NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO: HISTÓRIAS DE FÉ, TRADIÇÃO E DEVOÇÃO

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A festa de Nossa Senhora da Apresentação, padroeira da Arquidiocese e da cidade do Natal, segue até a próxima sexta-feira (21), reunindo milhares de fiéis em torno do tema deste ano, “Mãe da Apresentação, rainha da paz, do amor e do perdão”. Iniciada no dia 11, a programação reforça a tradição religiosa e o valor histórico da devoção, que acompanha Natal desde o século XVII e ganhou ainda mais força após o achado da imagem da Virgem no rio Potengi, em 1753, episódio que marcou definitivamente a fé dos natalenses.

O encerramento da festa começa à meia-noite, na Pedra do Rosário, com a Vigília da Apresentação conduzida pela Comunidade Católica Shalom. A celebração segue até as 5 horas, quando ocorre a primeira missa do dia, presidida pelo Padre Antônio Nunes de Araújo, pároco da Paróquia de São João Batista, em Lagoa Seca. Às 3h30 da madrugada acontece ainda a tradicional procissão fluvial, saindo do Iate Clube com destino à Pedra do Rosário, ponto que marca o achado da imagem.

Após a primeira missa, a imagem será conduzida pelos fiéis até a antiga Catedral, onde, às 7h30, será celebrada a segunda missa do dia, presidida pelo arcebispo emérito Dom Jaime Vieira Rocha. A missa solene está marcada para as 10 horas, na Catedral Metropolitana, sob presidência do arcebispo dom João Santos Cardoso. Ao final, a Câmara Municipal entregará o título de cidadão natalense a dom João e ao Monsenhor Valquimar Nogueira, pároco da Catedral.

Ao comentar o tema deste ano, o Padre Yago Carvalho, vigário paroquial da Catedral Metropolitana, explica que a escolha se inspira no hino da padroeira e busca expressar a relação maternal que os fiéis cultivam com a Virgem. “Neste ano de 2025, escolhemos como tema da festa inspirado no seu hino, é uma forma de retratarmos o amor e carinho de um filho para sua mãe”, afirma. O sacerdote também destaca o significado da Pedra do Rosário como espaço de memória e esperança para os devotos. Segundo ele, “a Pedra do Rosário é o marco histórico, espiritual, mas acima de tudo sinal da esperança de Deus em nosso meio”, um lugar onde os fiéis podem “contemplar o amor e carinho de Deus em nos conceder uma mãe”, ressalta.

A procissão terrestre, ponto alto das festividades, está marcada para as 16h, com saída da Matriz de Nossa Senhora da Apresentação (Antiga Catedral), na Cidade Alta, em direção à Catedral, onde haverá missa presidida por Dom João Cardoso. Para o Padre Yago, a caminhada expressa o compromisso dos fiéis com a paz proposta pelo tema da festa. Ele afirma que “somos necessitados de paz, não como um conceito, mas de forma concreta” e lembra que “o perdão transforma a vida de quem concede e de quem recebe”, ressaltando que a Virgem inspira esse caminho de reconciliação.

RELATOS DE FÉ E MILAGRE
Entre os relatos que marcam a festa está o da jornalista Andrea Lemos, que atribui à padroeira o milagre que salvou a vida do filho Samuel Afonso, hoje com 29 anos. Ela conta que, quando a criança tinha pouco mais de um ano, uma nebulização mal administrada no hospital desencadeou uma crise respiratória grave, que evoluiu para traqueíte aguda. Sem vaga disponível na UTI do Hospital Infantil Varela Santiago, Samuel passou a noite lutando para respirar. “Os médicos chegaram a ‘desenganar’ ele, disseram que, se sobrevivesse, teria sequelas graves, porque o oxigênio não estava chegando no cérebro, pois a passagem do ar tinha a espessura de uma agulha”, lembra.

Diante da angústia, a família recorreu à fé e fez uma promessa à padroeira, durante a procissão de encerramento da festa de 1997: caso Samuel sobrevivesse, caminhariam todos os anos na procissão, descalços e vestidos de branco. “E assim fazemos há quase 30 anos”, afirma Andrea.

“Ele cresceu sem sequelas, fez duas faculdades e uma pós-graduação”, conta emocionada.

O próprio Samuel também relembra a história com gratidão. Segundo ele, participar da procissão anual é um gesto de reconhecimento. “Ela faz parte da minha vida desde muito novo”, afirma.

“Meus pais fizeram uma promessa pedindo pela minha vida. Desde lá participamos da procissão descalços e vestidos de branco, agradecendo pela graça alcançada”, enfatiza.

CONTEXTO HISTÓRICO
A dimensão histórica da devoção é detalhada pelo historiador José Rodrigues, que destaca que a ligação dos natalenses com a padroeira é antiga. “A devoção à Nossa Senhora da Apresentação acompanha a história da cidade desde seus primórdios”, afirma. Ele lembra que documentos do século XVII já apontavam a invocação da santa como protetora da vila de Natal.

Rodrigues ressalta, no entanto, que o achado da imagem no Potengi, em 1753, fortaleceu definitivamente essa conexão. “O episódio do achado da imagem deu ainda mais força ao vínculo entre a Virgem e a capital potiguar”, explica. Para ele, a tradição de que “onde esta imagem parar nenhuma desgraça acontecerá” sintetiza o sentimento de proteção que marca a relação dos fiéis com a santa.

O historiador observa que fé, identidade local e memória coletiva se entrelaçam nessa devoção que atravessa quase três séculos. “É um relato que se mistura com a própria formação da cidade”, resume.


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CONSCIÊNCIA NEGRA EXPÕE DESAFIOS PARA MANTER VIVA A LUTA POR IGUALDADE NO RN

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O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, surgiu como uma data voltada à reflexão sobre a luta, a resistência e as contribuições da população negra para a formação do Brasil. A escolha remete à morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência à escravização no século XVII. Apesar de ter sido instituída oficialmente como Dia Nacional da Consciência Negra em 2011, por meio da Lei 12.519, a data só passou a ser reconhecida como feriado nacional em 2023, após sanção da Lei 14.759 pelo presidente Lula, reforçando sua importância no enfrentamento ao racismo estrutural e na promoção da igualdade racial.

No Rio Grande do Norte, essa reflexão se materializa no trabalho de profissionais e movimentos sociais dedicados à educação e à promoção da igualdade racial. Entre esses atores está o professor Gilson José Rodrigues Junior, do Campus Macau do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), cuja atuação ganhou força nos últimos anos.

“Minha trajetória dentro do IFRN tem se fortalecido graças à minha experiência anterior de militância, que me ajudou a ampliar o diálogo com movimentos sociais e com órgãos federais, como o Ministério da Igualdade Racial, criando condições para avançar em políticas antirracistas no Estado. ” Entre as ações mais recentes, ele destaca o protocolo antirracista do IFRN, o programa RN Interracista, lançado em setembro, e o curso Quilombar, previsto para o próximo ano, voltado à formação de professores da educação escolar quilombola, nas quais tem atuado.

O reconhecimento de todo esse trabalho ultrapassou as fronteiras do Rio Grande do Norte. Nesta semana, Gilson foi agraciado com a Comenda Senador Abdias Nascimento 2025, concedida pelo Senado Federal a personalidades que contribuem para a cultura afro-brasileira e a igualdade racial. Sobre a homenagem, ele define o momento como marcante. “Primeiro, foi uma grande surpresa ter recebido a indicação de concorrer à comenda Senador Abdias Nascimento, e só por levar este nome já é um grande privilégio para mim, enquanto homem negro. Eu fico muito feliz e acho que a gente precisa que as nossas lideranças negras, indígenas e quilombolas sejam mais visibilizadas”, afirma.

Por outro lado, apesar do reconhecimento público e da trajetória consolidada, Gilson destaca que o preconceito ainda atravessa seu dia a dia. Ele relata experiências que revelam o racismo presente no ambiente profissional. “Em 21 anos de docência, sendo um professor doutor, intelectual, pesquisador, eu ter tido sempre que ouvir a pergunta: ‘o que você está fazendo aqui, rapaz?’, quando eu estava indo dar aula em alguma universidade ou escola. Acredito que tinha a ver com não ter o corpo reconhecido como de um professor”, afirma. Para ele, o não reconhecimento da competência é uma das marcas mais dolorosas deixadas pelo racismo.

Outra voz que atua na defesa da igualdade racial no estado é a da empreendedora social Andreia Souza, idealizadora do projeto Valentes, que apoia comunidades e iniciativas de impacto no Rio Grande do Norte. Ela relata que o projeto já reúne cerca de 200 empreendedores e tem ganhado reconhecimento nacional, entre os quais ela pontua alguns: “Fomos destaque em 2025, sendo case citado em um capítulo do livro lançado pelo Instituto Update e pelo Observatório Feminista do Nordeste por nossas ações no ‘lockdown’. Também participamos do Conecta Latinas 2025, em Pernambuco, como única iniciativa do RN”, afirma.

Mas, apesar dos avanços, Andreia considera que as políticas antirracistas ainda caminham lentamente. Segundo ela, “a pauta ainda encontra resistência e o progresso é tímido”. Ela aponta, por exemplo, a ausência de representatividade negra em cargos de liderança e a falta de estrutura pública para políticas de igualdade racial. “É tudo muito tímido, é tudo muito lento, e ainda existe o questionamento de se ter cotas e tudo mais”, diz.


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BRISA: CÂMARA DESCUMPRE DECISÃO JUDICIAL E SESSÃO É NOVAMENTE SUSPENSA

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O processo de cassação da vereadora Brisa Bracchi (PT) sofreu revés nesta terça-feira (18), após a Justiça suspender, por duas vezes, a sessão extraordinária que a Câmara Municipal de Natal havia marcado para votar o parecer pela cassação da parlamentar. A decisão trouxe à discussão uma sequência de irregularidades que vêm marcando a condução do caso, fortalecendo a percepção de que a oposição ao PT tenta acelerar o julgamento a qualquer custo, mesmo atropelando o Regimento Interno e Lei Federal que trata de cassação de agentes públicos.

A principal razão da suspensão foi o descumprimento do prazo mínimo de convocação. Sessões destinadas à votação de cassação precisam ser anunciadas com 72 horas de antecedência, conforme determina o Regimento Interno. A Mesa Diretora, porém, divulgou a convocação na noite de segunda-feira para uma sessão na manhã desta terça, menos de 24 horas depois. O desembargador Cornélio Alves, ao analisar o pedido da defesa, considerou a convocação irregular e sustou imediatamente a reunião, ainda na madrugada da terça-feira (18).

