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maio 22, 2025


KELPS ARTICULA GRUPO COM RAFAEL MOTTA, CARLOS EDUARDO E ABRAÃO LINCOLN

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O ex-deputado estadual Kelps Lima, presidente do Solidariedade no Rio Grande do Norte, está à frente de uma articulação que reúne nomes de peso da política potiguar para a formação de uma chapa competitiva nas eleições proporcionais de 2026. Em entrevista ao Diário do RN, Kelps revelou que tem dialogado com o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PSD), o ex-deputado federal Rafael Motta e Abraão Lincoln (Republicanos) com o objetivo de montar uma nominata capaz de enfrentar o poderio eleitoral dos parlamentares com mandato.

A estratégia do grupo é clara: união. Nenhum dos nomes envolvidos detém atualmente mandato, o que os colocaria em desvantagem caso disputassem sozinhos contra candidatos que têm estrutura e recursos disponíveis graças aos cargos que ocupam. A solução planejada é construir uma frente comum, com base em interesses convergentes.

“Não é opcional. A gente vai ficar todo mundo junto, porque a gente também não tem opção. Nenhum consegue fazer nominata sozinho”, disse Kelps, acrescentando que esse entendimento parte da lição aprendida nas eleições passadas, quando ele próprio, além de Garibaldi Filho e Beto Rosado, conquistaram votos, mas perderam a eleição.

Apesar da ideia, o destino partidário de cada um ainda está indefinido. Isso porque os partidos aos quais pertencem estão em meio a articulações nacionais para formação de federações partidárias. As federações são uniões estáveis entre legendas, que passam a atuar como uma só sigla nas eleições e no exercício dos mandatos.

Segundo Kelps, a definição de qual partido ou federação os reunirá deve ocorrer apenas em dezembro ou janeiro, quando as negociações nacionais estiverem consolidadas. Até lá, o grupo segue unido no planejamento, mas aguardando o desfecho das costuras em Brasília.

“Esse movimento a gente só consegue fazer quando o cenário nacional estiver fechado. A gente vai fechar com os presidentes nacionais, com cada grupo, para que cada presidente fale com o grupo, porque só dá para formar quatro chapas competitivas no Rio Grande do Norte. Se inventar de se dividir, acontece o que aconteceu comigo, com Garibaldi e com Beto”, explicou.

Enquanto isso, seguem recebendo o interesse de novos nomes. “A nominata está ficando forte. Só hoje, duas pessoas desse mesmo porte se interessaram bastante em vir”, garantiu.

Os três partidos envolvidos nas articulações – Solidariedade, PSD e Republicanos – estão em tratativas distintas para formação de federações. O Solidariedade tem mantido conversas avançadas com PSB e PDT, podendo ainda contar com o Cidadania. Há ainda diálogo com PSDB, Podemos e até com o Agir.

O Republicanos, por sua vez, negocia com MDB e PSD, com vistas a uma federação de centro-direita, e também com o PSDB, apesar de impasses regionais. Já o PSD, liderado nacionalmente por Gilberto Kassab, também mantém conversas com o MDB e o Republicanos.

Kelps confirmou que existe possibilidade de mudança partidária por parte dos integrantes do grupo, caso seja necessário para que todos fiquem sob o mesmo guarda-chuva federativo. “Alguns vão mudar de partido. A gente vai ter que ir, ou pro mesmo partido ou para a mesma federação”, disse.

Apesar da articulação, Kelps deixa claro que a aliança tem a disputa proporcional como único objetivo. Segundo ele, o grupo não está discutindo, neste momento, apoio a candidaturas ao governo ou ao Senado. “Não significa aliança para a majoritária necessariamente. Esse assunto não está nem na pauta. Só para proporcional”, afirmou.

Kelps sobre Allyson Bezerra para o Governo do RN: “É o nome mais viável”
Apesar de não ser discussão do grupo, Kelps tem definida sua posição de apoio ao Governo do RN em 2026. O dirigente afirmou que Allyson é hoje o nome mais competitivo da oposição potiguar e apontou uma tendência de unificação da direita em torno do gestor mossoroense.

“Eu acho que há uma circunstância muito favorável para a candidatura de Allyson. Mas, primeiro, ele tem que manifestar o desejo de ser candidato. A candidatura dele é hiper viável eleitoralmente. Acho que ele é o favorito das eleições. Agora depende dele querer e se o grupo está em torno do nome dele, que é o natural, porque ele é o nome mais viável”, afirmou Kelps.

Allyson foi eleito deputado estadual pelo Solidariedade em 2018, com apoio direto de Kelps, que à época também exercia mandato na Assembleia Legislativa. Em 2020, foi eleito prefeito de Mossoró pela mesma legenda, iniciando uma trajetória que o tornou uma das principais lideranças políticas do interior do estado.

