemas de Natal não é a Presidência da República, quem resolve os problemas de Natal é a Prefeitura de Natal”, diz. Apesar da afirmação, na última campanha eleitoral, Carlos Eduardo apontou várias obras que teriam sido executadas em Natal justamente pelo fato de Lula ser presidente e ter ajudado a cidade durante sua gestão.

Hoje, Carlos, que defendeu Bolsonaro em 2018 e depois de se dizer “arrependido” apoiou Lula em 2022, analisa que tem dois adversários em Natal, “o PT e o acordão”. O acordão que ele se refere inclui o bolsonarista PL, no palanque de Paulinho Freire (UB), além dos partidos Republicanos, PSDB, Podemos e o PP.

“O PT quer tudo, PT quer Presidência da República, quer Governo do Estado e quer a Prefeitura de Natal. E o outro adversário simplesmente fez um acordão. Transformou a Prefeitura de Natal numa pista, dividindo entre senadores, deputados federais e deputados estaduais, vereadores, deixando aquele que elege do lado de fora, que é o povo de Natal”, considera.

Para ele, o foco não será a ideologia: “A nossa campanha é uma campanha com foco em educação e saúde de qualidade, assistência social, as famílias de vulnerabilidade social, apoio à cultura, apoio à ciência tecnologia e inovação, apoio ao esporte e lazer, as diversas políticas públicas para melhorar a cidade de Natal, porque o que está em jogo é a gestão de Natal, não a questão de ideologia”.

Sargento Gonçalves vira as costas para o PL na eleição de Natal

Nesta quarta-feira, 31, Jacó Jácome (PSD) foi oficializado candidato a vice-prefeito na chapa com Carlos Eduardo (PSD) na disputa pela Prefeitura de Natal. Em coletiva realizada pelo pré-candidato, o ex-deputado estadual levou para o lado de Carlos Eduardo o apoio do deputado federal Sargento Gonçalves, que escolheu seguir caminho independente do seu partido, o PL, cujo apoio está definido para Paulinho Freire (UB). Gonçalves não concordou com os rumos do partido bolsonarista para as eleições na capital e diz acreditar que o candidato do PSD é o mais viável para derrotar o PT, seu “principal objetivo”.

Em conversa com o Diário do RN, argumentou que a “decisão não é fácil”, mas diante da impossibilidade de uma candidatura própria do seu partido, que defenda os valores conservadores e patriotas, decidiu por “uma das duas opções de centro”.

Para o Sargento Gonçalves, que em 2022 obteve 24.083 (5,89%) votos em Natal, mais ligados à segurança pública do que ao bolsonarismo necessariamente, Carlos Eduardo seria o projeto mais viável “tendo em vista que tem mais de 40% nas pesquisas”.

“O que Paulinho Freire pode fazer na pior das hipóteses ou na melhor das hipóteses é fazer com que o PT chegue a um 2º turno e quem sabe até repente o que seria um desastre total chegar a ser eleita Natália Bonavides (PT) ocupando a cadeira da Prefeitura de Natal fechando o tridente do mal”, afirma se referindo também ao Governo do PT no Estado e na Presidência da República.

Coronel Azevedo
O deputado Estadual conta com naturalidade que foi levado para a primeira reunião com Carlos Eduardo pelo deputado estadual Coronel Azevedo, também do PL, independente das conversas que teve com a liderança estadual do seu partido, Rogério Marinho. “Aquilo me cativou e eu coloquei como condicionante pra Carlos Eduardo: ‘Se o senhor aceitar Jacó Jácome como sendo candidato a vice-prefeito na sua chapa o senhor terá o meu apoio’. E conversei com o senador Rogério Marinho (PL) levei a mesma informação para ele e dar essa possibilidade. Então, não foi nada feito às escuras, foi de forma conversada”, ressalta.

O coronel Azevedo, entretanto, não apareceu para a coletiva e deve permanecer ao lado do PL. O pré-candidato a prefeito entende que ele “recuou”.

“Ele estava certo de que iria apoiar, estava vindo motivado, até porque o nosso vice Jacó Jácome é evangélico, é irmão dele de igreja, e isso faria com que ele viesse dar apoio a nossa candidatura.

Até pela experiência que ele disse que conhecia das nossas gestões, testado e aprovado, de Natal, seria a melhor chapa, mas ele parece que recuou, quem deve explicar é ele”, explicou Carlos Eduardo.


Compartilhe esse post