Após a liminar que suspendeu a sessão, a Câmara voltou a anunciar uma nova votação para esta quarta-feira (19). A convocação, no entanto, novamente não respeita o prazo mínimo de 72 horas, repetindo o mesmo erro que motivou a decisão judicial inicial. Foi essa a justificativa da nova decisão, emitida pelo juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Natal, Artur Cortez, na noite do mesmo dia (18).

“A nova convocação, realizada no dia 18/11, às 09h23, para sessão a se realizar 19h às 11h, se apresenta como um claro descumprimento à decisão de segunda instância”, afirma, se referindo à decisão do desembargador Cornélio Alves.

A determinação do prazo está contida no Artigo 127, inciso 7º: “O denunciado deverá ser intimado de todos os atos do processo, pessoalmente ou na pessoa de seu procurador, com a antecedência de, no mínimo, 72 horas, sendo-lhe permitido assistir às diligências e audiências, bem como formular perguntas às testemunhas e requerer o que for de interesse da defesa”.

A oposição à vereadora, no entanto, passou a se basear, no curso do processo, pelo Decreto-Lei 201/67, editado pelo Governo Federal, que rege cassações em todo o país. De acordo com o artigo 5ª, inciso 4º, o prazo para convocação é de 24 horas, tratando, entretanto, da cassação de prefeitos.

A reincidência no atropelo do rito reforçou críticas de parlamentares, advogados e observadores de que há uma tentativa de aceleração forçada do processo, sem o devido cuidado jurídico e regimental.

Outro ponto é a convocação indevida da suplente Julia Arruda (PCdoB) para a sessão de votação. Segundo o Regimento Interno, não há qualquer dispositivo que impeça o vereador investigado ou alvo do processo de cassação de votar. Portanto, não existe base legal para afastar Brisa da sessão ou substituir sua participação.

Até mesmo o Decreto-Lei Federal revogou o artigo que tratava sobre o assunto. Ou seja, a vereadora tem o direito de votar, conforme os dois regulamentos.

Mesmo assim, a Mesa Diretora convocou a suplente, criando mais um vício no processo e reforçando a tese de que o rito está sendo conduzido de forma politicamente direcionada.

Além disso, o processo carrega desde o início outra fragilidade: o conteúdo da denúncia apresentada pelo vereador Matheus Faustino (PP). De acordo com o vereador Daniel Valença (PT), em denúncia ao Diário do RN, o texto de uma página cita um artigo do Regimento Interno, Artigo 11, inciso 12, que não corresponde à acusação feita, a alegação de que Brisa teria promovido “evento político-partidário” utilizando emendas parlamentares.

Não existe no Regimento Interno da Câmara Municipal de Natal qualquer tipificação que caracterize esse suposto ato como conduta passível de cassação. A acusação também não está enquadrada no Decreto-Lei 201/67. O artigo 7º, que aborda cassação de vereadores, não enquadra cassação “por evento político-ideológico com emenda parlamentar” em qualquer um dos incisos.


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FRANCISCO DO PT DISPARA: “ROGÉRIO MARINHO MENTE DESCARADAMENTE”

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Na sessão plenária desta terça-feira (18), o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Francisco do PT, fez um pronunciamento contra o que chamou de mentiras deslavadas. Sem citar nome, ele dedicou boa parte do discurso contra o senador Rogério Marinho (PL), a quem acusou de mentir “de forma deslavada” sobre a autoria e a execução de obras hídricas no Rio Grande do Norte. O deputado disse que precisou ir novamente à tribuna para “confrontar a desinformação” e apontar o que chamou de “cara de pau” do senador, que estaria tentando atribuir a si iniciativas que não realizou.

Segundo o parlamentar, o senador tem tentado se apropriar de projetos que não executou e que, em sua maioria, foram concebidos, financiados ou concluídos por governos do PT. Francisco afirmou que o senador, “que tem uma trajetória política caracterizada como o maior perseguidor da classe trabalhadora desse país, deu uma entrevista eivada de mentiras, de desinformação e de fake news” em Caicó.

“Eu não sei como é que um senador da República se presta a um papel desses, de ter que mentir para ganhar o voto do povo deste Estado”, disse.

O deputado citou como primeiro exemplo a Barragem de Oiticica, rebatendo afirmações de que a obra seria resultado do governo Bolsonaro. “O senador da república de extrema direita agora, porque também já mudou muito né, já foi até socialista no passado, mas agora é uma verdadeira metamorfose ambulante, quis inclusive se apropriar, querer chegar lá pra dizer que barragem de Oiticica foi obra de Bolsonaro. Barragem de Oiticica foi o governo do PT! Foi Dilma que proporcionou, foi Lula que terminou. 72,95% dos recursos que propiciaram a conclusão foram do governo Lula e Dilma”, afirmou.

Ele acrescentou que Bolsonaro, mesmo tendo quatro anos de espaço entre governos, “não teve sequer competência para terminar a obra”.

Francisco também criticou a tentativa de atribuir ao ex-presidente Bolsonaro a Transposição do Rio São Francisco: “É muita cara de pau querer se apropriar da transposição do Rio São Francisco para dizer que foi o governo Bolsonaro. Outra obra que o governo Bolsonaro não teve competência sequer para concluir. Foi preciso Lula voltar”.

O parlamentar relacionou a transposição a outras duas obras estratégicas para o Estado, o Ramal do Apodi e o Projeto Seridó, que está em execução. Segundo ele, “se Lula não tivesse tirado a transposição do papel, nem tinha Oiticica, nem tinha Ramal do Apodi, e nem tinha o Projeto Seridó”.

Sobre a Barragem Passagem das Traíras, entre Jardim do Seridó e São José do Seridó: “Esta eu conheço de perto. Esse mesmo senador, quando era ministro, tomou a obra do governo do Estado dizendo que ia fazer mais barata e mais rápida. Nem fez rápida nem barata. Sequer terminou a obra”. Ele lembrou, ainda, que a recuperação da barragem só avançou porque o governo estadual retomou os trabalhos: “Foi preciso Lula voltar. Foi preciso o governo do Estado pegar a obra para que ela pudesse ser concluída”.

O deputado afirmou que o comportamento do senador não é um caso isolado, mas parte de uma estratégia mais ampla da extrema direita. Ele criticou “a necessidade de mentira da extrema-direita”, dizendo que setores desse campo político perceberam que a estratégia de desinformação “dá voto”, e por isso a utilizam deliberadamente.

“É assim que essa gente agora quer fazer política. Querem dizer que o Rio Grande do Norte vive um caos. Promovem o desserviço da desinformação”, apontou.

Ele criticou especialmente a tentativa de construir a narrativa de caos.

“Caos era o que vivíamos em 2018: presídios em rebelião, cabeças decapitadas, polícia aquartelada porque não recebia salário, população com medo de ir às ruas. Agora querem reescrever a história.”

Francisco pontuou que a prática tem sido recorrente: “Todo dia a gente precisa estar aqui desmentindo mentiras que são contadas de forma deslavada, na maior cara de pau do mundo”.

Desinformação sobre energia solar
No mesmo discurso, Francisco também criticou o que classificou como “corrida para culpar o PT” no debate sobre a cobrança feita pela concessionária sobre usuários de energia solar.

Segundo ele, parlamentares da oposição levantaram acusações sem checar o conteúdo: “Houve quem se apressasse em dizer que era culpa do PT, de Fátima, de Lula. Quando fomos verificar, o argumento usado pela empresa era uma lei de 2022, sancionada por Bolsonaro, e uma lei estadual de 1996. Nada a ver com o PT.”

“Imediatamente já houve quem dissesse que foi culpa do PT. Mas quando perceberam que a lei era de Bolsonaro, aí já começaram a mudar a narrativa”, observou.


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BLACK FRIDAY MOVIMENTA COMÉRCIO E EXIGE ATENÇÃO DOS CONSUMIDORES

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A “Black Friday”, tradicional data de liquidações que marca o início das compras de Natal, acontece na última sexta-feira de novembro, mas já movimenta o comércio em Natal. O evento, que nasceu nos Estados Unidos e foi incorporado ao calendário brasileiro em 2010, tornou-se uma das datas mais importantes para o setor varejista, tanto físico quanto online. Neste período, os lojistas oferecem descontos expressivos, cupons e promoções que atraem consumidores em busca de boas oportunidades de compra e, ao mesmo tempo, impulsionam o faturamento das empresas.

Na capital potiguar, o clima é de otimismo entre os comerciantes. De acordo com Matheus Feitosa, presidente da Associação dos Empresários do Alecrim (AEBA), as expectativas são altas para este ano, e o bairro já iniciou os preparativos para a chamada “Esquenta Black Friday”. A ação está sendo realizada durante os feriados de novembro, como um aquecimento para a grande data de descontos.

“Nossas expectativas são sempre das melhores. Teremos também a grande Black Friday, uma Black Friday real e não uma ‘Black Fraude’. E já demos início ao nosso esquenta, que acontece durante os feriados de novembro. No dia 15, estivemos com o comércio aberto e diversas lojas já participando; e, agora, nos dias 20 e 21, mais estabelecimentos vão aderir à ação. Estamos fazendo essa entrega como um grande atrativo para que os clientes visitem o Alecrim durante os feriados”, afirmou Feitosa.

O dirigente destaca ainda que o comércio de rua e a tradicional feira livre do Alecrim também participam das promoções, contribuindo para o aumento no fluxo de clientes e no volume de vendas. “A feira livre do Alecrim funciona como uma grande colaboradora, atraindo consumidores e ajudando a gerar movimento. Está tudo pronto para que a Black Friday deste ano seja ainda melhor do que a do ano passado. A expectativa é de um crescimento entre 5% e 10% nas vendas em relação ao ano anterior”, afirmou.

Além do aspecto comercial, Feitosa ressalta que a data também serve como um treino para os lojistas e funcionários, em preparação para o intenso período natalino. “A Black Friday já é uma prévia das vendas de fim de ano e, por isso, uma oportunidade de treinar os comerciários. O Alecrim recebe tanto o público final quanto o cliente do atacado, que vem abastecer seus pontos de revenda. Então, junto com nossos parceiros, estamos planejando ações importantes para este período”, completou.