Presidente estadual do Solidariedade, Kelps segue parceiro político de Allyson, mesmo após o prefeito trocar de partido. Atualmente, Allyson está filiado ao União Brasil.

Kelps também comentou o cenário geral da disputa para o governo estadual e previu que, com a polarização que marca o país nos últimos anos, é natural que as candidaturas se concentrem em dois principais polos. Nesse contexto, ele considera pouco provável o surgimento de uma terceira via consistente.

“Em toda eleição, em toda pré-eleição, vários nomes são colocados. Isso é legítimo. Mas, quando o processo vai se afunilando, com a polarização que existe hoje no Brasil, as coisas tendem a caminhar para duas candidaturas só”, avaliou.


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THABATTA DENUNCIA OMISSÃO DA CMN APÓS SOFRER ATAQUES TRANSFÓBICOS

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Um dia após sofrer ataques transfóbicos durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Natal, a vereadora Thabatta Pimenta (PSOL) voltou a se pronunciar e denunciou, em entrevista ao Diário do RN, a omissão do Legislativo natalense diante do crime. Thabatta foi alvo de falas de ódio proferidas por bolsonaristas nas galerias após votar contra a concessão do título de cidadão natalense ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ela publicou Boletim de Ocorrência sobre o fato.

Visivelmente abalada, a parlamentar criticou duramente a postura dos servidores da Casa. “Eu ainda estou triste, estarrecida e principalmente indignada”, disse. “Falei lá hoje e disse na cara de todos. A primeira coisa é: a segurança da Casa prevaricou [quando funcionário público deixa de cumprir dever legal] ao presenciar as cenas de crime, porque foi tudo crime, discriminação, e ficaram de braços cruzados. Tinha o dever de agir, de acionar as forças de segurança com urgência”, observa.

Segundo Thabatta, a atuação da sua própria equipe foi essencial naquele momento para gravar os ataques. “Hoje, quando eu fui fazer o B.O., a delegada perguntou: ‘O que é que a Casa fez?’. Eu disse: nada!”, relata.

Thabatta questiona a ausência de controle sobre quem entra nas dependências da Câmara. “Agora também vai haver investigação para saber se essas pessoas entraram por ali ou foram colocadas por vereadores, porque a delegada pediu oficialmente à Câmara. Hoje a gente constatou que não tinha o nome das pessoas e o CPF na portaria, no credenciamento. Então qualquer pessoa entra ali e pode cometer crimes piores”, alerta Pimenta.

A vereadora alertou que a omissão diante dos crimes abre precedentes perigosos. “A Casa não falou, não se pronunciou. O presidente da Câmara não se pronunciou. Isso não é só uma questão comigo, é com outras pessoas. Se tem um vereador com deficiência e alguém começa a fazer falas capacitistas? Se for um tema sobre religiões e atacarem a vereadora Camila por ser evangélica, a vereadora Brisa por ser de matriz africana? Se atacarem os vereadores negros daquela Casa? E aí? Nada vai ser feito?”, questiona.

Para Thabatta, o ataque também tem relação com o incômodo que seu mandato tem gerado. “Há um lugar da direita querendo tentar me frear. São cinco meses mostrando uma política que eles não esperavam. Nunca uma vereadora de oposição teve quatro projetos aprovados em tão pouco tempo, com diálogo, com reconhecimento dos pares — tanto da oposição quanto da situação”, avalia sobre sua atuação.

Nesta terça-feira (20), logo após o voto contra a concessão do título de cidadão natalenses a Bolsonaro, bolsonaristas presentes nas galerias reagiram com gritos ofensivos. Entre os ataques registrados, estavam frases como “pelo menos eu sou mulher”, “chora mulher Paraguai”, “tem os dois sexos: macho e fêmea”, e “é a biologia, quem não acredita em Deus, tem a biologia”.

Outros insultos e deboche ao que ela relatou sentir com a perda da mãe durante a pandemia também aconteceram: “ah, coitadinha”, “tô morrendo de peninha de você” e “aceita que dói menos” também foram dirigidos à parlamentar.

Além de registrar Boletim de Ocorrência (B.O.) para responsabilização judicial dos responsáveis, ela também criticou a priorização de homenagens na Câmara em detrimento de pautas urgentes para a população natalense, como a superlotação das UPAs, a precariedade na educação e o sistema de transporte público. “Este senhor é um genocida. Vocês queiram ou não, estou aqui para representar o povo e outras pessoas que concordam com minha posição”, escreveu.

A nova concessão de título a Bolsonaro ocorre após a primeira tentativa ter sido suspensa pela Justiça. A proposta, de autoria do vereador Subtenente Eliabe (PL), foi aprovada com 20 votos a favor e 4 contrários em regime de urgência, no início de abril, pouco antes da agenda do ex-presidente no RN – ocasião interrompida por problemas de saúde.

