Celebrando o pertencimento e a identidade potiguar, o Komboio Potiguar realiza uma curta temporada gratuita do musical “Aqui é o Meu Lugar”, com apresentações gratuitas na UERN (Complexo Cultural) – Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, Unidade Natal, e na Casa da Ribeira de hoje até domingo (23 a 25 de maio).
Com trilha sonora original da dupla potiguar Khrystal e Sérgio Groove, e direção musical assinada por Dudu Galvão e Sérgio Groove, o espetáculo é uma celebração afetiva das quatro zonas da capital potiguar, despertando reflexões sobre pertencimento e identidade.
A trama acompanha seis personagens, sendo quatro deles membros de uma irmandade guiada pelo “Sol e sua Noiva”. Eles olham para além dos cartões-postais da cidade, como o Morro do Careca e o Forte dos Reis Magos, revelando outras camadas de Natal e de sua gente.
Zeca Santos, idealizador do projeto, artista e produtor cultural, define o musical como uma declaração de amor à cidade e à cultura potiguar: “Voltar a circular com ‘Aqui é o Meu Lugar’ é motivo de muita gratidão. Esse musical é uma expressão de afeto profundo por Natal, feito por artistas genuinamente potiguares. É uma obra autoral que traz uma percepção mais ampla e sensível da cidade, especialmente daqueles que são invisibilizados, mas que, na verdade, são os verdadeiros guardiões afetivos de Natal. Eles percebem a cidade com uma delicadeza e profundidade que muitas vezes nos escapam na correria do dia a dia.”
Zeca também ressalta o papel do espetáculo na reconstrução da autoestima coletiva: “Natal vive hoje um momento de autoestima comprometida, afetada por fatores sociais, culturais e por uma política pública que, muitas vezes, alimenta o sentimento de não pertencimento. Esse musical busca justamente o contrário: provocar o orgulho de ser natalense. Pertencer gera saúde mental, saúde social e paz. ”
No elenco, destacam-se os atores e cantores Doc Câmara e Zeca Santos, as atrizes e cantoras Heli Medeiros e Nara Kelly. A cantora e atriz Khrystal interpreta o ‘Sol’, enquanto os atores Thazio Menezes e Dudu Galvão dão vida à sua noiva.
A trilha sonora é executada ao vivo por Sérgio Groove, multi-instrumentista e compositor. A direção de arte e figurinos é assinada por João Marcelino, e a dramaturgia é de Euler Lopes, premiada escritora sergipana que considera Natal sua segunda casa. Rogério Ferraz é assistente de direção cênica. As cenotécnicas ficam por conta de Anderson Trajano. A produção e coordenação geral é de Zeca Santos e Rafaela Brito.
Para assistir ao musical na UERN, não é necessário retirar ingressos antecipadamente — basta comparecer. Já para as apresentações na Casa da Ribeira, os ingressos devem ser retirados com uma hora de antecedência, no local do espetáculo. O Komboio convida quem puder a contribuir com 1kg de alimento não perecível — um gesto de solidariedade em apoio ao GAAC.
Um possível escândalo político movimentou o município de Alexandria, no Alto Oeste potiguar, após a circulação de áudios em grupos de mensagens, atribuídos à ex-prefeita Jeane Saraiva. Nas gravações, ela rompe o silêncio sobre a relação política com o atual prefeito Raimundo Ferreira Andrade, conhecido como Raimundinho, e lança acusações graves que podem configurar crimes eleitorais.
Os áudios sugerem um rompimento definitivo entre os dois, que até então eram aliados políticos.
Jeane foi uma das principais articuladoras da campanha que levou Raimundinho à Prefeitura de Alexandria, mas agora afirma ter se sentido traída e denuncia irregularidades que teriam ocorrido durante o processo eleitoral de 2024.
“Eu trabalhei, eu usei a máquina para lhe eleger, tá certo? Você fez caixa 2 para ganhar. Você quer que eu diga mais em público ou quer que eu vá pro MP?”, diz uma das falas atribuídas à ex-prefeita, que administrou o município por oito anos.
Além da acusação de caixa 2, os áudios revelam o nível de desgaste pessoal e político entre Jeane e Raimundinho. “Eu, Jeane Saraiva, cansada de ver um monte de covarde, de falso, de cobra, traiçoeira, que eu ajudei, eu ajudei. Eu, Jeane Saraiva, lutando, brigando, subindo em palanque, pedindo voto, trabalhando dia e noite, noite e dia”, desabafa.
Ela também contesta declarações públicas recentes do prefeito, que teria alegado dificuldades financeiras na área da saúde. “Dizer que na saúde falta dinheiro? E olhe o pagamento que foi feito de R$ 499 mil. Dinheiro na prefeitura tem sim, agora onde vocês estão colocando? Fiscalizem!
Cadê a oposição para fiscalizar o que está acontecendo em Alexandria?”, questionou.
A ex-prefeita ainda denuncia supostos favorecimentos a familiares do atual prefeito dentro da administração municipal. “Você teve 11 meses de prefeitura de graça. Você tinha nora empregada, mulher empregada, filha empregada sem trabalhar, familiares seus empregados”, afirma incluindo-se nas graves denúncias.
Em outro trecho, Jeane reforça que o rompimento político com Raimundinho é real e irreversível: “Eu quero que todo mundo saiba: houve briga sim, houve rompimento sim, por covardia de Raimundinho, dos filhos dele e do irmão dele”.
Prefeito de Alexandria emite nota: “acusações sem prova para confundir a opinião pública”
O prefeito de Alexandria, Raimundo Andrade, conhecido como Raimundinho, divulgou nesta quinta-feira (22) uma nota oficial em suas redes sociais para rebater as acusações feitas pela ex-prefeita Jeane Saraiva, sua até então aliada política.
Na nota, Raimundinho classifica as declarações da ex-prefeita como “infundadas”, “sem provas” e com o propósito de gerar instabilidade política. “Tais declarações são recebidas com surpresa e indignação e, além de infundadas, carecem de provas e têm o claro objetivo de desestabilizar a atual gestão e confundir a opinião pública”, escreveu.
O prefeito afirma que sua campanha foi conduzida de forma regular e dentro da legalidade, com uso majoritário de recursos públicos autorizados. “A minha campanha foi realizada com pé no chão, sendo realizada quase que integralmente com verba do fundo partidário, tendo as contas aprovadas pela Justiça Eleitoral, sem ressalvas”, declarou.
Apesar de rechaçar as acusações, Raimundinho informou que determinou à controladoria do município a apuração interna das denúncias e prometeu ele mesmo encaminhar qualquer irregularidade identificada ao Ministério Público. “Estamos determinando a apuração das possíveis irregularidades por parte da controladoria e qualquer achado será imediatamente enviado ao Ministério Público”, destacou.
Comissão enviou solicitação à governadora Fátima Bezerra em março para apoio à causa dos candidatos – Foto: Reprodução
Neste mês das mães, um exemplo de força de uma matriarca será contado através da história de uma estoniana nascida no século XIX e que viveu em meio a diversas guerras conseguindo manter a família reunida. A Quinta Cultural do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN) apresenta nesta semana o depoimento de Aline Wilhelmine Imberbe Imhof (1886-1966) deixado em uma carta que expõe uma forte capacidade de renovação em meio a devastadoras adversidades.
A palestra, denominada “Depoimento de uma matriarca estoniana que sofreu as agruras das duas guerras mundiais”, será ministrada pelo jornalista, escritor, genealogista e presidente emérito do IHGRN, Ormuz Barbalho Simonetti, e pelo publicitário e executivo Thiago Lajus, tataraneto da Sra. Aline.
“Essa palestra aborda a história que chegou ao nosso conhecimento através de uma carta que foi redigida pela minha tataravó contando um pouco da sua história e como ela passou por fases importantes da história mundial, como as duas Grandes Guerras, como a Revolução Russa, e como isso afetou toda a sua família, mas que ainda assim, a cada queda que levava, ela renasce e consegue manter a sua família unida”, contou Lajus.
Segundo o executivo, a existência do relato, escrito em estoniano e traduzido para o português, foi contado por ele ao presidente emérito do IHGRN após o recebimento de uma cadeira como herança, que foi levada para que Ormuz reformasse. “Enquanto ele reformava, eu contava a história (…). Ali ele viu uma oportunidade de publicação, que de fato aconteceu e está na revista do Instituto Histórico deste mês”, disse.
A apresentação contará com reprodução da carta original, fotos e uma contextualização histórica dos momentos vividos e contados por Aline, como as Guerras Mundiais, a Revolução Russa e a Guerra de Libertação da Estônia.