Consumidores devem ficar atentos para não caírem em pegadinhas, explica especialista

Jeoás Santos: “Desconfie de ofertas boas demais pra ser verdade” – Foto: Reprodução

Com o aumento das ofertas no comércio físico e virtual, no entanto, também crescem as armadilhas e práticas enganosas. O mês de novembro, segundo os órgãos de defesa do consumidor, é o período em que se registram mais reclamações nos Procons de todo o país, principalmente por conta de propagandas falsas e preços que não condizem com o prometido.

Com isso, o advogado especialista em Direito do Consumidor, Jeoás Santos, alerta para os cuidados que o público deve ter antes de efetuar uma compra. “O consumidor se deixa levar pela sensação de urgência e acaba comprando sem checar as condições reais da oferta. É nessa pressa que acontecem os maiores prejuízos”, destaca.

De acordo com especialista, entre as práticas mais comuns estão o aumento artificial de preços antes da Black Friday, a criação de sites falsos que imitam grandes redes varejistas, o uso de estoques inexistentes e anúncios com informações incompletas. Há ainda casos em que as lojas alegam “erro de preço” para cancelar vendas já concluídas.

Ainda segundo o advogado, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) diferencia a propaganda enganosa, que induz o consumidor ao erro, da propaganda abusiva, que se aproveita de situações de vulnerabilidade, como o medo ou o impulso. Ambas proibidas por lei. “O anúncio integra o contrato. Se a oferta for clara e plausível, o consumidor pode exigir o cumprimento do preço anunciado”, explica.

O especialista também lembra que, no caso das compras online, o consumidor tem direito ao arrependimento, garantido pelo artigo 49 do CDC. Isso significa que é possível desistir da compra em até sete dias corridos após o recebimento do produto, com reembolso integral, incluindo o valor do frete. Mesmo em promoções, os direitos de troca e garantia continuam válidos, sendo 30 dias para bens não duráveis e 90 dias para os duráveis.

“Nenhuma loja pode negar reparo ou devolução alegando que o produto estava em liquidação”, reforça Santos. Caso o problema não seja resolvido diretamente com o fornecedor, o consumidor deve reunir provas, como notas fiscais, ‘prints’ e protocolos de atendimento, e procurar o Procon ou o site consumidor.gov.br. Persistindo o impasse, é possível recorrer ao Juizado Especial Cível.

Jeoás conclui reforçando que para aproveitar a Black Friday com segurança, a principal recomendação é desconfiar de ofertas que pareçam boas demais para ser verdade.

“Promoção de verdade informa tudo com transparência e cumpre o que promete. Desconfie de preços milagrosos e registre sempre as condições da oferta”, orienta o advogado.


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SECRETÁRIO DE SAÚDE DE NATAL DESMENTE EX-PREFEITO SOBRE CONCLUSÃO DO HOSPITAL

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O debate sobre o Hospital Municipal de Natal voltou à tona. O atual secretário municipal de saúde, Geraldo Pinho, garante que o hospital ainda não está pronto para funcionar. Segundo ele, a primeira fase da obra, que representa cerca de 45% do projeto total, atingiu 85% de execução.

“Com mais de 200 funcionários trabalhando, a 1ª etapa chegou em quase 85% de sua realização e o bloco intermediário em 95%”.

Ele contesta fala feita na semana passada pelo ex-prefeito Álvaro Dias (Republicanos), que insiste na tese de que deixou tudo pronto para funcionar.

O ex-gestor reafirmou que a unidade de saúde estaria pronta desde o fim de sua gestão, em dezembro de 2023, e que apenas pequenos ajustes seriam necessários para a abertura: “Abrimos durante aquele período porque eu entendia que precisávamos dar uma resposta à população na questão da saúde. e veja bem, o que ficou faltando no hospital? ficou faltando no hospital um centro de esterilização e um pequeno centro cirúrgico qualquer, que instalado lá, duas salas para um centro cirúrgico, ele poderá funcionar perfeitamente”, disse Álvaro em entrevista à 98 FM.

Álvaro: “Ficou faltando um centro de esterilização e um pequeno centro cirúrgico” – Foto: Reprodução

A atual secretaria municipal de saúde (SMS), no entanto, rebateu as declarações e afirmou que a primeira etapa da obra ainda está em execução, com previsão de conclusão nos próximos meses.

Enquanto a prefeitura trabalha para concluir os 15% restantes da obra, o impasse entre as duas versões expõe a divergência política e técnica sobre uma das principais promessas da saúde pública da capital potiguar e deixa a população à espera.

De acordo com o secretário Geraldo Pinho, da gestão Paulinho Freire, as equipes trabalham na instalação de forro, acabamentos internos, fachada, redes elétrica e hidráulica, ar-condicionado, subestação, estação de tratamento de esgoto (ete), além da pavimentação e drenagem externa.

“Para o pleno funcionamento dos 100 leitos, 90 de enfermaria e 10 de UTI, são essenciais o acabamento interno, o centro de esterilização, lavanderia, cozinha, farmácia e parte administrativa, todos ainda em construção”, explicou Pinho ao Diário do RN.

Ele destacou que os blocos cirúrgicos, apontados por Álvaro como “um pequeno detalhe”, estão, na verdade, incluídos na segunda etapa da obra, a parte mais complexa e cara do hospital. “É onde o equipamento de saúde consegue realizar a alta complexidade e trazer faturamento e receita para o município. A segunda etapa é bem maior que a primeira e exigirá mais de R$ 100 milhões para sua execução”, afirmou.

O valor já foi solicitado pela Prefeitura à bancada federal potiguar, com reforço do requerimento realizado na última segunda-feira (10), pela vice-prefeita Joanna Guerra, na reunião que aconteceu com os parlamentares em Natal. o valor deverá ser incluído nas emendas de bancada 2026, de acordo com consenso.

“A gestão está empenhada 100% para entregar e inaugurar o hospital, buscando todo o apoio e parcerias possíveis para tal, como estamos fazendo com a nossa bancada federal”, complementou o secretário Pinho.

Localizado na avenida Omar O’Grady, no bairro Pitimbu, zona Sul da capital, o hospital municipal de Natal é considerado uma das obras mais aguardadas da rede de saúde pública da cidade. O prédio chegou a ser inaugurado simbolicamente em 30 de dezembro de 2023, nos últimos dias da gestão de Álvaro Dias. Na ocasião, o ex-prefeito garantiu que a primeira etapa estava “completamente concluída” e atribuiu à nova gestão a decisão de colocar ou não o hospital em funcionamento.

As obras, porém, foram retomadas em setembro deste ano, após paralisações motivadas por falta de recursos. Atualmente, mais de 200 trabalhadores atuam no canteiro, segundo a SMS.

“A gestão Paulinho Freire e a SMS são os maiores interessados na efetiva entrega dessa primeira etapa, para desafogar a rede municipal e aliviar a tensão da espera por leitos nas UPAs da cidade”, reforçou Geraldo Pinho.

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Secretário de Saúde, Geraldo Pinho, aponta que ainda falta conclusão da primeira etapa – Foto: Reprodução

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MINISTÉRIO PÚBLICO ARQUIVA PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO DA GESTÃO DE ALLYSON

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O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) arquivou o Procedimento Preparatório nº 03.23.2027.0000119/2024-29, que investigava a estrutura funcional das Unidades Centrais de Controle Interno da Prefeitura de Mossoró. O caso teve início em junho de 2024, a partir da Notícia de Fato nº 02.23.2031.0000049/2024-33, e foi convertido em procedimento preparatório no dia 23 de outubro de 2024, sob responsabilidade da 7ª Promotoria de Justiça da Comarca de Mossoró.

A apuração teve como base informações repassadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN), que, no processo nº 4525/2023, analisava a legalidade e o funcionamento do controle interno da administração municipal. O órgão de controle interno é responsável por acompanhar a execução orçamentária, fiscal e administrativa da Prefeitura, garantindo o cumprimento das normas de gestão pública.

Durante a investigação, o promotor Fábio de Weimar Thé expediu recomendações à administração municipal e requisitou documentos à Procuradoria-Geral do Município (PGM), que respondeu às solicitações ainda no final de 2024. Entre os pontos observados estavam a estruturação adequada do setor e a observância das normas de transparência previstas em lei.

Após análise das informações apresentadas, o Ministério Público concluiu que não havia indícios de irregularidade administrativa e que as medidas recomendadas foram devidamente atendidas pela Prefeitura. O promotor então promoveu o arquivamento do procedimento, decisão que foi encaminhada ao Conselho Superior do Ministério Público.

Em sessão realizada no dia 1º de abril de 2025, o Conselho homologou por unanimidade a promoção de arquivamento, validando a decisão da Promotoria. O arquivamento definitivo foi registrado em 15 de abril de 2025, encerrando oficialmente a tramitação do caso.

Com isso, o MPRN considerou sanadas as pendências apontadas e reconheceu que a Prefeitura de Mossoró regularizou a estrutura de seu controle interno, atendendo às orientações legais e às recomendações dos órgãos de fiscalização.


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PROCESSO PRECISA DE 20 VOTOS PARA CASSAR O MANDATO DE BRISA BRACCHI

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A Presidência da Câmara Municipal de Natal marcou para esta terça-feira (18) a sessão extraordinária que vai decidir se a vereadora Brisa Bracchi (PT) terá o mandato cassado. A votação ocorre apenas um dia após a Comissão Especial Processante aprovar, por 2 a 1, o relatório que recomenda a perda do mandato.

O anúncio da data mobilizou imediatamente os vereadores. De um lado, os que optam pela cassação; e de outro, aliados da petista, que classificam o processo como “ilegal, injusto, desproporcional e desarrazoável”. O principal porta-voz desse posicionamento é o vereador Daniel Valença (PT), único membro da comissão que votou contra o parecer.

Valença afirmou que a denúncia, que acusa Brisa de direcionar emenda impositiva para financiar o evento “Rolé Vermelho: Bolsonaro na Cadeia, se baseia em uma interpretação “errônea e inexistente” da lei. Segundo ele, o dispositivo citado pelo denunciante, vereador Mateus Faustino, não trata de atividade político-partidária, como apresentado no pedido de cassação.

“O artigo 11, inciso 12, proíbe uso de recursos para beneficiar a imagem pessoal. O denunciante escreveu algo que a lei não diz. É uma coisa tão absurda, tão grotesca, que simplesmente o vereador coloca no texto da denúncia que o artigo proíbe atividades políticas partidárias. É mentira, a lei não fala isso. Não tem como você responder por um crime que não está previsto na lei. Não existe crime onde a lei não prevê”, disse.

