O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) elogiou, na tarde desta sexta-feira (10), em coletiva de imprensa no estado do Pará, a “nota à nação” divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro. No comunicado, o chefe do Executivo mostrou um tom reconciliador com Judiciário e com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O “mea culpa” de Bolsonaro, segundo o general, significou “grandeza moral” por parte do presidente.
“O presidente tomou essa iniciativa e teve a grandeza moral de entender e colocou por escrito, porque ele usou palavras fortes de que ele ‘foi tomado pela emoção do momento, calor da disputa’ e fez o seu mea culpa”, sugeriu o Mourão, que está em viagem à Amazônia, ao lado de 11 embaixadores.
O general acredita que o presidente Jair Bolsonaro tenha conversado com o ministro da Suprema Corte Alexandre de Moraes, a quem havia lançado ameaças e hostilizações.
“Consequentemente, vejo um caminho aberto para que se retome o diálogo entre os dois Poderes, diálogo respeitoso, cada um atuando na sua esfera de atuação e, consequentemente, diminuindo a tensão no país e fazendo com que as pessoas retomem seu dia a dia normal e deixem de abrir os jornais esperando qual é a briga de hoje. Tenho fé que isso vai acontecer, vamos prosseguir buscando os objetivos que o governo tem”, apontou.
“Nota à nação”
Após encontro com o ex-presidente Michel Temer (MDB). e no meio de um imbróglio com o Judiciário, o Palácio do Planalto publicou uma “nota à nação”. O chefe do Executivo disse que às vezes fala “no calor do momento” e que nunca teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. O texto desagradou apoiadores e caminhoneiros que estavam acampados na área central de Brasília.
Mesmo após ter hostilizado e ameaçado membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o chefe do Executivo federal defendeu a harmonia entre os Três Poderes e atribui divergências a “conflitos de entendimento” acerca de decisões tomadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, que tem atingido bolsonaristas e o próprio presidente.
A atitude do presidente fez com que fosse ridicularizado por alguns membros do meio político, e principalmente, pela oposição. Políticos também reagiram ao comunicado.
*Com informações do Metrópoles.