Para Lajus, a expectativa para a palestra é não só de “casa cheia”, mas também tem um significado pessoal por poder compartilhar um pouco a história de sua família, que saiu de outro continente, mas que hoje cria novas raízes no RN.
“Também uma expectativa pessoal muito grande. Eu completo 30 anos da minha chegada em Natal, agora no mês de junho. Me considero potiguar – embora o sotaque teime me acompanhar – e para mim é um momento muito especial de poder falar um pouco de onde eu venho, das minhas origens e como uma família que saiu de Tallinn, lá da Estônia, chega ao RN e se sente potiguar ao longo das suas gerações”, explicou.
O evento é gratuito e acontece nesta quinta-feira (22), a partir das 17h, no Salão Nobre do IHGRN, que tem capacidade para 50 pessoas. O Instituto está localizado na Rua da Conceição, nº 622, no bairro de Cidade Alta, Zona Leste de Natal. No local, poderá ser adquirida a última edição da Revista do IHGRN.
O IHGRN O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte é a mais antiga instituição cultural do estado, tendo um dos mais ricos acervos acerca da cultura, geografia e história do RN e do país. A entidade mantém um museu e promove exposições, palestras e outras atividades. Além da própria revista, o IHGRN ainda edita plaquetas e livros.
Pouco mais de uma semana após a identificação do primeiro caso suspeito de intoxicação por consumo de peixe em um restaurante de Natal, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) contabiliza 13 ocorrências. Desde as primeiras notícias sobre o surto, muitas informações têm circulado na internet sobre o tema e um certo receio sobre a ingestão desse alimento tem sido percebido entre a população. No entanto, a SMS ressalta que a presença da toxina ciguatera – provável causadora dos episódios – é mais relacionada a determinadas espécies de peixes.
De acordo com a pasta, a ciguatera é uma intoxicação alimentar causada pela ingestão de peixes contaminados com toxinas como ciguatoxina ou maitotoxina, produzidas por microalgas dinoflageladas do gênero Gambierdiscus, que se proliferam em recifes de corais tropicais e subtropicais, e os principais pescados associados a essa doença são garoupas, barracudas, moreias e badejos. No último episódio registrado em Natal, os pratos servidos tinham arabaiana e dourado.
Portanto, para evitar a contaminação, a orientação da secretária é solicitar aos fornecedores quais pescados estão sendo ofertados e, atendendo ao princípio da precaução, evitar o consumo desses pescados.
O diretor do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), José Antônio de Moura, explicou que as ciguatoxinas não têm cor, sabor ou cheiro – ou seja, não tem como saber que um peixe está contaminado – e não podem ser eliminadas pelo cozimento ou congelamento convencional.
“Sendo assim, caso o peixe esteja contaminado, as técnicas de resfriamento ou cozimento, e nem mesmo a digestão, são capazes de impedir o desenvolvimento das toxinas”, disse.
Os primeiros sinais de contaminação se desenvolvem, geralmente, entre 3 e 5 horas após a ingestão de peixe contaminado, mas podem demorar mais para surgir. Eles consistem em sintomas gastrointestinais e cardiovasculares, podendo estar acompanhados de sinais neurológicos.
São eles: diarreia, náusea, vômito, dor abdominal, bradicardia, bloqueio cardíaco, hipotensão, parestesia, fraqueza, dor nos dentes ou sensação de que os dentes estão soltos, gosto de queimação ou metálico na boca, memória prejudicada, fadiga crônica, coceira generalizada, suor, visão turva, inversão de temperatura, sensação anormal ao tocar água ou objetos frios.
Caso sejam observados alguns desses sintomas após o consumo de peixe, a orientação da Saúde Municipal é para buscar atendimento médico e entrar em contato com o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), pelo WhatsApp (84) 3232-9435, e-mail urrnatal@gmail.com, ou por meio do aplicativo Natal Digital.
Acompanhamento De acordo com a SMS, após a identificação dos possíveis casos de intoxicação em Natal, equipe de Vigilância realizou a fiscalização de toda a cadeia produtiva, desde o local onde foram preparados os pescados consumidos até onde eles foram comprados. A pasta informou ainda que amostras dos alimentos foram coletadas e enviadas para análise no Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (LACEN) e que o CIEVS Natal entrou em contato com todos os participantes do evento. Todas as pessoas estão bem e continuam sendo monitoradas pelo Departamento de Vigilância.
Histórico Segundo a SMS, os primeiros casos suspeitos de ciguatera em Natal foram registrados em 2022, com um surto relacionado ao consumo do peixe bicuda. Outros três surtos foram registrados em 2023, também pelo consumo de bicuda/barracuda. No ano passado, outro episódio de intoxicação alimentar por peixe foi notificado, sendo o pescado consumido do tipo guarajuba, proveniente de Fernando de Noronha.
A batalha judicial envolvendo os herdeiros de Feliciano Ferreira Tetéo, em Macau (RN), que buscam reaver o controle de áreas onde hoje funciona o maior parque salineiro da América Latina, encontra um paralelo em outro ponto do país: a turística vila de Jericoacoara, no litoral do Ceará, a 294 quilômetros de Fortaleza. Nos dois casos, o que está em jogo é a posse de vastas extensões de terra com valor econômico significativo, respaldadas por documentos antigos e registros cartoriais que voltaram a ganhar força décadas depois.
Em Macau, como mostrou o Diário do RN em reportagem publicada nesta quarta-feira (14), familiares de Tetéo reivindicam áreas ocupadas pela Salinor — empresa responsável por uma produção de sal que abastece o mercado nacional e é exportada para os Estados Unidos. Com base em registros datados do fim do século XIX, os herdeiros sustentam que as terras foram apropriadas indevidamente e vêm sendo exploradas há anos sem respaldo legal. A disputa tramita na 1ª Vara da Comarca de Macau, com potencial para se tornar uma das ações fundiárias mais relevantes da história recente do Rio Grande do Norte.
Situação semelhante ocorre em Jericoacoara, onde a empresária Iracema Correia São Tiago reivindica cerca de 80% da vila com base em escrituras registradas em 1983. Segundo ela, os terrenos — referentes às antigas fazendas Junco I, Junco II e Caiçara — foram adquiridos por seu ex-marido e transferidos para seu nome em 1995. O caso veio à tona em 2023, quando a empresária apresentou os documentos ao Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace), que reconheceu sua legitimidade.
O início do processo se deu quando as terras foram adquiridas por seu ex-marido e transferidas para ela após o divórcio em 1995. No entanto, o Governo Estadual do Ceará arrecadou parte dessas áreas entre 1995 e 2000, durante um processo de regularização fundiária, e posteriormente, em 2002, o Governo Federal criou o Parque Nacional de Jericoacoara, incorporando mais terras. Em 2010, Iracema iniciou um processo administrativo contra o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), buscando indenização por desapropriação indireta. Em 2017, ela judicializou o caso, e em 2023, apresentou documentos ao Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace), que chegou à legitimidade das escrituras.
A Procuradoria-Geral do Estado chegou a firmar um acordo extrajudicial para transferir parte das terras desocupadas à empresária, mas o Ministério Público do Ceará recomendou a suspensão do acordo. Entre os pontos questionados, está o aumento da área registrada de uma das fazendas, de 441 para 924 hectares, e a possível sobreposição com áreas públicas e com o Parque Nacional de Jericoacoara. Com isso, o acordo foi suspenso e o caso segue em apuração.
Em Macau, o processo nº 0000426-83.2005.8.20.0105 traz apensados os documentos referentes à legitimidade da propriedade de Feliciano Tetéo, a Certidão Vintenária expedida em 02 de outubro de 2001, pela oficial Substituta do Registro Geral de Imóveis, Maria Neuza de Oliveira Carmo. De acordo com o documento, após revisão de arquivo existente no Primeiro Cartório Judiciário da Comarca de Macau, se constata a propriedade da Companhia Nacional de Salinas Mossoró pertencente a Feliciano Ferreira Tetéo, em registro de 23 de maio de 1898.
Além disso, em 14 de novembro de 2000, uma Certidão de Registro certifica as mesmas propriedades em nome de Feliciano Tetéo. Uma planta georefenciada, elaborada pela própria empresa de sal, revela os locais onde a Salinor explora o mineral. E é justamente essa planta que comprova que a empresa usa os mesmos locais que estão escriturados em nome de Feliciano Tetéo. Uma outra certidão cartorial reforça que, apesar de não ter documentos que comprovem sua real propriedade, a Salinor nunca entrou com nenhum tipo de ação contra o espólio de Feliciano Tetéo, evidenciando que a propriedade das terras pertence a Feliciano, cujos documentos comprovam que essa situação nunca sofreu nenhum tipo de mudança.