Valença também afirmou que a própria Funcarte autorizou e fiscalizou o evento: “Todas as testemunhas foram claras: não houve símbolos partidários, direção partidária, camisas, nada.

Você pode gostar ou não do evento, mas não pode cassar um mandato de mais de 6 mil votos de maneira ilegal e abusiva”.

Em nota divulgada após a decisão da comissão, a defesa da vereadora reafirmou que não há prejuízo ao erário e que o relatório ignorou documentos e testemunhos.

“É um parecer extremo, sem base jurídica e elaborado menos de 24 horas após nossa defesa. Esperamos que a Câmara não cometa a maior injustiça da sua história.”

Léo Souza a favor da cassação: “É uma votação política”
O vereador Léo Souza (PSDB), aliado do prefeito e integrante da base governista, enviou ao Diário do RN um vídeo em que justifica votação a favor da cassação da vereadora Brisa Bracchi e destacou que sua decisão leva em conta não apenas o conteúdo da denúncia, mas também a postura da parlamentar durante o processo.

Léo recordou que, recentemente, foi alvo de críticas da parlamentar pelo projeto social “Zona Norte na Pele”, mesmo sem utilizar qualquer recurso público. Segundo ele, a comparação feita entre sua ação e o evento financiado pela emenda de Brisa reforçou a necessidade de se posicionar. O vereador afirmou que considera indevida a tentativa de tratar todos os vereadores como responsáveis por práticas semelhantes. Para Léo, a forma como Brisa conduziu sua defesa pesou contra ela.

“Colocaram todo mundo no mesmo saco. Eu lamento que a vereadora tenha olhado primeiro para fora da Câmara antes de conversar com seus pares. Se eu estivesse no lugar dela, não teria cometido esse equívoco”, colocou.

O parlamentar disse ainda que o debate sobre o uso de emendas pode ser feito, mas ressalta: “Se você me perguntar, a emenda de fulano de tal fez festa de aniversário, certo, vamos discutir o regramento das emendas, mas isso não isenta do equívoco que foi cometido”.

Ele conclui resumindo o recorte do momento: “É uma votação política, e isso vai pesar na decisão”.

Plenário precisará de 20 votos para cassação
A sessão desta terça precisará de 20 votos favoráveis, dois terços do plenário, para confirmar a cassação da vereadora Brisa.

A vereadora e o denunciante, Matheus Faustino, não poderão votar, sendo substituídos pelos suplentes Júlia Arruda (PCdoB) e Albert Dickson (UB), que foram convocados nesta segunda-feira (17) para a sessão.

De acordo com informações de bastidores, a vereadora tem como certos sete votos favoráveis: Júlia Arruda (PCdoB), Daniel Valença (PT), Eribaldo Medeiros (REDE), Herberth Sena (PV), Samanda Alves (PT), Tácio de Eudiane (União Brasil) e Thabatta Pimenta (PSOL).

Já a bancada governista tem cerca de 17 votos pela cassação da parlamentar do PT: Aldo Clemente (PSDB), Anne Lagartixa (Solidariedade), Camila Araújo (União Brasil), Chagas Catarino (União Brasil), Cleiton da Policlínica (PSDB), Daniel Santiago (PP), Daniell Rendall (Republicanos), Fúlvio Saulo (Solidariedade), Kleber Fernandes (Republicanos), Leo Souza (Republicanos), Luciano Nascimento (PSD), Albert Dickson (suplente de Matheus Faustino), Preto Aquino (Podemos), Robson Carvalho (União Brasil), Subtenente Eliabe (PL), Tony Henrique (PL) e Irapoã Nóbrega (Republicanos).

Há informações, no entanto, que colocam Irapoã como um dos nomes cujo voto ainda não é definido.

Outras indefinições são: João Batista Torres (DC) e Claudio Custódio (PP), que não deixaram claro a intenção de voto; e Pedro Henrique (PP), que já afirmou considerar a cassação desproporcional.

Já o vereador Tércio Tinoco (União Brasil) está viajando. Há possibilidade de que possa votar online. Isso ainda está sendo debatido e deve ter um desfecho entre hoje e amanhã. Se votar, será a favor da cassação.


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COM PARECER FAVORÁVEL, PLENÁRIO VOTA CASSAÇÃO DE BRISA NA PRÓXIMA QUARTA

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O processo de cassação da vereadora Brisa Bracchi (PT) entra em sua reta final na Câmara Municipal de Natal. O relator da Comissão Especial Processante, vereador Fúlvio Saulo (Solidariedade), entregou oficialmente nesta quarta-feira (13) o relatório final com parecer favorável à cassação do mandato da parlamentar. A votação do relatório na comissão está marcada para segunda-feira (17), e o julgamento em plenário deve ocorrer na próxima quarta (19).

No relatório de 18 páginas, o relator Fúlvio Saulo concluiu que houve violação aos princípios da moralidade e da impessoalidade na destinação dos recursos, configurando infração político-administrativa.

“Constata-se, com a nitidez que o caso requer, que a conduta da vereadora Brisa Bracchi, ao destinar recursos oriundos de emenda impositiva para custear evento de natureza explicitamente política e/ou partidária, constitui ato incompatível com a dignidade do mandato parlamentar e ofensivo aos princípios estruturantes da função legislativa”, diz trecho do parecer a que o Diário do RN teve acesso.

Mesmo que os pagamentos não tenham sido realizados, já que as atrações do evento abriram mão dos cachês após o caso, o documento aponta que o simples direcionamento das emendas já teria causado “dano à imagem institucional da Câmara”.

“Ainda que os pagamentos não tenham sido realizados, restaram configurados o abuso de prerrogativa parlamentar, o dano à imagem institucional da Câmara e a violação dos princípios da moralidade e impessoalidade, suficientes para caracterizar o ilícito político-administrativo”, afirma outro trecho.

Em comunicado à imprensa, Fúlvio Saulo destacou que o trabalho da comissão foi conduzido “com transparência, serenidade e rigor técnico”, e que o voto pela cassação foi resultado de uma “análise imparcial das provas”. “O parecer é técnico, baseado nas provas, e meu voto foi pela cassação. A partir de agora, é aguardar a votação na comissão e encaminhar para o plenário deliberar de forma soberana”, declarou o relator.

A presidente da Comissão Especial, Anne Lagartixa (PL), explicou ao Diário do RN que o relatório será apreciado na manhã da próxima segunda-feira (17), antes de seguir para o plenário.
“Hoje não teve apreciação. Demos três dias para cada um analisar o parecer. Na segunda-feira pela manhã, a gente vai se reunir para apreciar e fazer a votação. Após isso, já vamos deixar tudo alinhado para que vá ao plenário na quarta-feira”, disse Anne ao Diário do RN.

Brisa alega perseguição e Daniel vai apresentar projeto paralelo na segunda-feira
Mas o cronograma foi criticado pelo vereador Daniel Valença (PT), também membro da comissão. Ele questionou, em conversa com a reportagem, a rapidez do relatório e a tentativa de antecipar a votação.

“Ontem era o prazo final para as alegações finais da defesa, e no dia seguinte o relator já apresentou um relatório de 18 páginas pronto. Isso deslegitima os argumentos apresentados e mostra que havia uma posição pela cassação antes mesmo de uma análise mais técnica. É muito estranho querer votar o parecer sem prazo adequado para avaliação”, declarou.
Valença informou ainda que pretende apresentar um relatório paralelo na segunda-feira, divergindo da conclusão do relator. A sua versão será apresentada durante a reunião de votação da Comissão.

“Na minha opinião, tem de tensionar que o relator fez um relatório em menos de 24 h das alegações finais, e querer além disto também votar o parecer sem estar este tema em pauta e sem prazo para análise”, reiterou o vereador aliado da vereadora Brisa.

Em nota oficial, Brisa Bracchi afirmou que o parecer “ignora as provas e alegações apresentadas pela defesa” e reforçou que o processo tem caráter político.

“Cerca de 24 horas após a entrega das nossas alegações finais, o relator emitiu seu parecer pela cassação, ignorando ignorando grande parte das alegações apresentadas pela defesa, bem como os depoimentos e outros documentos apresentados, reforçando o processo de perseguição política”, diz o texto.

A vereadora afirmou confiar na decisão do plenário e destacou que sua defesa é “técnica, sólida e consistente”, negando qualquer irregularidade no uso das emendas. “Não há qualquer prova que sustente um pedido de cassação. Seguimos confiantes na força da verdade, da democracia e do apoio popular que sustenta esse projeto coletivo”, concluiu.

Nas redes sociais, a parlamentar reforçou a mobilização com a hashtag #BrisaFica e convocou apoiadores para acompanhar a votação.

O que acontece agora
Com o relatório entregue, a Comissão Especial Processante se reúne na segunda-feira (17), às 9h, para votar o parecer. A expectativa é que o relatório de Fúlvio Saulo seja aprovado por maioria e encaminhado à presidência da Câmara, que deverá incluir o processo na pauta do plenário da próxima quarta-feira (19).

Se a cassação for confirmada pelos vereadores, Brisa Bracchi perderá o mandato, e sua cadeira será ocupada pela suplente Júlia Arruda (PCdoB), que integra a mesma federação partidária (PT-PV-PCdoB).

A denúncia que deu origem ao processo foi apresentada pelo vereador Matheus Faustino (União Brasil), que acusa Brisa de ter destinado R$ 18 mil em emendas parlamentares para o evento cultural “Rolê Vermelho: Bolsonaro na Cadeia”, realizado em agosto na Casa Vermelha. Segundo o autor, a iniciativa teve caráter político-partidário, o que configuraria desvio de finalidade e quebra de decoro.

O evento recebeu recursos por meio de emenda impositiva da vereadora: R$ 15 mil foram destinados à cantora Khrystal e banda, R$ 2.500 à banda Skarimbó, e R$ 500 ao DJ Augusto. O cartaz do “Rolê Vermelho” trazia a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro e pulseiras com dizeres alusivos à sua prisão, o que motivou a denúncia.


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“CARLOS EDUARDO PENSOU QUE HAVIA GANHADO E NÃO FOI NEM PARA O 2º TURNO”

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O deputado estadual Dr. Bernardo Amorim (PSDB) demonstrou confiança na força do grupo governista para as eleições de 2026 e afirmou que o pré-candidato Cadu Xavier (PT), nome lançado pela governadora Fátima Bezerra (PT), tem todas as condições de chegar ao segundo turno e vencer a disputa pelo Governo do Rio Grande do Norte. Em entrevista ao Diário do RN, o parlamentar minimizou o favoritismo de adversários e afirmou que o cenário político ainda está indefinido. Segundo ele, “muita água ainda vai rolar” até o início efetivo da campanha.

