Localizada na Região Nordeste do Brasil, a Caatinga contempla os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Bahia. Também ocorre em algumas faixas da Região Sudeste que ficam ao norte do estado de Minas Gerais. A Caatinga ocupa 11% do país e é rica em biodiversidade, embora, muitos ambientalistas chamam atenção para ela, pois a Caatinga é o terceiro maior bioma quando se trata de devastação.
De acordo com Rivaldo Fernandes, Mestre em Geografia (UFRN), dirigente nacional do PV, ex-subsecretário de meio ambiente de Natal e ex-secretário de meio ambiente do município de Ceará Mirim, a grande notícia para o meio ambiente do nordeste brasileiro é que foi criado o SAD – Sistema de Alerta de desmatamento da Caatinga desenvolvido pela Geodatin em parceria com a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), conforme ele explica, “para detectar desmatamento com foco nas matas secas no bioma Caatinga, podendo incluir algumas áreas no Cerrado e na Mata Atlântica”.
Segundo matéria da agência Câmara de Notícias, recentemente, a Caatinga ganhou um sistema de monitoramento de desmatamento e queimada (SAD-Caatinga) por meio de parceria do Mapbiomas com a Universidade Estadual de Feira de Santana, na Bahia. O cruzamento de dados revela 105.179 km² de área queimada na Caatinga entre 2000 e 2019, com média anual de 5,2 mil km².
“O grande desafio é chamar atenção sobre a Caatinga – um dos seis biomas brasileiros exclusivamente brasileiro, não há nada igual no planeta, no momento em que toda atenção está para a Amazônia. É claro, o maior desmatamento ocorre neste importante bioma. O coordenador do sistema, o geólogo e professor do Programa de Pós-Graduação em Modelagem em Ciências da Terra e do Ambiente, Washington Franca Rocha, informou que ‘80,2% dos focos de incêndio estão nas formações savânicas da Caatinga, perto de áreas de Cerrado, sobretudo na região do Matopiba, uma área de expansão agropecuária entre o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia”.
As queimadas na Caatinga se caracterizam por pequenos focos de fogo, mas em grande quantidade. A partir da instalação do sistema de monitoramento, os alertas de desmatamento no bioma subiram de 538 (12,1 mil hectares) em 2019 para 4.272 (61,3 mil hectares) no ano passado.
A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, que ocupa, aproximadamente, uma área de 734.478 km2, que corresponde a cerca de 70% da Região Nordeste e 11% do território nacional. O nome possui origem tupi-guarani e significa “floresta branca”. Essa denominação representa as características da vegetação desse ecossistema, cujas folhas caem no período das secas.
E NO RIO GRANDE DO NORTE?
No RN, entre 2019 a 2023, foram emitidos nos imóveis rurais 1.846 alertas com 21.631,5m de área desmatada do Estado, numa média diária de 13,1 hectares por dia.
“A imagem de satélite mostra que, no Rio Grande do Norte, 156 municípios estão com percentual de umidade dos solos abaixo de 15%, considerado muito baixo. O número corresponde a 93% dos municípios do estado. Segundo dados do SAD Caatinga – MapBiomas, ‘Do total de eventos de desmatamento em 2022, 62,1% ocorreram na Amazônia, com 1.192.635 ha desmatados (58% da área total desmatada no país). A Caatinga aparece em seguida, com 18,4% dos alertas e 140.637 ha (6,8% da área), seguida pelo Cerrado com 8,3% dos alertas (32,1% da área) e 659.670 ha”.
De acordo com levantamento do Monitor da Fiscalização do Desmatamento, o RN teve 1.300 alertas de desmatamento sem fiscalização nem autorização.
O Monitor é uma iniciativa do MapBiomas que recolhe e organiza informações sobre autorizações de desmatamento, autuações e embargos emitidos pelos órgãos ambientais federais e estaduais.