A Salinor ainda não se pronunciou sobre o caso. O Diário do RN voltou a entrar em contato com a empresa, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
A dança pode expressar resistência e a luta por uma cidade sem exclusão e com equidade. Esses são alguns dos elementos que compõem o documentário “Estou adaptado a uma cidade não adaptável”, que estreia com a missão de provocar reflexão e empatia por meio da trajetória de Beto Morais, bailarino cadeirante e um dos fundadores do grupo potiguar Gira Dança, referência nacional na arte contemporânea.
O lançamento acontece no sábado, 17, na Casa da Ribeira com entrada gratuita e duas sessões, a primeira às 19h, com acessibilidade, a segunda na sequência, às 19h30, seguida de debate. Com direção e roteiro de Raquel Cardozo, produção da Mariposart e coprodução do próprio Beto Morais, o curta tem duração de 12 minutos e mistura relato pessoal, imagens documentais e intervenções artísticas para construir uma narrativa poética sobre o cotidiano de uma pessoa com deficiência em Natal – cidade que, como tantas outras, ainda engatinha no que diz respeito à acessibilidade urbana e ao respeito à diversidade de corpos.
Filmado a partir das vivências reais de Roberto Morais de Araújo, o documentário é mais que um retrato individual: é um chamado coletivo. Acompanhando o artista em sua rotina, o curta revela os obstáculos físicos e sociais que desafiam sua mobilidade, ao mesmo tempo em que destaca a dança e o teatro como ferramentas de superação, expressão e transformação social.
“Estou adaptado a uma cidade não adaptável” também se propõe como um convite à empatia. Ao colocar o espectador no lugar de Beto, o filme desafia lideranças políticas e a sociedade civil a repensarem o espaço urbano como um direito de todos. A cidade, como destaca o próprio documentário, deve ser construída não apenas com rampas e calçadas adequadas, mas com uma nova mentalidade que abrace a diferença como valor fundamental.
Além de seu caráter artístico e biográfico, o projeto possui um forte compromisso social e educacional. Por meio do olhar sensível da câmera, o curta visa inspirar outras pessoas com deficiência e sensibilizar o público quanto à acessibilidade real, que vai além da infraestrutura e precisa alcançar o respeito, o acolhimento e a dignidade no convívio cotidiano. A produção contou ainda com a pesquisa do antropólogo Geraldo Barbosa, e é uma realização da Fundação José Augusto, Secretaria Estadual da Cultura, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Com estética refinada, narrativa potente e compromisso com os direitos humanos, “Estou adaptado a uma cidade não adaptável” reafirma a arte como espaço de escuta, denúncia e transformação — e coloca Beto Morais, com sua dança e sua história, no centro de um debate que precisa sair do plano das intenções e ganhar as ruas.
Esse poderá ser um dos casos mais ruidosos dos últimos tempos na justiça do Rio Grande do Norte, pois envolve quase toda a área de produção da Salinas do Nordeste S/A – Salinor, em Macau, considerado o maior parque salineiro da América Latina.
A questão é movida pelos familiares de Feliciano Ferreira Tetéo, nascido em 12 de novembro de 1871, tendo ele ocupado funções na Guarda Nacional e também na condição de Intendente de Macau. Há cerca de 20 anos familiares de Feliciano Tetéo iniciaram questionamentos jurídicos sobres terras que comprovadamente em cartório se encontram em nome de seus ancestrais, que poderão representar o maior questionamento jurídico envolvendo área territorial no Estado, representando valores vultosos, mas ainda não definidos, por se tratar de áreas da empresa salineira que tem capacidade de produzir até 2,5 milhões de toneladas de sal por ano e que hoje abastece o mercado nacional e exporta parte de sua produção para os Estados Unidos.
JUSTIÇA O processo nº 0000426-83.2005.8.20.0105 está tramitando na 1ª Vara da Comarca de Macau e segundo o advogado Érick Pereira, que defende os interesses dos herdeiros de Feliciano Tetéo, “esse processo lança luz sobre uma disputa que pode mexer com a história da exploração de salinas no Rio Grande do Norte. Trata-se de inventário dos bens deixados por Feliciano Ferreira Tetéo e Hermínia Dantas Tetéo, entre os quais se destacam valiosas salinas em Macau, patrimônio de grande importância para a economia local e para a memória da família”.
A empresa salineira Salinor, sucedânea das empresas Companhia Comercio e Navegação (CCN) e da Cirne, é considerada a maior produtora de sal do país, mas ainda não se pronunciou quanto aos questionamentos feitos na justiça pelos herdeiros de Feliciano Tetéo e Hermínia Dantas Tetéo, que por sua vez disponibilizam de documentos passados em cartório comprovando a compra das áreas de salinas.
Um dos documentos que atesta a propriedade dos imóveis é a Certidão Vintenária expedida em 02 de outubro de 2001, pela oficial Substituta do Registro Geral de Imóveis, Maria Neuza de Oliveira Carmo. De acordo com o documento, após revisão de arquivo existente no Primeiro Cartório Judiciário da Comarca de Macau, se constata a propriedade da Companhia Nacional de Salinas Mossoró pertencente a Feliciano Ferreira Tetéo, em registro de 23 de maio de 1898.
Além disso, em 14 de novembro de 2000, uma Certidão de Registro certifica as mesmas propriedades em nome de Feliciano Tetéo. Uma planta georefenciada, elaborada pela própria empresa de sal, revela os locais onde a Salinor explora o mineral. E é justamente essa planta que comprova que a empresa usa os mesmos locais que estão escriturados em nome de Feliciano Tetéo. Uma outra certidão cartorial reforça que, apesar de não ter documentos que comprovem sua real propriedade, a Salinor nunca entrou com nenhum tipo de ação contra o espólio de Feliciano Tetéo, evidenciando que a propriedade das terras pertence a Feliciano, cujos documentos comprovam que essa situação nunca sofreu nenhum tipo de mudança. Ou seja: A empresa Salinor explora suas salinas em terras que nunca lhe pertenceram de forma legal. Ela se apossou de áreas gigantes da cidade sem nunca ter adquirido oficialmente nenhum lote de terra.
Os herdeiros afirmam que as áreas ocupadas pela empresa teriam sido apossadas de maneira indevida, sem apresentar justo título que legitime a ocupação e o uso do bem. A denúncia de uso irregular das áreas legalmente passadas em cartório e pertencentes aos herdeiros de Feliciano Tetéo e Hermínia Tetéo apontam para anos de exploração sem autorização dos legítimos sucessores.
Para o advogado Érick Pereira, “Embora o processo trate da partilha dos bens deixados pelos falecidos, a constatação da exploração sem amparo jurídico pode desencadear efeitos relevantes para o setor salineiro local, além de abrir margem para novas medidas judiciais pelos herdeiros, como ações de perdas e danos”.
Sobre o desdobramento da ação judicial envolvendo o maior parque salineiro da América Latina, o advogado dos herdeiros sintetizou assim: “O caso segue em tramitação, cercado de expectativas tanto pelo valor econômico das terras quanto pela possibilidade de desdobramentos judiciais futuros que podem ganhar destaque regional e nacional”
O presidente do LIDE RN e fundador do Fórum Negócios, Jean Valério, está em Nova York participando de uma missão empresarial intensa durante a Brazilian Week — evento que transforma a cidade no principal palco internacional para debates sobre o futuro do Brasil nos cenários econômico e político globais.
A agenda reúne líderes empresariais, autoridades e investidores que enxergam o Brasil como um país estratégico em setores como energia, agronegócio, turismo, infraestrutura e real estate.
Jean Valério integra as ações promovidas pelo LIDE Global, BTG Pactual, GRI Club e outras entidades brasileiras que atuam na articulação de negócios e na atração de investimentos. Ele também representa projetos do Nordeste, em especial do Rio Grande do Norte, em busca de conexões e parcerias — com destaque para um projeto de expansão no setor imobiliário regional, além de pautas ligadas à energia limpa, produção de pescado, mineração e turismo.
Durante a semana, Jean participa de eventos estratégicos como o GRI Real Estate 2025 e o TechDay New York BTG, além de visitas técnicas a ativos de referência, como o prédio The Spiral e o escritório da BlackRock, maior gestora de ativos do mundo.
Na noite de segunda-feira (12), o fundador do Fórum Negócios esteve presente em um happy hour exclusivo promovido pela Oriz Investimentos, estreitando o diálogo com fundos e executivos internacionais.