“Não tenho a menor dúvida, o processo eleitoral ainda não iniciou, não sabemos sequer quem serão nossos adversários. Cadu vai crescer naturalmente. É um candidato que tem empatia e carisma. Por onde andei com ele, a impressão das pessoas foi a melhor possível”, afirmou o deputado.

Para Dr. Bernardo, o momento é de cautela. Ele acredita que a oposição ainda enfrenta indefinições internas e que o eleitorado potiguar só começará a formar convicção após o início do debate público e a apresentação das candidaturas.

“Quando soubermos quem serão nossos adversários, e aí cabe a eles resolverem o imbróglio em que estão metidos, pois tem muito candidato para pouca vaga, vamos aguardar essa definição e botar o time em campo”, disse.

Bernardo se refere à indefinição entre a candidatura de Allyson Bezerra (UB), que pode sair em terceira via ou apoiado pela direita; a de Rogério Marinho (PL), que segue reafirmando pré-candidatura a governador do bolsonarismo mas pode seguir outro projeto nacional; e de Álvaro Dias (Republicanos), que aguarda possível vaga aberta por Marinho para ocupar o espaço de representante da direita.

O parlamentar também ressaltou o peso da influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa estadual. Para ele, o líder petista exercerá papel decisivo no pleito potiguar, especialmente por sua popularidade no Nordeste.

“Temos a nosso favor o maior eleitor do Brasil, que é Lula, e certamente ele vai fazer a diferença na eleição de todos os estados, em especial no Nordeste. Em 1986, o ex-presidente Sarney elegeu todos os governadores do Brasil. Não sei se Lula chegará a tanto, mas caminhamos para eleger todos os governadores nordestinos”, avaliou.

Dr. Bernardo afirmou ainda que o projeto político liderado pelo PT em nível nacional e estadual mantém bases sólidas, o que dará sustentação à candidatura de Cadu Xavier.

“Para se eleger tem que ir para o segundo turno, mas acredito não só que vamos para o segundo, e sim que vamos ganhar a eleição”, declarou.

“Não esqueci como se perde: é achar que já ganhou”

O deputado relembrou sua própria trajetória política e experiências eleitorais em municípios como Almino Afonso e Rafael Godeiro, no interior do estado, para reforçar o alerta contra o excesso de confiança.

“Fazemos política em Almino Afonso e Rafael Godeiro, onde ganhamos 19 eleições para prefeito. Não aprendi como se ganha, mas perdemos uma e não esqueci como se perde: é achando que já ganhou”, afirmou.

Na entrevista, Dr. Bernardo citou o caso de Carlos Eduardo Alves (PSD), que, segundo ele, “acreditou que já havia vencido” na eleição de 2022, como exemplo de que favoritismo antecipado não garante resultado.

“Carlos Eduardo também pensou que já havia ganhado e não foi nem para o segundo turno. Esse fenômeno poderá se repetir em 2026. Portanto, tenham calma os que acham que já ganharam, pois tem muita água para rolar”, concluiu.


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“A CHAPA INVENCÍVEL SERIA ALLYSON, DR TADEU VICE, FÁTIMA E ZENAIDE”

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O deputado estadual Vivaldo Costa (PV), decano da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, defendeu uma composição política improvável e já descartada por lideranças da esquerda e pelo próprio prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil). Em entrevista ao Diário do RN, o parlamentar defende que, em sua avaliação, a união entre o prefeito e o campo progressista seria “a chapa invencível” para as eleições de 2026.

“Eu defendo muito uma chapa, a chapa ideal para a gente fazer barba, cabelo e bigode, como diz o matuto, seria uma chapa com o prefeito de Mossoró, pré-candidato ao governo do Estado, Allyson Bezerra, eleito para o governo do Estado, e na mesma chapa seria eleita Fátima Bezerra para o Senado e a segunda vaga seria eleita a senadora Zenaide”, disse Vivaldo.

O parlamentar, que integra a federação PV, PT e PCdoB, avalia que uma aliança entre Allyson, o prefeito de Caicó, Dr. Tadeu, e a governadora Fátima Bezerra teria força política e eleitoral para dominar o pleito. Para o deputado, o ideal seria que o presidente Lula e a governadora Fátima Bezerra abraçassem o projeto como uma estratégia de fortalecimento da base governista em todos os níveis.

“Eu acho que para Lula interessa um candidato forte. Para ele é importante ter maioria no Senado, ter tudo. Um candidato forte para o governo que com apoio de Lula, com apoio de Fátima, se elegeria governador, Tadeu se elegeria vice-governador, era uma chapa forte, uniria o Oeste, o Seridó, era uma chapa fortíssima, e com o apoio de Lula, de Fátima, de Zenaide, seria uma chapa completa”, avaliou.

Questionado sobre a resistência de setores do PT e da base governista a uma aliança com Allyson Bezerra, da centro-direita, o deputado fez menção ao que chamou de ensinamentos pragmáticos “dinaristas”, referindo-se ao ex-governador Dinarte Mariz:
“Esses pruridos só existem quando dá prejuízo político. Quando dá vantagem política, quando ajuda a ganhar eleição, passa por cima de todos esses pruridos e se vota no candidato certo. Eu acho que seria uma chapa invencível”, reafirmou.

Vivaldo Costa também comentou o avanço das forças de direita. Segundo ele, a radicalização entre esquerda e direita tem favorecido os eleitores bolsonaristas em todo o Brasil e no Rio Grande do Norte.

“Há uma tentativa muito grande de fazer a polarização entre direita e esquerda. Isso interessa principalmente aos eleitores de Bolsonaro. Porque na hora que o povo está com raiva do bloco do governo, vota em qualquer um. Vota até em Rogério Marinho para governador do Estado, vota em Álvaro Dias. Não precisa ser o melhor, o que tem a melhor proposta, não. O mais radical, o que bater mais no governo Lula terá a preferência do eleitor de Bolsonaro”, avaliou.

O deputado também comentou o desempenho do pré-candidato do seu grupo, Cadu Xavier, lançado pelo PT. “Cadu até agora não decolou… Mas ele já disse que vai crescer muito nas pesquisas porque ele é o candidato de Lula. E é uma verdade: Lula ainda continua sendo um grande eleitor no Brasil. Cadu está muito animado”, afirmou.

Apesar da defesa firme da aliança improvável, Vivaldo Costa afirmou que seguirá a orientação da federação à qual pertence. “Eu sou filiado ao PV. Eu sou disciplinado. Meu partido, quem o meu partido apoiar, eu acompanho. Eu sou liderado da governadora Fátima Bezerra, sou liderado do presidente Lula e voto dentro do meu sistema”, declarou.

O deputado lembrou, no entanto, que há movimentações internas e acredita que o vice-governador Walter Alves (MDB) ainda pode surgir como candidato. “Há muitas pessoas experts em política que acreditam que o candidato será Walter Alves ao governo do Estado. E o próprio Garibaldi, que é um político muito experiente, já insinuou que Walter Alves está recebendo muitos apelos para se tornar candidato ao governo do Estado”, completou.


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RELANÇAMENTO DE “CULTURA DE MASSA EM PROCESSO” CELEBRA LEGADO DE ALEXIS GURGEL

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Nesta quinta-feira (13), às 16h30, a Livraria Manimbu Arte e Cultura, em Petrópolis, zona leste de Natal, será palco do lançamento da segunda edição do livro “Cultura de Massa em Processo”, do jornalista e escritor Alexis Gurgel. O evento também inaugura as atividades do projeto “Gaveta Aberta”, iniciativa contemplada no Edital de Apoio à Economia Criativa do Sebrae/RN (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Norte), que tem como propósito resgatar, valorizar e republicar obras literárias potiguares fora do mercado editorial tradicional, fortalecendo a memória e a produção cultural do Estado.

Em Cultura de Massa em Processo, ensaio escrito, reunindo textos já publicados pouco antes de sua morte, Alexis revela um pensamento à frente de seu tempo. Observa com lucidez o avanço da comunicação, a força dos meios de massa e o que chamava de “a industrialização do espírito”.

Visionário, antecipou questões que hoje moldam a sociedade da informação e o próprio fazer jornalístico. Publicada pela primeira vez em 1986, a obra retorna agora como testemunho da sensibilidade e da inteligência crítica de um autor que deixou uma marca profunda na cultura potiguar.

De acordo com Helena Gurgel, idealizadora do Gaveta Aberta, mais do que um relançamento, o encontro será uma celebração da cultura e da vanguarda potiguar, reunindo nomes fundamentais da cena artística e intelectual. Com entrada gratuita, o evento é aberto à comunidade e voltado especialmente para estudantes, pesquisadores, bibliotecas comunitárias, feiras literárias e o público interessado em literatura, arte e memória cultural.

Helena Gurgel também explica que a proposta do Gaveta Aberta surgiu do desejo de resgatar obras potiguares esquecidas, principalmente aquelas que não possuem mais exemplares disponíveis para venda, e recolocá-las em circulação. Para ela, o relançamento de Cultura de Massa em Processo simboliza o início de uma jornada de valorização da memória literária do Estado.

“Este é apenas o primeiro lançamento do projeto, uma homenagem ao saudoso jornalista Alexis Gurgel, que nos anos 1970 foi um dos nomes mais inquietos do jornalismo e da experimentação estética em Natal”, destaca.

A programação também inclui a exposição do artista visual Falves Silva, cofundador do movimento Poema/Processo, e a roda de conversa Memória em Processo, com a participação de Rejane Cardoso, Rita Machado, Falves Silva e Vicente Serejo. O debate propõe revisitar temas como o Poema/Processo, a comunicação, a literatura e a experimentação estética, ressaltando o legado de Alexis Gurgel e o contexto cultural efervescente dos anos 1970 em Natal.

VIDA E OBRA
Alexis Gurgel nasceu em Caraúbas, em 1945, e viveu intensamente cada linha que escreveu, fosse na editoria policial ou nos debates culturais que movimentavam Natal. Da redação do Diário de Natal às rodas de poesia concreta e poema/processo, Alexis fez da palavra um território de experimentação e de liberdade. O jornalista morreu no ano de 1979, na capital potiguar.