Nesta terça, apesar da resistência de Thabatta, foi aprovada pela maioria da Casa.


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ISOLDA E SAMANDA ALVES ENTRAM NA DISPUTA PELA PRESIDÊNCIA DO PT RN

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A deputada estadual Isolda Dantas (PT) e a vereadora de Natal Samanda Alves (PT) anunciaram uma candidatura coletiva à presidência do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Norte. O movimento busca fortalecer o modelo de “direção compartilhada” que vem ganhando espaço internamente no PT. A proposta das duas é organizar uma estrutura mais conectada com as bases e com a militância, refletindo a experiência e o acúmulo de duas militantes históricas do partido.

A proposta de Isolda e Samanda é descentralizar a direção partidária e representar melhor as regiões do estado. “A nossa ideia é construir não só essa nova estrutura de ter candidatura coletiva, como também organizar o que o PT está fazendo a nível nacional. A ideia é que pelo menos uma liderança de cada região esteja representada através de vice-presidentas”, explicou a atual presidente do PT Mossoró em entrevista ao Diário do RN.

A candidatura enfrenta a deputada estadual Divaneide Basílio, também histórica do partido. Apesar disso, Isolda reforçou que a candidatura não nasce com caráter de enfrentamento. “Ontem mesmo a gente estava junto com Diva numa atividade. A imprensa tenta forçar esse enfrentamento, mas nossas energias de disputa são para fora, não para dentro. Aqui é fortalecimento”, disse se referindo ao fortalecimento do partido para enfrentamento da oposição em 2026, quando a direita vai focar estrutura para tentar derrotar os candidatos do PT, principalmente na disputa majoritária.

Isolda e Samanda defendem uma chapa unificada em todos os níveis: estadual, municipal e nacional. “Nós votamos no mesmo candidato a presidente nacional. Em Mossoró, por exemplo, vamos ter a mesma chapa e o mesmo presidente. Em Natal, também”, confirmou Isolda. A chapa delas apoia Rui Falcão para a presidência nacional do PT.

A eleição ocorrerá no dia 6 de julho, por meio de votação unificada, quando os filiados escolhem simultaneamente suas direções municipais, estaduais e nacional. “Acho que isso é a grandeza do processo. É uma consulta tranquila. Vai ser uma disputa que passa muito rápido”, avaliou Isolda.

Isolda Dantas exalta Cadu Xavier e desafia adversários
Na conversa com o Diário do RN, a deputada Isolda Dantas reafirmou apoio à pré-candidatura de Cadu Xavier (PT) ao Governo do Rio Grande do Norte em 2026 e sinalizou que o PT está disposto a enfrentar o favoritismo do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB), nome provável na disputa.

Ao ser questionada sobre o crescimento do nome de Allyson nas pesquisas, Isolda evitou menções diretas ao adversário, mas traçou um perfil que compara, indiretamente, com o do prefeito mossoroense: “Eu quero comentar sobre o meu candidato. Sobre o meu candidato que não está envolvido em nenhum escândalo, que não está usando a máquina para as eleições. […] Que conhece o estado e que não tem nenhum histórico de corrupção. É dele que eu quero falar”, disse se referindo ao secretário da Fazenda do Estado.

A fala de Isolda reforça que o PT pretende imprimir na disputa a defesa da continuidade do governo Fátima Bezerra (PT). “Tenho certeza de que, pelo que o povo diz, ele quer que a gente continue esse projeto. E eu estou desafiando qualquer pessoa – deputado federal, senador, o que for – a comparar. Comparar comigo o Rio Grande do Norte de 2018 com o de dezembro de 2024.

Nós fizemos a melhor gestão que o Rio Grande do Norte já teve nos últimos 20 anos”, garante a deputada.

Sem citar nomes, Isolda fez críticas a práticas que atribui à gestão adversária: “Eu acho que o povo do Rio Grande do Norte, na hora que for avaliar, vai pensar: ‘Sou servidor público… vou votar em quem vai pagar meu salário ou em quem vai perseguir o servidor?”.

Zenaide e Fátima ao Senado
“Não é porque agora ela está aliada a Allyson que eu vou dizer que ela não presta. Muito pelo contrário. Zenaide é uma senadora de muito respeito […] Ela é muito próxima, é vice-líder do governo no Senado”, observa a deputada, que é entusiasta da composição de da chapa entre Fátima Bezerra e Zenaide Maia (PSD) ao Senado Federal.

Isolda acredita que, mais adiante, a senadora – que já foi convidada pelo PT – tomará uma decisão “com muito cuidado” e que, apesar das atuais movimentações, Zenaide permanece próxima do campo governista. “Zenaide é uma pessoa muito sábia. Tem um jeito muito próprio de lidar com isso. Mas, mais para a frente, eu tenho certeza que ela vai fazer o que for correto”, afirma ela, apontando que “o correto” é permanecer ao lado do PT.


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