“O Brasil possui vantagens competitivas em setores como mineração, agronegócio, turismo, real estate e energia. O momento é propício para buscarmos um melhor posicionamento no mercado global. A Brazilian Week é mais do que uma vitrine para o nosso país — é uma oportunidade real de sentar à mesa com quem decide, compreender tendências globais e abrir caminhos para que o Brasil — e o Nordeste — estejam conectados aos grandes centros de influência econômica”, destaca Jean Valério.
A presença do LIDE RN e do Fórum Negócios na capital financeira do mundo, pelo terceiro ano consecutivo, reforça o compromisso de gerar conexões de valor, representar o empreendedorismo brasileiro e posicionar o país — em especial o Nordeste — como parceiro estratégico em áreas-chave do desenvolvimento.
“Aqui em Nova York, represento todo o nosso ecossistema e todas as empresas que caminham conosco — seja no LIDE, seja no Fórum Negócios.”, concluiu Jean.
O descarte de aparelhos eletrônicos exige cuidado e ainda é um grande desafio para o Brasil. Devido à composição por elementos químicos potencialmente tóxicos, a disposição incorreta desse material pode contaminar o solo e a água, afetando a fauna, a flora e a saúde humana. No Rio Grande do Norte, uma solução de sustentabilidade denominada RN+Limpo, tem ganhado destaque pelos seus resultados, como a arrecadação de 150 toneladas de resíduos eletroeletrônicos entre 2021 e 2024.
Agora, o projeto alça novos voos e, após ter sido apresentado na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, será um dos temas de uma sessão de aceleração do Fórum Mundial de Economia Circular, que será sediado em São Paulo, entre 13 e 15 de maio.
A RN+Limpo foi criada por meio de parceria entre a sturtup Circular Brain, o Governo do Estado, a Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern) e a empresa Natal Reciclagem, com objetivo de promover o descarte correto dos eletroeletrônicos por meio da Educação Ambiental. “Para isso, foi elaborada a campanha com elementos culturais e regionais do estado para que tivesse uma abordagem e linguagem assertiva”, explicou a gerente de Marketing e Negócio da Circular Brain, Livia Santarelli.
A ação foi iniciada em 2021, com a instalação de pontos de coleta em Natal. “Ainda estávamos em meio à pandemia, então ações presenciais não eram viáveis”, afirmou Santarelli. No ano seguinte, foi dada a largada para ações de “detox” em repartições públicas e pelo interior, o que resultou na criação de 26 pontos fixos de coleta e programações de educação ambiental em 24 municípios.
“Levamos para diversos municípios do RN a partir de patrocínios de empresas de energia roliça, e, com isso, tivemos o resultado de 150 toneladas até 2024”, completou a gestora, destacando ainda que a estimativa é de as ações tenham atingido mais de 1,7 milhão de pessoas.
O impacto desse trabalho, a forma como as atividades foram realizadas e como foi feita a rastreabilidade dos resíduos chamaram atenção, resultando em um convite para uma das conferências mais importantes sobre o clima, na qual líderes de todo o planeta se reúnem para chegarem a um acordo sobre como lidar com a crise climática.
“A RN+Limpo foi um case apresentado na COP de 2023, por conta das ações realizadas e como conseguimos fazer a rastreabilidade dos resíduos coletados na ação. Agora, o convite para participar do Fórum, que é um evento mundial, mostra que estamos fazendo a diferença no setor de reciclagem de eletrônicos”, declarou a gerente de Marketing.
O trabalho da RN+Limpo será um dos temas da sessão de aceleração sobre “Campanhas Ambientais de Engajamento”, que acontece nesta quinta-feira (15). A apresentação poderá ser assistida on-line, a partir das 15h. Para participar, basta realizar a inscrição pelo site circulare.com.br/webinar-campanhas-ambientais-wcef25.
A Circular Brain A Circular Brain é uma startup brasileira criada em 2020, diante da necessidade da formalização do mercado de reciclagem de eletroletrônicos. A empresa se dedica a impulsionar a economia circular, que consiste em gerir recursos finitos de forma a recuperar os seus valores, prezando pela regeneração e pela redução do uso de materiais.
Assim, busca conectar todos os protagonistas da cadeia de reciclagem de eletroeletrônicos, além de realizar campanhas de educação ambiental. “Criamos um ecossistema chamado Circulare que foi capaz de conectar toda a cadeia de vida útil de um aparelho eletrônico, desde o descarte até o retorno dos resíduos para a indústria, evitando que esses recursos sejam novamente retirados do meio ambiente”, explicou a gerente de Marketing e Negócio Livia Santarelli.
Programações de educação ambiental chegaram a 24 municípios – Foto: ReproduçãoEntre 2021 e 2024, projeto coletou 150 toneladas de eletroeletrônicos – Foto: ReproduçãoAções do RN+Limpo resultaram na criação de 26 pontos fixos de coleta – Foto: Reprodução
Datas como o Dia das Mães costumam intensificar o processo de luto, especialmente por evocar memórias afetivas e rituais familiares. Segundo a psicóloga Anna Claudia Abdon, especialista em luto da Empresa Vila, é comum que sentimentos como tristeza, vazio e até culpa se manifestem com mais força nesse período. A data é a segunda maior que conta com visitação nos cemitérios, depois do Dia de Finados.
Nestas datas, transformar saudade em homenagem é uma maneira simbólica de acolher essas emoções e ressignificar a perda. Pensando nisso, este ano, a Empresa Vila promoverá uma programação especial, durante o Dia das Mães, nos cemitérios Sempre — em Natal, Caicó e Mossoró — a fim de proporcionar momentos de reflexão e conexão com a memória das mães que já partiram.
A iniciativa propõe transformar a tradicional visita aos cemitérios em uma experiência coletiva e acolhedora, promovendo conforto emocional por meio de rituais de homenagem, espiritualidade e escuta sensível. No Sempre Cemitério Natal, o público poderá contar com o Espaço AcolherDor, um ambiente especialmente preparado para momentos de reflexão, apoio psicológico e partilha de sentimentos.
Anna Cláudia destaca ainda a importância dos rituais simbólicos na elaboração do luto. “Distribuir uma flor, escrever uma mensagem, participar de uma missa ou de um momento de silêncio coletivo são formas potentes de elaborar a perda. Essas práticas ajudam as pessoas a manterem vínculos com quem se foi e a compreenderem que o amor não acaba com a morte, ele se transforma”, afirma.
Confira programação
Sempre Cemitério Natal BR 101, Km 79, s/n – Nossa Sra. da Apresentação, Natal • 08h – Missa com Padre Yago Carvalho • 10h – Missa com Padre Dalmário Barbalho • 08h às 12h – Espaço Acolhedor: escuta sensível, partilha e conforto emocional
Sempre Cemitério Caicó Rua Chilon Heráclitus de Araújo, 2238 – Caicó • 09h – Culto com o Pastor Erinaldo Lino • 16h – Missa com Padre José Ronácio
Sempre Cemitério Mossoró RN-117, 6133 – Zona Rural, Mossoró • 08h – Missa com Padre Antoniel Alves
Ser mãe era o grande sonho de Maria da Conceição Cirilo. Quando isso aconteceu, ela não teve um companheiro ao lado, foi “mãe, pai, o tudo” da filha, como declarou emocionada, em entrevista ao Diário do RN.
Na condição de mãe solo, os desafios foram muitos e Ana Paula tinha seis anos de idade quando foi detectada uma deficiência intelectual. Até os 11 anos fez ballet, depois enveredou pelo atletismo onde participou de muitas competições, inclusive nacionais.
“Até a última viagem que ela fez, para Manaus, nunca deixei faltar o que ela levar mala. Eu vivi de lavar de roupa e de engomar, de domingo a domingo, mas nunca deixei faltar o alimento, o remédio…
Perguntada sobre o que a maternidade lhe trouxe de mais valioso, Maria da Conceição volta a se emocionar: “Eu acho que uma pessoa que tem uma filha como Ana Paula pode agradecer a Deus tudo, porque eu ensinei ela a caminhar, ela me ensinou muito mais. Ela não teve infância, não teve lazer, era do meu lado para lavar roupa e engomar. Nossa vida estava resumida a viver uma para outra”.
Hoje com 32 anos, Ana Paula Cirilo relembra toda a dedicação e renúncia da mãe: “Ela abdicou muito e renunciou tudo para estar ali ao meu lado para tudo. Me deu suporte, apoio. Então, eu sempre tive um sonho, eu queria trabalhar, eu queria está inclusa”.