Além de Cultura de Massa em Processo, Alexis também é autor de “Alcateia de Letras – Proseando com a Literatura Potiguar”, lançado em 2021, com prefácio da poeta Maria Maria Gomes, obra que valoriza o material humano e cultural do Rio Grande do Norte.

Entre homenagens à sua trajetória, destaca-se a Rua Jornalista Alexis Gurgel, no bairro de Capim Macio, em Natal. Também cabe mencionar o projeto “Entre matrizes, cordéis, xilos e gravuras”, do pesquisador Alexandre Gurgel, que reúne expressões artísticas nordestinas em diálogo com o universo cultural explorado pelo autor homenageado.


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PROFESSORA DA UFRN DEFENDE PROTAGONISMO DE ESCOLAS E COMUNIDADES NA AÇÃO AMBIENTAL

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A professora Mariana Almeida, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), será uma das representantes do estado na COP 30, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, que está acontecendo em Belém (PA). Ela leva na bagagem uma trajetória marcada pela inovação e pela crença na educação como caminho para enfrentar a crise climática.

“Sou movida pela inovação e seu poder de transformação, concomitante com a responsabilidade de transformar evidências científicas em ação educacional concreta”, conta Mariana. À frente de iniciativas como o Meninas no Espaço, presente em 19 estados brasileiros, a professora vê na COP 30 uma oportunidade de apresentar resultados, fortalecer redes e ampliar políticas de educação climática baseadas em dados.

Mariana explica que quer aproveitar a conferência para trocar experiências com outros países e aprender novas metodologias que possam ser aplicadas nas escolas e comunidades brasileiras. “Quero aprofundar cooperações internacionais, trocar metodologias de mitigação e adaptação ancoradas em ciência cidadã e tecnologias educacionais, e aprender com soluções de outros países para acelerar a transposição de conhecimento científico para práticas escolares e comunitárias”, diz.

Na COP 30, ela pretende abordar temas como educação climática baseada em evidências, comunicação e letramento científico, equidade de gênero e juventudes na agenda climática e uso pedagógico de dados ambientais. Segundo Mariana, discutir essas pautas é essencial para fortalecer a cultura científica nas escolas e formar uma geração mais preparada para os desafios do clima.

A professora acredita que a participação na conferência pode gerar resultados concretos para o Rio Grande do Norte. “As discussões podem catalisar políticas estaduais de adaptação costeira, combate à desertificação, gestão de eventos extremos e formação continuada de professores”, afirma. Ela pretende transformar os aprendizados em programas estruturantes de educação climática, conectando a UFRN, a Secretaria Estadual de Educação e as comunidades locais.

Mariana chega à COP 30 representando uma rede de colaborações que inclui a Agência Espacial Brasileira (AEB), a rede GLOBE da NASA, secretarias estaduais e grupos de pesquisa da UFRN.

Essas parcerias, segundo ela, garantem rigor científico e diversidade de experiências. “Essas colaborações trazem escala nacional e permitem que os resultados sejam replicados e comparados entre diferentes estados”, explica.

Ela também destaca os desafios que ainda precisam ser enfrentados no campo da educação climática. Entre eles, estão a desinformação, a baixa cultura de dados nas escolas e a pouca integração entre ciência e políticas públicas. “O desafio é tornar a educação climática um eixo curricular e de gestão, e não uma atividade periférica”, afirma.

Depois da conferência, Mariana pretende transformar o que aprender em ações práticas. “Vou traduzir os aprendizados em formações, guias, jogos e protocolos didáticos; ampliar a Rede Nacional de Educação Climática e fomentar projetos escolares de monitoramento ambiental com devolutivas para a comunidade”, diz.

A mensagem que quer levar à COP 30 é direta: “Não há ação climática eficaz sem educação climática robusta, dados abertos e participação social. Meninas, jovens, professoras e comunidades são agentes centrais da transição justa.”

Para ela, o legado que a COP 30 pode deixar é o fortalecimento de políticas de educação climática financiadas e avaliadas, o incentivo a soluções baseadas na natureza e a criação de redes duradouras que transformem dados em decisões. “Espero que o Brasil assuma uma década de compromisso com a justiça climática e a proteção dos biomas”, afirma.

Mariana conta que sua dedicação ao tema nasceu do contato com as escolas e comunidades que já sentem os impactos das mudanças climáticas. “Ver estudantes produzirem dados, interpretarem seu território e liderarem soluções locais consolidou minha vocação para a pesquisa aplicada e a cooperação em rede”, diz.

Com sua participação na COP 30, a professora leva o nome da UFRN e do Rio Grande do Norte ao palco global das discussões sobre o clima e reforça a ideia de que a educação é o elo essencial entre o conhecimento científico e a transformação social.


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PT QUER AMPLIAÇÃO DA ESQUERDA NO CONGRESSO CONTRA BOICOTE A LULA

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Os deputados federais Fernando Mineiro e Natália Bonavides, ambos do PT, avaliaram que o grande desafio político de 2026 será ampliar a bancada de esquerda no Congresso Nacional, de modo a garantir sustentação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao projeto político que o partido defende. Em entrevistas ao Diário do RN, os parlamentares potiguares ressaltaram a contradição entre o apoio popular ao presidente e a eleição de congressistas que atuam contra as propostas do governo.

“Estamos vivendo um momento muito importante, a gente precisa reforçar um rumo para o nosso país. O presidente Lula está reconstruindo o Brasil, hoje estamos colhendo esses frutos, e não tem sentido a sociedade brasileira apoiar e eleger o presidente Lula, mas ao mesmo tempo colocar lá no Congresso Nacional parlamentares que são contrários ao projeto do presidente Lula e que lutam para derrotá-lo”, afirmou Mineiro.

Segundo ele, é preciso corrigir essa distorção nas eleições do próximo ano.

“A minha questão central é: precisamos aumentar a bancada que realmente defenda os interesses do povo brasileiro. Porque é contraditório. Apoiamos, defendemos o Lula, elege o Lula.

Mas elege parlamentares que são contra e boicotam o trabalho do presidente Lula lá. Precisamos mudar isso em 2026”, aponta o deputado.

Mineiro, que confirmou que disputará a reeleição para a Câmara Federal, também declarou que pretende votar para o Senado em um nome que esteja alinhado ao projeto nacional do presidente Lula.

PT no RN
A deputada Natália Bonavides também confirmou que será candidata à reeleição e se disse confiante no fortalecimento do PT no Rio Grande do Norte. Segundo ela, o partido está montando uma chapa competitiva para as eleições de 2026, com nomes que representam a continuidade do projeto iniciado pela governadora Fátima Bezerra.

“Eu estou muito animada para as eleições do ano que vem. O PT está formando chapas muito interessantes e eu estou muito animada com como vai ser uma campanha em que Lula candidato a presidente, Fátima candidata a Senado e Cadu candidato ao governo”, afirmou.

A parlamentar elogiou o desempenho do pré-candidato Cadu Xavier, apontando-o como o nome “mais preparado” para suceder Fátima Bezerra no Governo do Estado.

“Ele, sem dúvidas, é a pessoa mais preparada desse Estado para assumir, após a gestão da governadora Fátima, o governo. A gente tem uma oportunidade de ouro no nosso Estado, que é vendo o quanto o Estado foi reconstruído com a governadora Fátima e agora segue sendo fortalecido”, afirmou a deputada.

Natália também defendeu a ampliação da bancada progressista na Câmara.

“Eu acho que a chapa de federal que o PT está formando está ficando muito forte. Nós vamos conseguir ampliar a bancada, e isso é muito importante porque o nosso Estado tem tido um histórico de bancada que majoritariamente vota contra o povo trabalhador”, avaliou Natália.

Sobre a disputa ao Senado, ela afirmou que o partido já definiu o nome da governadora Fátima Bezerra para a primeira vaga e que o segundo continua em diálogo com partidos aliados do campo democrático.

“Ainda não há definição. O partido já lançou o nome da governadora Fátima Bezerra para a primeira vaga do Senado e estamos dialogando com vários partidos aliados, partidos do campo democrático, partidos que não apoiam esses processos golpistas que a direita tem feito o Brasil passar. Acho que esse segundo nome tem que ter esse perfil: alguém que seja democrático e que consiga apoiar lá no Senado as políticas do presidente Lula, que vai ser reeleito também”, completou a parlamentar do PT.


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TOMBA: “OU ALLYSON SOLTA A MÃO DE ZENAIDE, OU FICA SEM A MÃO DOS OUTROS”

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O deputado estadual Tomba Faria (PL) enviou um recado direto ao prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), durante entrevista à 98 FM de Natal, nesta quarta-feira (12). Ao comentar a composição da direita potiguar para as eleições de 2026, o parlamentar afirmou que Allyson “vai ter que escolher” entre Zenaide Maia (PSD) e os demais aliados conservadores.

Enquanto defendia a união da oposição, ele foi questionado sobre a parceria do prefeito de Mossoró com a senadora Zenaide Maia, de quem o mossoroense afirmou “não soltar a mão”. “Aí ele vai ter que escolher: ou solta a mão dela, ou fica sem a mão dos outros”, disparou Tomba.

A fala demonstra o isolamento do grupo bolsonarista ao prefeito mossoroense, caso ele insista na aliança com a senadora, que integra a base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Durante a entrevista, o deputado defendeu a união das forças da direita no Rio Grande do Norte para vitória em primeiro turno. “Acho que a direita deve fazer um esforço enorme para unir todo mundo. Defendo a união da direita. Se a direita se unir, nem segundo turno tem”, afirmou.

Tomba destacou que a formação de uma chapa única, reunindo lideranças como Rogério Marinho (PL), Styvenson Valentim (PSDB), Álvaro Dias (Republicanos) e Allyson Bezerra (UB), é essencial para o fortalecimento do grupo.

“Para fazer a chapa completa, precisaria também do prefeito de Mossoró, que está fazendo uma boa administração, e vamos ver qual seria a parte dele, onde ele entraria. Qual o espaço que ele teria. Mas na hora que une, você sai fortalecido”, disse o parlamentar.

O deputado alertou que a existência de múltiplas candidaturas no campo conservador pode desorganizar o projeto eleitoral, mas enfraquece Allyson: “Ou então [se não unir] vai para a disputa com três candidatos. Todo mundo quer ser, ninguém abre mão, mas lembrando que Rogério Marinho já abriu mão várias vezes. Com três candidaturas, zera o jogo. O prefeito sai da prefeitura, aí já muda as coisas”, analisou.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de o senador Rogério Marinho (PL) disputar o governo do Estado ou se engajar em um projeto nacional, Tomba reafirmou o apoio ao correligionário, a quem considera o melhor preparado para liderar a direita potiguar.

