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NATAL TEM MAIOR NÚMERO DE PACIENTES DIABÉTICOS ENTRE CAPITAIS NORDESTINAS

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A diabetes mellitus, conhecida popularmente apenas como diabetes, é caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue, resultante da incapacidade do corpo de produzir insulina suficiente ou de utilizá-la de forma eficaz.

Segundo o levantamento da pesquisa Vigitel de 2023 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), Natal lidera entre as capitais do Nordeste em número de casos da doença e está em quarto lugar no ranking nacional de pacientes com diabetes.

Em entrevista ao Diário do RN, o endocrinologista Ricardo Arrais enfatizou a importância dos hábitos saudáveis, como manter peso saudável através de boa alimentação, atividade física regular e sono adequado, sendo a melhor forma de evitar a diabetes: “Não há prevenção imunológica nem medicamentos eficientes para evitar a doença, tanto no tipo 1 como no tipo 2. A melhor prevenção é evitar ou reverter a obesidade, principalmente em pessoas com histórico positivo de diabetes de tipo 2 na família”.

Existem dois tipos principais: o tipo 1, onde o corpo não produz insulina, geralmente provocada pela destruição autoimune das células beta do pâncreas, que acomete perto de 10% dos casos, e o tipo 2, que é a forma mais comum e acontece pela diminuição da resposta (resistência) à insulina, surgindo principalmente provocada pela obesidade, correspondendo a cerca de 90% dos casos, outras formas, por defeitos monogênicos, ou secundários a outras doenças, respondem por 2-3% dos casos restantes. Ambos os tipos requerem atenção constante e cuidados para evitar complicações sérias, como doenças cardíacas, derrames, problemas nos olhos, rins e nervos.
Segundo o endocrinologista, os sintomas são mais claros e evidentes para o diabetes de tipo 1, que tem maior incidência em indivíduos jovens, e apresentam perda de peso, mesmo se alimentando até mais que o habitual, muita sede e aumento da diurese (urina). Por outro lado, a de tipo 2 leva meses ou anos para se instalar e levar a sintomas, que são mais leves, como cansaço, perda de peso gradual, períodos de mais sede e também aumento de diurese.
Ricardo Arrais explica que já era previsto que a diabetes fosse um dos maiores desafios do século 21 e que o avanço tecnológico da humanidade acarretaria em malefícios para o corpo humano.

“Já se previa, no final do século 20, pelo aumento evidente da obesidade em todas as faixas etárias, que a consequência esperada seria o aumento do diabetes, hipertensão, e assim as complicações vasculares, como infarto agudo e AVC, além de alguns tipos de câncer”, afirma o endocrinologista.

A melhor estratégia para combater a obesidade é focar na prevenção, especialmente em crianças e jovens. “Identificar e reverter precocemente quadros de obesidade pode prevenir ou ao menos retardar o desenvolvimento do diabetes. Quando a doença se manifesta em idades mais jovens, sua progressão e as complicações associadas tendem a ser mais rápidas e agressivas”, declara o médico que tem como principal área de atuação a Endocrinologia Pediátrica.

Conscientização
Nesta quarta-feira, 26 de junho, celebra-se o Dia Nacional da Diabetes Mellitus, uma data estabelecida pelo Ministério da Saúde em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), dedicada à conscientização sobre uma das condições de saúde mais prevalentes e desafiadoras da atualidade.

Esta iniciativa visa educar a população sobre a prevenção, o diagnóstico precoce e o manejo adequado dessa doença crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e no Brasil atinge 10,2% da população brasileira, conforme dados da pesquisa Vigitel Brasil 2023.

O endocrinologista Ricardo Arrais reforça o papel de ações voltadas ao combate à doença com ferramentas que possam ajudar na descoberta de novos casos e evitar o tratamento tardio da Diabetes. “Campanhas de conscientização e mobilização em datas especiais como campanhas onde glicemias capilares, a da ponta de dedo, podem identificar pessoas com glicemias alteradas, que devem ser confirmadas em dosagem laboratorial”, afirma o médico.


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