A realização desse sonho aconteceu 13 anos atrás, quando foi contratada por uma rede internacional de lanchonetes. Mas, pouco tempo depois, vieram crises convulsivas que quase a tiraram do mercado. Mais uma vez, a dedicação da mãe fez toda diferença na vida da jovem: “Eles quebraram protocolos e efetivaram minha mãe. Trouxeram para perto de mim o amor de mãe que ultrapassa todos os limites e barreiras”, contou Ana Paula.
Assim, dona Conceição está há 10 anos na empresa e trabalha como atendente ao lado da filha. Uma experiência que trouxe tranquilidade para a mãe e renovou o laço afetivo das duas. “Foi uma coisa muito maravilhosa! Ao mesmo tempo eu tinha medo porque só via jovens e eu tinha cinquenta e dois anos. Mas pensei: eu vou arriscar, minha filha é mais importante”.
O amor de filha para mãe também transborda na maternidade que Ana Paula vive hoje: “Eu tento passar para minha filha o que minha mãe passou para mim e o que ela hoje representa para minha vida também, porque eu digo que ela não só é a minha mãe, mas é a mãe também da minha filha”.
Às vésperas de comemorar o Dia das Mães, Ana fala sobre a legitimidade de um amor que está além de palavras, traduzido em atos: “O amor não é aquilo que a gente fala. Muita gente se ama, mas não ama, são palavras vazias, e o amor também está nas atitudes. Então, a atitude dela fala mais do que um eu te amo, porque ela é aquela que abdicou a vida lá atrás até hoje, é aquela muito protetora e que abriu mão de tudo dela”
Ainda que estejam optando por ter filhos cada vez mais tarde, sobretudo para resguardar a ascensão profissional e pela jornada de trabalho superior à dos homens ao conciliar os afazeres domésticos e o trabalho remunerado, a maternidade ainda é um sonho para muitas mulheres.
Esse desejo de formar uma família desperta sentimentos intensos, difíceis de serem explicados e uma trajetória inteira muda ao ter um filho no colo pela primeira vez. Neste Dia das Mães, o Diário do RN homenageia, através das histórias da psicóloga Juliana Almeida e da atendente Maria da Conceição Cirilo, a força e a dedicação de todas aquelas que cumprem com amor a missão de cuidar e educar seus filhos.
Essa complexa jornada da maternidade foi uma vontade constante na vida de Juliana, e se tornou realidade após 18 anos ao lado de seu marido, Filipe Fernandes. Com planos de gestar e, em seguida, adotar uma criança, a psicóloga teve seu caminho rumo à maternidade muito diferente, e ela conheceu o amor que sempre imaginou de uma forma completamente inesperada.
Após anos trabalhando em uma ONG de promoção à cultura da adoção, Projeto Acalanto, fundada pela mãe de seu esposo, e depois de seis meses tentando engravidar, Juliana passou a receber acompanhamento do projeto em um curso de pré-adoção, antes de entrar na fila do Sistema Nacional de Adoção, em 2021.
Iniciou-se um novo período de espera, permeado por angústia, mas ela sabia que o desejo de maternar se tornaria realidade. “A espera vinha junto ainda de uma possibilidade de uma gestação biológica. Para mim, estava causando um sofrimento muito grande não conseguir engravidar e era uma das coisas que eu comentava: ‘Nossa, mas estou sofrendo tanto com essa questão do não conseguir gerar, mas eu sei que pela adoção eu vou ser mãe, independente de como for’.
Nesse processo, na semana em que seu marido mediava uma mesa-redonda em um evento nacional sobre adoção, o casal recebeu a informação de que havia, em uma unidade de acolhimento que seria fechada, uma menina com o perfil esperado por eles.
Após conhecer Maria Flor, de 4 anos, eles souberam que ela só poderia ir para a família que pudesse adotar os seus irmãos de 13 e 8 anos, Matheus e Esmeralda. Ao encontrá-los, em junho de 2024, Juliana sentiu: aqueles seriam seus filhos. “Meu coração estava tranquilo. A gente vai adotar e vão ser esses três aqui”, contou. Foi assim que toda a angústia acabou. Algo dentro de si mesma lhe dizia que dali em diante, seriam cinco.
A alegria que não cabia em si dividiu espaço com novas emoções em um novo período de espera. Afinal, a partir dali seriam iniciados os trâmites para adoção. Em um período de 11 dias, eles fizeram visitas diárias ao abrigo onde as crianças moravam. “Quando a gente conheceu os nossos filhos, foi uma alegria muito grande. Depois, mais um momento de espera, enquanto eles ainda estavam no abrigo, enquanto a gente ainda ia visitar. Desde o primeiro dia que a gente os conheceu, a gente disse que ia vê-los todos os dias. Então, a gente se organizava para isso. Mesmo que não conseguissem os dois, ia pelo menos um”, contou.
A guarda provisória saiu em julho de 2024, e em novembro foi concretizada a adoção. Dali para frente, um universo de aprendizados se abriu na vida do casal. Para Juliana, a ideia de maternidade que havia em si foi transformada. O conceito “prático” sobre vivenciar de perto todo o desenvolvimento de uma criança não chegava perto das mudanças profundas que aconteceriam em suas vidas por meio dessa nova forma amor.
“Existia essa ideia do querer ter filhos, de não ver a gente sozinho, de ajudar na construção, no desenvolvimento de acompanhar o crescimento de um ‘serzinho’, mas eu não conseguia ter uma extensão do que é a magnitude de ser mãe, de ser pai. Sabia da parte prática, mas é tão mais profundo. Mexe com as certezas que a gente tinha, mexe com a nossa organização, com a necessidade de ter controle e mostrar para você que você não tem controle e está tudo bem não ter controle. Mostra que a gente precisa aprender a confiar na vida, em Deus, que as coisas acontecem como tem que acontecer”, disse.
Passar por esse processo, no entanto, não é fácil, independente da maternidade ter vindo por uma gestação ou por meio de um processo adotivo. Juliana, inclusive, faz questão de ressaltar que a adoção não deve ser “romantizada”, pois vem repleta de desafios.
“Assim como qualquer filho que chega, ele vai causar o reboliço, vai causar assim uma ‘bagunça’ para depois as situações se organizarem. E coisas de roupa, comida, escola, médico assim eram coisas que que a gente já estava esperando, mas acho que esse processo até finalizar a adoção, principalmente nos meses iniciais, foi muito intenso, porque na adoção tardia, as crianças já chegam com uma bagagem grande, que às vezes uma fala toca em alguma ferida, existe saudade da família biológica, a dificuldade de entender porque que ela não pode estar com a família biológica. Então, é um processo de lidar com essa bagagem emocional, com as dores, com a história deles”, afirma.
Entretanto, para a psicóloga, a escolha de amar muda tudo e dá força para superar qualquer adversidade. “A gente conversa muito é que amar é uma escolha. Independente do que fosse, a gente tinha escolhido amar essas crianças. Estava dificílimo lidar com as demandas emocionais, de casa, mas a gente nunca duvidou dessa escolha. Assumimos um compromisso de sermos pais dessas crianças, que desde o primeiro dia senti como sendo meus filhos. Diariamente, a gente acorda escolhendo amar eles e é o que dá forças para passar pelas dificuldades”.
Em seu primeiro Dia das Mães como mãe, ela faz questão de refletir sobre os ensinamentos que sua mãe lhe deixou e sobre os que quer passar para os filhos. “Apesar de não ter gerado os meninos, mas a gente gera não só o físico, a gente gera valores e virtudes. Acho que o que quero parar para pensar na ideia do dia é o que estou gerando. Quero, neste Dia das Mães, assumir o compromisso de ser melhor”.
O secretário de Estado da Comunicação do Rio Grande do Norte, Daniel Cabral, participou nesta terça-feira (7) de sessão solene na Câmara dos Deputados, em Brasília, que celebrou os 15 anos da Lei nº 12.232/2010. A norma estabelece as regras para as contratações de serviços de publicidade pela administração pública, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Cabral usou a tribuna da Câmara representando o Conselho Nacional de Secretarias de Comunicação (Consecom), destacando os avanços trazidos pela lei e defendendo a necessidade de atualização do marco legal diante das transformações no modo de fazer comunicação institucional.
“Avançamos na eficiência, na profissionalização, transparência e eficiência da comunicação institucional em todo o país. Nós, gestores e secretários estaduais de comunicação, ganhamos um instrumento poderoso para tornar públicas as ações desenvolvidas nas esferas do governo, assim como prestar contas da aplicação dos recursos do contribuinte”, afirmou em discurso na tribuna.