“Tenho conversado com Rogério Marinho. Ele sempre me disse que é candidato a governador. É um grande nome, capaz. Mostrou isso na CPMI do INSS”, afirmou.

O deputado também elogiou o ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias, e o senador Styvenson Valentim, mas reforçou que Rogério é o nome mais forte do grupo.

“Álvaro Dias também é um bom nome, mas eu vejo Rogério mais preparado. A direita está chegando e eu acho que é a vez. Rogério Marinho e Styvenson Valentim. Álvaro Dias seria um grande nome também. Há ainda Allyson Bezerra, prefeito de Mossoró, todos são bons candidatos. Mas vejo Rogério como o melhor”, declarou.

Tomba também falou sobre a nominata do PL para as eleições de 2026 e adiantou que o partido deve eleger entre sete e oito deputados estaduais. “A nominata do PL deve eleger entre sete e oito candidatos. Temos nomes como Gustavo Carvalho, Terezinha, Júlio César, Coronel Azevedo. Se fala em Adjuto Dias, Luís Eduardo e Jorge do Rosário, de Mossoró. Esperamos que seja forte a nominata”, afirmou.


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ABRAÃO LINCOLN E GABRIEL NEGREIROS: NOVA QUEBRA DE SIGILOS PODE ABALAR O RN

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura o chamado “Rombo dos Aposentados” vota nesta quinta-feira (13) dois requerimentos de quebra de sigilo que podem desencadear novas revelações sobre o esquema de desvio de recursos do INSS e abalar o cenário político do Rio Grande do Norte.

Os pedidos têm como alvo Paulo Gabriel Negreiros de Almeida, tesoureiro da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), apontado como homem de confiança do presidente da entidade, Abraão Lincoln, e suspeito de operar financeiramente o esquema de descontos indevidos sobre benefícios de aposentados e pensionistas.

O Requerimento nº 2.537/2025, apresentado pelo senador Styvenson Valentim (PSDB-RN), solicita a quebra dos sigilos telefônico e telemático de Paulo Gabriel Negreiros, com acesso a dados de comunicações, registros e conteúdos em plataformas como WhatsApp, Facebook, Instagram, Google e Apple iCloud. O objetivo é rastrear contatos, interações e eventuais comunicações relacionadas à movimentação de valores e à atuação da CBPA no período de 1º de janeiro de 2020 a 10 de novembro de 2025.

Já o Requerimento nº 2.493/2025, de autoria do deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), complementa as investigações ao pedir a quebra dos sigilos fiscal e bancário do mesmo investigado. A medida busca detalhar as movimentações financeiras, contas, declarações de imposto de renda e registros de operações ligadas aos repasses da CBPA e convênios firmados com o INSS.

De acordo com informações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), a confederação foi criada em 2020, mas permaneceu praticamente inativa por dois anos. Em 2023, entretanto, registrou um crescimento súbito de filiados e receitas, sem estrutura física ou administrativa compatível com o volume de recursos movimentados.

Nesse período, Paulo Gabriel Negreiros teria atuado diretamente na gestão das contas bancárias da CBPA, sendo apontado como responsável por intermediar operações financeiras suspeitas.

Investigadores afirmam que parte dos recursos desviados pode ter sido destinada a políticos e aliados ligados à cúpula da confederação, o que aumenta o potencial impacto das quebras de sigilo sobre o Rio Grande do Norte.

“Trata-se de um passo decisivo para desvendar a trilha do dinheiro e identificar quem se beneficiou com o rombo nos recursos dos aposentados”, afirmou Styvenson Valentim na justificativa do requerimento.

A votação dos dois pedidos foi incluída na pauta da sessão desta quinta-feira (13) da CPMI, que será realizada em Brasília, com transmissão pelos canais institucionais do Congresso Nacional.

A expectativa é de que, se aprovadas, as medidas possam abrir um novo capítulo nas investigações e expor o caminho do dinheiro desviado, trazendo à tona ligações políticas e empresariais até então desconhecidas.

Prisão de Abraão Lincoln
O presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, foi detido em flagrante na madrugada do último 4 de novembro, por ordem da CPMI do INSS, mas foi liberado horas depois após pagar fiança.

A ordem de prisão foi determinada pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), sob a acusação de falso testemunho durante a sessão que discutia supostas fraudes cometidas por entidades que descontam mensalidades diretamente de benefícios previdenciários.

Abraão Lincoln, que obteve habeas corpus preventivo do ministro Alexandre de Moraes (STF) para permanecer em silêncio sobre fatos que pudessem incriminá-lo, foi confrontado com uma série de questionamentos sobre sua trajetória política e jurídica. Gaspar fez um apanhado da vida do presidente da CBPA.

Entre as contradições apontadas, o relator destacou que Abraão Lincoln omitiu sua relação pessoal com o tesoureiro da CBPA, Gabriel Negreiros, afirmando inicialmente que o vínculo era apenas “institucional”.

No mês de maio, reportagem do Diário do RN, trouxe informações sobre a ligação entre Lincoln e Negreiros, apontado como braço direito do presidente da Confederação. Os dois são investigados pela Polícia Federal sobre as fraudes no INSS.

As perguntas diretas e incisivas deixaram o potiguar visivelmente acuado. Alfredo Gaspar também destacou o principal ponto da investigação atual: o número alarmante de mortos incluídos nas listas de descontos associativos vinculados à CBPA. “Há cerca de 40 mil mortos incluídos como filiados ativos”, frisou o relator, observando que esse número é recordista entre as entidades investigadas.


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MONITORAMENTO APONTA QUASE 4 MIL CASOS DE ESPOROTRICOSE NO RN

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De acordo com monitoramento realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), desde 2016, o Estado já acumula quase 4 mil casos de esporotricose, infecção causada por fungos do gênero Sporothrix, que pode afetar humanos e animais, especialmente gatos. A transmissão ocorre principalmente pelo contato com o fungo presente no solo e na vegetação ou por meio de animais infectados, através de arranhões, mordidas ou contato direto com as lesões.

O levantamento aponta que, dos casos notificados, mais de 3 mil foram registrados em animais e quase 900 em humanos, sendo a maior parte em mulheres com idade entre 35 e 65 anos, possivelmente cuidadoras de animais infectados e residentes na capital potiguar, sobretudo nas zonas norte e oeste.

Diante dos números, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN) faz um alerta e reforça que os dados se referem ao acumulado desde o início da série histórica, há quase anos. Segundo a Sucoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap, Cíntia Higashi, apesar dos registros, a situação está sob controle, mas é necessário que potiguares mantenham a atenção diante do surgimento de novos casos.

“É importante que a população entenda que esses números não são apenas relativos a 2025, mas ao acumulado desde 2016, quando os estudos começaram a ser realizados. Porém, é importante que a população redobre os cuidados diante do surgimento de novos casos no Estado, principalmente aqui na capital”, alerta.

SINAIS E SINTOMAS
De acordo com a médica veterinária Fabiana Fernandes, os sinais mais comuns da esporotricose são lesões na pele que se espalham pelo sistema linfático, formando nódulos e feridas tanto em animais quanto em humanos. Após o contágio, os sintomas podem incluir febre, dor nas articulações, inchaço, vermelhidão no local da lesão e aumento dos gânglios linfáticos. Em casos mais graves, a infecção pode atingir os pulmões, causando tosse, falta de ar e dor ao respirar, ou ainda afetar ossos e articulações, provocando inchaço e dor.

“Como é uma doença que dá sinais visíveis, é importante que, ao perceber qualquer um desses sinais e sintomas, o animal seja imediatamente isolado do convívio doméstico e encaminhado para atendimento veterinário. No caso dos humanos que tiveram contato com animais infectados, o ideal é procurar atendimento médico para as devidas orientações e tratamentos, se necessário”, orienta a veterinária.

A Subcoordenadora da Sesap/RN, Cíntia Higashi, também destacou a ausência de políticas públicas voltadas ao controle de doenças em animais, especialmente os de rua, e a necessidade de ações integradas para o enfrentamento da esporotricose.

“Ainda não temos, nem no Rio Grande do Norte nem no Brasil, políticas públicas de fato relacionadas à assistência a esses animais. Está em fase de construção no país, junto ao Ministério do Meio Ambiente, algumas políticas que começam a ser implementadas. Aqui no Estado, há alguns meses, temos trabalhado com representantes da sociedade civil, organizações não governamentais e outros órgãos do governo na construção de uma proposta de política pública voltada aos animais. Acreditamos que, a médio e longo prazo, poderemos ter um controle mais efetivo da doença a partir dessas iniciativas”, explicou.

PIONEIRISMO EM PARNAMIRIM
Embora ainda não haja uma política estadual voltada aos animais de rua, o município de Parnamirim se tornou pioneiro no Estado ao oferecer tratamento médico-veterinário gratuito para gatos com esporotricose. A iniciativa integra o Programa Protege Pet, viabilizado por emenda impositiva do vereador Michael Borges (PP), que destinou recursos do orçamento municipal para fortalecer as políticas de proteção e bem-estar animal. Neste primeiro momento, os atendimentos contemplam o tratamento da esporotricose, mas a emenda também prevê o atendimento de cães.

Segundo o vereador, o momento representa um avanço histórico para a causa animal em Parnamirim. “Fizemos um levantamento de quantas pessoas nos procuraram pedindo ajuda para o tratamento dessas doenças, porque muitas vezes não conseguem dar continuidade por falta de recursos. Então, esse projeto será um grande marco na causa animal, onde destinamos recursos à Prefeitura para esse fim. Só neste ano já foram aplicados R$ 100 mil no tratamento da esporotricose e da leishmaniose ”, disse.

Os recursos fazem parte da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, da Prefeitura de Parnamirim.

“Quando assumi a Prefeitura, o vereador Michael me disse que estaria ao lado da gestão para que eu nunca esquecesse da causa animal. Agradecemos pelas emendas destinadas, pois sabemos o quanto esses recursos fortalecem a concretização de um sonho que hoje se torna realidade”, afirmou a prefeita de Parnamirim, Nilda Cruz.

Com o novo programa, uma média de 120 gatos será atendida por mês, de terça a quinta-feira, mediante agendamento prévio via WhatsApp pelo número (84) 3644-8185. Serão disponibilizadas dez fichas por dia, garantindo atendimento contínuo e gratuito para tutores e protetores que enfrentam dificuldades em custear o tratamento.