Segundo o secretário, a legislação garantiu segurança jurídica para o setor e ampliou o cumprimento do direito constitucional à informação. “Essa ferramenta não só trouxe segurança jurídica com resultados eficientes ao garantir o cumprimento do direito constitucional à informação de todo o brasileiro, além do que assegurou aos agentes públicos a transparência na divulgação dos atos e dos investimentos em publicidade”, disse.
Cabral também chamou atenção para os novos desafios da comunicação pública, citando a guinada das redes sociais e a proliferação de notícias falsas, ressaltando a necessidade de avanços no dispositivo legal. “Foi um momento especial para mim, mas essencial para que pudéssemos defender a atualização da lei e a discussão ampliada de outras regras que nos deem segurança jurídica diante da nova forma de fazer comunicação”, escreveu o secretário em publicação no Instagram.
A sessão solene foi proposta pelo deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT-MA), que, na justificativa do requerimento, reconheceu os avanços promovidos pela norma, como a redução de impropriedades nas contratações públicas. “Importantes foram os marcos trazidos pela Lei 12.232/2010, merecendo destaque os mecanismos de garantia da imparcialidade, impessoalidade e tecnicidade das análises técnicas das propostas apresentadas”, escreveu o parlamentar.
A lei, que completa 15 anos em 2025, estabelece que os serviços de publicidade devem ser contratados por meio de agências de propaganda, com processos licitatórios baseados em critérios técnicos e objetivos. Ela se aplica a todos os órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, incluindo também a administração indireta e entidades controladas pelos entes federativos.
Nos últimos meses, episódios envolvendo jacarés têm chamado a atenção em território potiguar.
O mais recente ocorreu na última terça-feira (6), quando um animal com mais de 1,5 metro de comprimento apareceu à beira-mar da praia de Genipabu, em Extremoz. A cena atraiu turistas e moradores, e o animal precisou ser resgatado por militares do Corpo de Bombeiros. Outro caso foi o avistamento de cerca de 40 jacarés em uma lagoa formada pelas chuvas em Maracajaú, no município de Maxaranguape.
Diante do aumento dessas aparições em áreas urbanas e turísticas, o biólogo e mestre em zoologia, Will Pessoa, alerta para o desequilíbrio ambiental provocado pela urbanização acelerada, perda de habitat e eventos climáticos. Segundo Will, os jacarés avistados no Rio Grande do Norte pertencem à espécie jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris), nativa da região.
“Os jacarés são nativos do Rio Grande do Norte. Se pararmos para pensar, antes de existir cidades, civilização ou população, isso aqui era mata, um ambiente natural e intocado. Os animais viviam na sua distribuição de ecossistema”, explicou o especialista.
De acordo com Will Pessoa, a presença dos jacarés em locais como praias, lagoas de captação e até quintais de casas é resultado do deslocamento natural forçado. “Com esse período de chuva, esses animais começam a se deslocar e o fluxo natural desses animais estão em corpos d’ água que secam e eles se deslocam pela mata para outros que estejam cheios ou que sejam perenes que não secam. O problema é que agora, entre um corpo d’água e outro, ele tem uma barreira gigantesca, que são as casas, as ruas e as estradas”, disse.
Nas áreas urbanas de Natal, muitos desses animais encontraram refúgio nas chamadas lagoas de captação que, embora artificiais, oferecem água, e de certa forma abrigo. “Essas lagoas são conectadas por tubulações e os jacarés se deslocam por dentro delas, entre um corpo d’água e outro, isso ajuda eles a se deslocarem sem serem importunados pelas pessoas ou atropelados.
Porém, em alguns períodos, esses animais se perdem e acabam em estradas ou entram em uma casa sem querer, e o bicho só tá querendo se deslocar”.
“Não é porque nunca viram tantos jacarés que é superpopulação”
O biólogo Will Pessoa ainda critica a ideia de que o aumento das aparições se deva à superpopulação. “Lá em Maxaranguape, o pessoal viu 40 jacarés em uma lagoa e estão falando que é superpopulação, inclusive o Idema, mas é errado. Não é porque nunca viram tantos jacarés que é superpopulação. Em áreas mais conservadas, já encontramos até 90 jacarés em uma só lagoa. O que estamos vendo é apenas uma pequena parte do que deveria existir se o ambiente fosse preservado”, afirma.
Mudanças climáticas e comportamento As alterações climáticas também são apontadas como fator agravante. Com padrões irregulares de chuva e secas prolongadas, os ambientes naturais dos jacarés sofrem alterações que forçam os animais a buscarem novos territórios. “Eles precisam da água para sobreviver, alimentam-se dentro da água com peixes, anfíbios, cágados, e existem poucos lugares com corpos d’água no estado, que é predominantemente inserido no bioma da Caatinga, mas na Mata Atlântica do estado a gente ainda encontra, e por isso se deslocam nas cidades”, destacou.
O aparecimento de um jacaré na praia de Genipabu é um exemplo desse deslocamento atípico.
Embora sejam animais aquáticos, jacarés não vivem em águas salgadas e não frequentam praias naturalmente. “Provavelmente ele foi levado pela corrente de um rio ou saiu de uma lagoa próxima e se desorientou. Se ninguém tivesse mexido com ele, teria voltado sozinho para a vegetação”, comentou o biólogo.
Riscos e cuidados Apesar do susto e da curiosidade que essas aparições causam, o biólogo reforça que os jacarés não são agressivos por natureza e só atacam se se sentirem ameaçados. A recomendação é clara: não tentar se aproximar, alimentar ou manipular o animal. Além de perigoso, isso é crime ambiental.
“Por exemplo, o jacaré visto na praia, haviam pessoas fazendo selfie a um metro do animal. Eu vejo muita gente pegando cobra pra ganhar like, expondo, se arriscando com animais peçonhentos na mão, para tentar viralizar, então isso é muito perigoso. Nesse sentido, as pessoas são responsáveis pelos acidentes que acontecem com os animais, na grande maioria das vezes”, adverte.
Em caso de encontro com jacarés, o ideal é isolar a área, manter distância e chamar os órgãos responsáveis, como o
O ecossistema de inovação do Rio Grande do Norte está em plena expansão. É o que afirma Eugênio Spínola, analista técnico do Sebrae, ao destacar o amadurecimento acelerado do setor de startups no estado. “O RN está em ritmo acelerado, a gente saiu do estágio inicial e agora já vê startups ganhando tração, captando investimento e indo para fora do estado e do país”, explica.
Natal está entre as dez cidades do Brasil com mais startups, segundo o estudo Startups Report Brasil 2024, produzido pelo Observatório Sebrae Startups. Ocupando o décimo lugar, a capital potiguar possui 361 startups.
Segundo Spínola, os setores que mais se destacam entre as startups potiguares são os de serviços, inteligência artificial, turismo, energias renováveis, educação e saúde. “Como a IA está em alta, muitas novas startups estão criando e evoluindo seus produtos para ter a IA a seu favor”, afirma.
Entre os principais nomes do estado, ele cita as startups Blindog, Datavence, Strategi, Faceponto, NUT e Capte.AI, algumas das quais já operam em escala nacional e estão em processo de internacionalização para a Europa. Outras, em estágio de tração, vêm crescendo de forma acelerada.
O perfil dos empreendedores é um pouco diverso. “Gente jovem, universitários ou recém-formados, muitos vindos de áreas como TI, administração e engenharia. Mas também tem muitos profissionais e empreendedores experientes aderindo a novos negócios inovadores”, relata Spínola.
“Eventos focados em inovação e empreendedorismo como o GO!RN e o Startup Day, além da presença ativa do Sebrae em programas de aceleração e capacitação, têm puxado o movimento.
Também temos editais de fomento que ajudam a tirar ideias do papel. As universidades e faculdades estão incentivando cada vez mais, e há uma nova mentalidade empreendedora ganhando força. A digitalização acelerada completou esse empurrão”, explica Eugênio.
As startups não apenas movimentam a economia local, mas também têm impacto direto no desenvolvimento social da região. Elas geram empregos qualificados, atraem investimentos e desenvolvem soluções para problemas locais, inclusive no interior do estado. “Hoje já vemos startups surgindo e se consolidando em cidades como Mossoró, Caicó e Currais Novos, isso tem movimentado a economia regional, retido talentos no interior e estimulado jovens a empreenderem e inovarem nas próprias comunidades”, diz o analista.
O ecossistema de inovação do RN também tem se fortalecido com parcerias entre instituições de ensino, empresas e o poder público. “Sebrae, UFRN, IFRN, parques tecnológicos, incubadoras, comunidades, governo, empresas juniores e até grandes empresas têm se aproximado, como exemplo da Neoenergia com o programa de inovação aberta. Ainda tem muito a evoluir, mas o terreno é fértil”, conclui.
Startups no mercado nacional No cenário empresarial global, as startups emergiram como catalisadoras de mudanças, redefinindo indústrias tradicionais, impulsionando a inovação e desafiando o status quo. De acordo com o levantamento do Observatório Sebrae Startups, existem atualmente 18.056 startups ativas no Brasil. O Sudeste lidera com 36,15% dessas empresas, enquanto o Nordeste detém 23,53%, ultrapassando o Sul, que possui 21,06%. Este crescimento é impulsionado por iniciativas locais que visam fortalecer o ambiente de inovação na região.
As startups são empresas jovens e dinâmicas, geralmente fundadas por empreendedores que buscam explorar oportunidades de mercado com soluções inovadoras. Nos últimos anos, o ecossistema das startups testemunhou um crescimento exponencial, impulsionado por avanços tecnológicos, acesso a financiamento e uma cultura global de empreendedorismo.
O sucesso das startups é amplamente impulsionado pelo ecossistema que as sustenta.
Incubadoras, aceleradoras, investidores de risco e comunidades de empreendedores fornecem suporte vital, oferecendo financiamento, mentoria, networking e recursos necessários para o crescimento e escala das empresas iniciantes.
Natal terá 30 dias dia festas juninas com eventos em todas as regiões da cidade. O anúncio da programação foi feito nesta terça-feira (6), pelo Prefeito Paulinho Freire (UB), em evento realizado na Fundação Capitania das Artes (Funcarte), na Cidade Alta. Com o tema “São João de Natal é sensacional”, o arraiá acontece entre 31 de maio e 29 de junho com atrações musicais de renome nacional e local.
A Prefeitura promete fazer, neste ano, o maior e mais inclusivo São João da história da capital potiguar. “Natal vai entrar na área dos grandes eventos. Estamos querendo botar Natal na rota nacional dos grandes São João. Isso é um investimento que a cidade está fazendo”, destacou o prefeito.
A abertura, no dia 31, será realizada na Zona Norte, em um novo polo que atraiu grande público no Carnaval 2025: a Avenida da Alegria, localizada na Rua Tenente Everaldo Borges de Moura, próximo ao Mercado da Redinha. Em trio elétrico, com percurso de duas voltas, Bell Marques, Márcia Felipe e Capilé vão comandar a festa no Bloco Ginga com Tapioca.
Nas semanas seguintes, os shows se dividem entre os polos Arena das Dunas, Zona Oeste (Cidade da Esperança) e Zona Norte (Ginásio Nélio Dias), com artistas como Luan Santana, Gustavo Mioto, Simone Mendes, Xand Avião, Léo Santana, Alok, João Gomes, Mari Fernandez, Henry Freitas, Léo Foguete, Raça Negra e Menos é Mais.
Além disso, a programação ainda conta com o Festival de Quadrilhas Juninas, que será realizado no Palácio dos Esportes, em Petrópolis, Zona Leste de Natal, entre19 e 29 de julho. Haverá também os arraiás de rua e o Arraiá da Inclusão, esse último com atividades voltadas para pessoas com deficiência e com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e que acontecerá no Bosque das Mangueiras, em Lagoa Nova, Zona Sul de Natal.
O prefeito, Paulinho Freire, destaca a importância de realizar um grande evento como esse, explicando o potencial de retorno. Para este São João, a expectativa é de que os festejos movimentem a economia mais do que o último Carnaval.
“No Carnaval, investimos em torno de R$ 15 milhões e circulou na nossa economia mais de R$ 190 milhões. No São João, será um pouco mais, pode chegar perto dos R$ 20 milhões, mas nós esperamos dobrar a circulação de recursos na economia, gerando emprego, gerando renda para toda a população do Natal”, afirmou.
O poder dessa alocação de recursos para eventos é explicado também pela secretária de Cultura, Iracy Azevedo, que ressalta que festas como o São João beneficia desde as grandes empresas até pequenos negócios, como os comerciantes informais.
“Isso é um investimento – está aí o exemplo do Carnaval e o exemplo do Rio de Janeiro nesse final de semana [com o show da cantora americana Lady Gaga] – que volta para a cidade. Movimenta a economia completamente: hotéis, transporte, alimentação, o nosso mercado informal – que é a ponta da ponta, que faz o seu ganho”, pontuou Azevedo.
De acordo com o Executivo Municipal, porém, esses benefícios podem ser ainda maiores, visto que há a expectativa e esforços para que nos próximos anos, a Prefeitura precise usar cada vez menos recursos públicos para a realização do São João de Natal. “Estamos tentando atrair a iniciativa privada, para que possa também patrocinar o evento”, declarou.
Com apenas 1.822 habitantes, a pequena cidade de Viçosa, no Alto Oeste Potiguar, tem índices que deixam para trás 97,77% dos municípios brasileiros. Ela faz parte de um seleto grupo de 308 cidades que têm o nível de progresso social enquadrado na melhor escala do Instituto de Progresso Social (IPS) – acima de 65,85 – com pontuação de 67,43. Esse resultado a coloca entre 124ª posição no país, sendo a mais bem posicionada do Rio Grande do Norte. A capital, Natal, fica em 4º lugar no estado, com 64,45, e fora do grupo mais bem ranqueado do Brasil, mas ainda acima da média nacional, de 61,83.
Tendo somente 37,91 km² de território, Viçosa alcança um PIB (Produto Interno Bruto) per capita de R$ 12.847,77; um valor que a coloca entre os 25% piores do país nesse quesito, a situando em 4.361º entre o total de 5.570 cidades.
Quanto a isso, é preciso salientar que o IPS utiliza indicadores exclusivamente sociais e ambientais. “O IPS deve medir os resultados que são importantes para a vida das pessoas (outcomes), não os investimentos ou esforços realizados (inputs)”, diz o Resumo Executivo do Índice.
O IPS “ofereceu uma nova perspectiva sobre o desenvolvimento. Mostrou que, embora rendas mais altas estejam associadas a um maior progresso social, o PIB sozinho não necessariamente determina o nível de progresso social de uma região”, diz ainda o documento do projeto.
Quais características, então, colocam Viçosa nessa posição de destaque nacional? São, principalmente, os itens do segmento “Necessidades Humanas Básicas”, nos quais soma uma pontuação média de 87,99.
O primeiro é o de moradia, no qual obteve nota 98,5. Nesse quesito, Viçosa tem uma avaliação considerada “relativamente forte” no grupo de municípios com a mesma faixa de PIB per capita, sendo sua média elevada pela quantidade de domicílios com coleta de resíduas adequada, iluminação adequada e paredes adequadas.
No item “Água e Saneamento”, a cidade chega a 93,85 pontos, tendo os subitens “Abastecimento de Água via Rede de Distribuição”, “Esgotamento Sanitário Adequado” e o “Índice de Abastecimento de Água” considerados fortes em relação ao grupo de municípios com a mesma faixa de PIB per capita.
O terceiro item que mais eleva a colocação de Viçosa local e nacionalmente é o de Segurança Pessoal, com nota 84,82, sendo o resultado puxado pelo baixo número de homicídios, tido como “Relativamente forte” no comparativo com municípios que têm a mesma faixa de PIB per capita.
O top 5 do RN O segundo melhor resultado do IPS no RN ficou com a cidade de Ipueira, que obteve 66,08 e também está entre as 308 cidades que têm o nível de progresso social enquadrado na melhor escala possível do Índice, na 283ª colocação. O município da região Seridó tem 2.035 habitantes, 127,35 km², e R$ 17.289,92 de PIB per capita.
Já o terceiro lugar, Pau dos Ferros, no Alto Oeste, atingiu nota 65,94, ficando em 296ª posição no país e completando o grupo de cidades potiguares entre as 308 que têm o nível de progresso social enquadrado na melhor escala possível do ÍPS. Com população e extensão territorialmente muito mais elevadas que os dois primeiros municípios do ranking norte-rio-grandense, Pau dos Ferros tem 30.479 habitantes e 259,96 km², sendo maior do que a capital do estado. O seu PIB per capita soma R$ 23.442,74, o que a coloca na posição 2.902 entre as 5.570 cidades do país.
Na quarta posição, a capital potiguar, com seus 64,45 pontos, fica em 543º lugar nacionalmente, ficando no segundo grupo mais bem ranqueado do Brasil, e acima da média nacional, de 61,83.
Natal tem 751.300 habitantes, 167,4 km². Já o PIB per capita chega a R$ 32.427,55, fazendo a cidade ficar em 2039º lugar no total de cidades brasileiras.