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MAIOR CAJUEIRO DO MUNDO É RECONHECIDO COMO PATRIMÔNIO DO RIO GRANDE DO NORTE

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O Cajueiro de Pirangi, uma das principais atrações turísticas e símbolos naturais do Rio Grande do Norte, acaba de ser oficialmente reconhecido como Patrimônio Natural, Paisagístico, Ambiental, Histórico e Turístico Material do Estado. A medida, sancionada pela governadora Fátima Bezerra, foi publicada no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (11), marcando um novo capítulo na história do maior cajueiro do mundo.

Localizado na praia de Pirangi do Norte, em Parnamirim, o cajueiro impressiona tanto pela grandiosidade quanto pela simbologia. Segundo a tradição local, ele teria sido plantado em dezembro de 1888 por um pescador chamado Luiz Inácio de Oliveira. Desde então, a árvore, que hoje cobre uma área de aproximadamente 9.500 metros quadrados, ultrapassou em muito a expectativa de vida de um cajueiro comum, estimada em cerca de 50 anos.

Mais do que uma atração turística, o Cajueiro de Pirangi é um verdadeiro ecossistema vivo, abrigando lagartos, timbus, aves migratórias, abelhas gigantes e formigas. A cada ano, entre novembro e janeiro, a árvore centenária produz cerca de 15 mil cajus.

Com o reconhecimento oficial, o Governo Estadual reforça a necessidade de garantir a preservação do espaço, que se tornou um ícone da natureza e da identidade potiguar.

De acordo com o diretor técnico do Idema/RN (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte), Thales Dantas, o novo status do cajueiro como patrimônio estadual representa um importante avanço na proteção legal da árvore. Ele explica que, apesar da fama mundial, o cajueiro ainda não possuía instrumentos formais de preservação.

“Para além da declaração agora de patrimônio histórico, que foi sancionada pela governadora professora Fátima Bezerra, a gente também está nessa articulação para a criação do monumento natural do Cajueiro de Pirangi”, afirmou.

Thales destacou que o reconhecimento legal traz segurança jurídica e abre caminho para a criação de uma unidade de conservação dedicada à proteção da árvore.

“Infelizmente, o cajueiro tem 137 anos e ainda não possuía nenhum tipo de instrumento jurídico que garantisse sua preservação. Fora o título de maior do mundo, ele não tinha nenhuma proteção formal. Essa lei chega justamente para preencher essa lacuna”, completou.

O técnico também reforça que a iniciativa do governo, por meio do Idema, busca unir preservação ambiental, promoção cultural e valorização turística, transformando o cajueiro em um verdadeiro monumento natural potiguar.

“Essa legislação vem dentro de um cenário de preservação, mas também de promoção cultural, turística e ecológica por parte do governo. É um passo importante para assegurar que o cajueiro continue sendo motivo de orgulho para o povo do Rio Grande do Norte”, disse.

Quem conhece bem o valor simbólico e afetivo do Cajueiro de Pirangi é Inaldo Lucas de Paiva, mais conhecido como Doutor Castanha, personagem cultural que há 14 anos trabalha no local comercializando seus produtos e recebendo turistas de todo o mundo. Ele celebra com entusiasmo o novo reconhecimento.

“Se encontram muito felizes, todos os pirangienses, parnamirinenses, assim como o todo o estado do Rio Grande do Norte, por essa data tão especial, onde o maior cajueiro do mundo é considerado uma árvore cultural, turística, um patrimônio do nosso estado”, comemorou.

Com seu carisma e humor característicos, Doutor Castanha se tornou uma espécie de embaixador informal do cajueiro, sempre convidando visitantes do Brasil e do exterior a conhecer o local.

“A palavra é gratidão. O cajueiro é um símbolo que leva o nome do nosso estado para o Brasil e para o mundo. É uma alegria fazer parte dessa história e continuar mostrando esse patrimônio que encanta tanta gente”, disse, orgulhoso.

PODA E DEBATE AMBIENTAL
Apesar das comemorações, o Cajueiro de Pirangi continua no centro de um debate ambiental e jurídico. A polêmica em torno da poda da árvore ganhou força no segundo semestre deste ano, após decisão da Justiça determinando que o Idema realizasse uma intervenção para conter a expansão dos galhos e garantir a segurança da área.

A medida gerou reações divergentes. Ambientalistas e moradores manifestaram preocupação com possíveis impactos sobre a vitalidade da planta. Durante uma audiência pública realizada em julho, especialistas alertaram que cortes excessivos poderiam comprometer o crescimento do cajueiro e até ameaçar seu título de maior do mundo.

Após análises técnicas, o Idema adiou a poda para fevereiro de 2026, justificando que a intervenção durante o período de floração e frutificação, de novembro a janeiro, poderia prejudicar o ciclo natural da árvore.


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“MOSSORÓ ESTÁ VIVENDO UM DOS PIORES MOMENTOS NA SAÚDE”, AFIRMA VEREADORA

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Longe das prioridades do prefeito Allyson Bezerra, a saúde pública agoniza em Mossoró. A população tem dificuldades de acesso a quase todo tipo de serviço, inclusive cirurgias, que conta com uma fila de espera com mais de duas mil pessoas. Os problemas são abafados na Câmara de Mossoró, cuja bancada governista é dominante com 15 dos 21 vereadores, mas a vereadora Plúvia Oliveira alerta para o descaso. “Mossoró está vivendo um dos piores momentos na saúde.

“Propaganda não resolve a vida de 3.000 pessoas que estão em filas de cirurgias eletivas.”, critica, se referindo aos gastos da gestão Allyson com publicidade e à própria postura do prefeito nas redes sociais que tentam construir uma cidade perfeita.

Plúvia apresentou um requerimento na Câmara Municipal solicitando informações sobre as cirurgias eletivas de Mossoró à Secretaria Municipal de Saúde. Dados que a gestão tem se negado a fornecer até mesmo ao Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), que espera por respostas há mais de três meses. “Precisamos dessas informações para questionar e buscar soluções reais para o povo, por uma Mossoró realista.”, argumenta Plúvia.

A falta de prioridade e descaso do prefeito Allyson podem ser evidenciados no caso da longa fila de espera por cirurgias. Com pacientes esperando já há mais de um ano, a Secretaria Municipal de Saúde apresentou uma proposta ao Conselho Municipal de Saúde em que pede mais seis meses para atender os procedimentos.

Enquanto isso, Allyson esbanja gastos milionários ao longo do ano com eventos. O pré-candidato ao Governo do RN vai gastar, por exemploi, quase R$ 2 milhões com a decoração natalina da cidade. A Prefeitura de Mossoró contratou, mais uma vez, a empresa Castro Rocha LTDA pelo valor de R$ 1.755.000,00 para produção, montagens e desmontagem das estruturas natalina de Mossoró.

O Conselheiro Municipal de Saúde de Mossoró, Luiz Avelino da Silva, tem buscado uma solução para a realização das cirurgias e critica fortemente a postura da gestão Allyson. “Com certeza, a saúde não é prioridade, está em terceiro plano. Eles dizem que não tem quinhentos reais para pagar uma anestesia, mas tem mais de um milhão para contratar um cantor.”, compara.

O Diário do RN entrou em contato com a Secretaria Cível da Comarca de Mossoró para saber se a Secretaria Municipal de Saúde havia respondido ao último despacho do promotor Hermínio Souza Perez Júnior, da 19ª Promotoria de Justiça de Mossoró, do dia 10 de outubro, mas não teve resposta ate o fechamento desta edição. O promotor tenta reunir informações sobre a não realização de cirurgias desde o último dia 25 de julho.


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MINISTÉRIO PÚBLICO PEDE CASSAÇÃO DE PREFEITA E VICE-PREFEITO DE PENDÊNCIAS

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O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu à Justiça a cassação dos diplomas da prefeita de Pendências, Lays Helena Cabral de Queiroz (Republicanos), e do vice-prefeito Gilberto de Oliveira Fonseca, eleitos em 2024. O parecer, assinado pelo promotor Edgard Jurema de Medeiros, aponta fortes indícios de compra de votos e abuso de poder econômico e político durante a campanha.

De acordo com o MPE, as investigações revelaram dois núcleos de irregularidades. O primeiro trata de um episódio de compra direta de votos no dia da eleição, quando a fiscal de campanha Raquel Ferreira da Silva teria oferecido R$ 250 a duas eleitoras, identificadas como Joyce e Juliana Santos, em troca de votos “casadinhos” para a chapa 15 e um candidato a vereador aliado.

O pagamento, segundo o Ministério Público, foi comprovado por transferências via PIX, áudios, atas notariais e laudos periciais.

Em juízo, as testemunhas confirmaram o recebimento do dinheiro. A defesa tentou justificar a transação como um empréstimo pessoal, mas, segundo o promotor, as gravações e as circunstâncias do caso desmontam essa versão. “A materialidade e autoria da captação ilícita de sufrágio estão evidenciadas, não havendo dúvidas de que o valor teve natureza eleitoral”, escreveu o representante do MPE.

O segundo núcleo de irregularidades envolve o ex-prefeito Flaudivan Martins Cabral, a secretária municipal Ludmylla Rodrigues Martins e o coordenador de campanha Igor de Souza Luz. Eles são acusados de comprar apoio político da eleitora Joseane Rodriguez, que passava por tratamento oncológico. Segundo o Ministério Público, o grupo teria enviado R$ 1.000 via PIX, além de prometer ajuda médica e assistencial em troca de apoio.

Joseane confirmou o recebimento e relatou que, após se recusar a continuar na campanha, sofreu pressão e perseguição política. O MPE aponta que esse episódio caracteriza abuso de poder político e econômico, uma vez que os agentes públicos teriam utilizado estrutura e influência da Prefeitura para cooptar apoio durante o período eleitoral.

Diante das provas reunidas, o Ministério Público Eleitoral requer à Justiça:
A cassação dos diplomas de Lays Helena e Gilberto Fonseca;
A declaração de inelegibilidade por oito anos de todos os envolvidos;
A aplicação de multa conforme previsto na legislação eleitoral;
E a realização de novas eleições suplementares no município.

O processo tramita na Zona Eleitoral de Pendências e ainda aguarda decisão judicial. Caso a Justiça acate o parecer do MPE, a prefeita e o vice poderão perder o mandato e ficar impedidos de disputar cargos públicos até 2032.


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