Completando o top 5 de municípios com melhor IPS no estado está Jardim do Seridó, que, como o nome indica, se localiza na região Seridó. A nota obtida foi 64,33, a permitindo figurar entre em 562ª posição no país. Com mais que o dobro do tamanho de Natal, chegando a 367,64 km², ela tem 11.655 habitantes. O PIB per capita está em R$ 17.976,09, o que a deixa em 3.494ª colocação no país.
Um novo documentário do diretor vencedor do Oscar Martin Scorsese trará uma conversa com o papa Francisco sobre o esforço apoiado pelo Santo Padre para oferecer educação por meio do cinema. A informação foi divulgada por produtores do filme nesta quarta-feira (30).
A obra, chamada “Aldeas – A New Story”, vai mostrar o trabalho do movimento educacional a Scholas Occurrentes, fundado pelo papa, e do projeto Aldeas, o qual apoia a produção de curtas-metragens visando promover a compreensão cultural.
O documentário está “enraizada na crença do papa na sagrada natureza da criatividade”, segundo comunicado dos cineastas. Ainda de acordo com eles, a conversa inédita com Scorsese foi a “última entrevista aprofundada do papa para o cinema”.
O filme foi descrito pelo pontífice “um projeto extremamente poético e muito construtivo porque vai às raízes do que é a vida humana, a sociabilidade humana, os conflitos humanos… a essência da jornada de uma vida”, afirmaram os cineastas.
Pequenos negócios do setor de turismo têm investido em experiências turísticas autênticas, no Rio Grande do Norte, oferecendo ao visitante a oportunidade de vivenciar o estado além da tradicional combinação de sol e mar.
A denominação Turismo Autêntico vem para definir um roteiro que respeita as origens de um território, que valoriza as tradições, a cultura, a gastronomia e é executado com protagonismo pelas pessoas do local. São experiências que valorizam o que de fato existe e está inserido rotineiramente na realidade de um grupo de pessoas.
Neste feriado de 1º de maio, esse tipo de escolha deve fazer parte do entretenimento de muitos potiguares que planejam atividades de lazer mais próximas de casa.
Turismo de Base Comunitária No RN, Território Potiguara Katu, na divisa entre Canguaretama e Goianinha destaca-se entre os destinos em que os moradores são protagonistas da atividade turística, onde é possível mergulhar na natureza e na história da comunidade indígena local. Outro exemplo é a Comunidade do Porto, em Canguaretama, que oferece passeios pelos manguezais, degustação de pratos típicos e vivências sobre o cultivo de ostras. Já na Comunidade Quilombola da Praia de Sibaúma, os visitantes conhecem a história da localidade e acompanham demonstrações do Zambê, ritmo tradicional da cultura afrodescendente.
Em Tibau do Sul, a Associação de Produtores de Ostras do Rio Grande do Norte também integra o roteiro, com uma experiência que inclui passeio em flutuante sobre a Lagoa de Guaraíras, degustação de ostras frescas e visita ao local de produção. Essas atividades integram ações voltadas ao turismo de base comunitária, com iniciativas de apoio técnico e capacitação.
Rota da Cerveja Potiguar Para quem prefere unir turismo e sabores, outra opção é a Rota da Cerveja Potiguar. Fruto de uma ação coordenada pelo Sebrae-RN, a rota reúne 16 cervejarias artesanais distribuídas entre os municípios de Natal, Parnamirim, Monte das Gameleiras, Mossoró e Pau dos Ferros.
As empresas participantes estão registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e passaram por consultorias e orientações oferecidas pelo projeto Transforma RN, uma parceria entre o Sebrae e a Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), voltada para a adequação sanitária, regularização e transformação digital dos empreendimentos. No site cervejapotiguar.com.br é possível ter todas as informações sobre as marcas.
Outra experiência encantadora para quem busca cultura e tradição é a vivência com as rendeiras da Vila de Ponta Negra, em Natal. A poucos passos do conhecido Morro do Careca, o visitante pode apreciar não apenas a paisagem, mas também o som característico dos bilros, instrumento usado na produção artesanal da renda.
Considerada um dos principais patrimônios culturais da cidade, a renda de bilro é apresentada aos visitantes em oficinas demonstrativas, que mostram as técnicas e os elementos desse delicado bordado. A experiência inclui ainda degustação da culinária local e a exposição de produtos confeccionados pelas famosas rendeiras.
A tradicional Tapiocaria da Vó Maria foi transformada em Memorial do Bilro e hoje é um ponto de referência para os admiradores da renda, reunindo as artesãs da região. Uma das iniciativas do grupo é a “Zoada dos Bilros”, encontro criado pela rendeira Maria Marhé com apoio do Sebrae-RN. A ação tem como objetivo valorizar a prática artesanal, promover a interação com os visitantes e dar visibilidade a cada artista envolvido na preservação dessa tradição. O trabalho também é divulgado através das redes sociais, pelo Instagram (@rendeirasdavila) e no Facebook (rendeirasdavila)
Entre abril e junho deste ano, o Brasil tem três feriados prolongados: Tiradentes, que foi em uma segunda-feira e emendou com a Semana Santa; Dia do Trabalho (1º de maio), que será em uma quinta-feira, e Corpus Christi (19 de junho), que também cai em uma quinta. Para o setor hoteleiro do Rio Grande do Norte, esse cenário é tido como uma oportunidade para impulsionar o turismo regional no estado.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do RN (ABIH-RN), Edmar Gadelha, a sequência de feriados próximos aumenta a procura por destinos menos distantes, seja nos polos litorâneos ou pelo interior.
“A ABIH-RN incentiva a criação de roteiros integrados e pacotes combinados entre municípios, fortalecendo assim toda a cadeia do turismo estadual. Este é o momento ideal para valorizarmos nossas múltiplas potencialidades e consolidarmos o RN como destino completo”, disse.
Na Semana Santa, que este ano foi teve o feriado mais estendido pelo Dia de Tiradentes, a ocupação média das unidades hoteleiras do estado foi de 75%, segundo Gadelha. Nos destinos mais procurados como Natal, Pipa e São Miguel do Gostoso, a demanda foi mais alta, tendo superado 80% em algumas localidades. “Desempenho positivo, reforçando o potencial turístico do estado”, avaliou o gestor.
Para o feriado de Dia do Trabalhador, ele afirma que, de acordo com pesquisas da entidade entre os meios de hospedagem associados, os destinos mais buscados seguem sendo Natal, Pipa e São Miguel do Gostoso.
“Esses municípios se destacam por oferecer belezas naturais exuberantes e infraestrutura turística qualificada, consolidando o estado como um dos principais polos do Nordeste”, explicou.
Já para o feriado de Corpus Christi, o último estendido do primeiro semestre, a projeção da ABIH é de uma ocupação “positiva, como a observada em outros feriados prolongados”.
Ao contrário do ocorrido nestes primeiros seis meses, no próximo semestre diversos feriados nacionais serão em finais de semana. De acordo com Edmar Gadelha, isso não leva a uma perspectiva positiva. “A coincidência dos feriados nacionais com os fins de semana representa um desafio para o setor turístico”, pontuou.
“Historicamente, quando os feriados ocorrem em dias úteis, observamos uma maior propensão dos viajantes para prolongar suas estadias através das tradicionais ‘pontes turísticas’, gerando um movimento mais intenso em nossos meios de hospedagem”, concluiu o presidente.
Natal figura entre as cidades mais buscadas do país para o feriado do Dia do Trabalho
A capital potiguar é a 11ª cidade mais procurada do país para o feriado de Dia do Trabalho na plataforma Omnibees, de acordo com levantamento divulgado pela empresa. Em relatório, a empresa identificou que até o dia 22 de abril, Natal teve mais 15 milhões de buscas na plataforma para a data.
Entre os destinos dos Nordeste, a “cidade do sol” foi a 5ª mais procurada, ficando à frente de cidades como Recife, João Pessoa e Ipojuca – onde se localiza a praia de Porto de Galinhas.
Para o secretário Municipal de Turismo, Sanclair Solon, o resultado é importante, pois reforça o papel de Natal como referência no turismo nacional e movimenta diretamente a economia local, gerando emprego e renda para os natalenses.
“Recebemos com grande satisfação a notícia de que Natal está entre os destinos mais procurados para o feriado do Dia do Trabalhador. (…) Seguiremos empenhados em tornar Natal cada vez mais atrativa para os turistas e acolhedora para os natalenses”, destacou o titular da Setur.
Segundo informações da a ABIH-RN, a expectativa é de que Natal registre 66% de ocupação hoteleira durante o feriado. Esse levantamento indica um crescimento de 10% na procura por hospedagens em comparação com o ano anterior.