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PRODUÇÃO LEITEIRA É A PIOR DOS ÚLTIMOS 4 ANOS NA BACIA POTIGUAR

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Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pesca aponta aumento de insumos agrícolas entre os principais fatores para queda

Foto: Isaiana Santos

A produção leiteira do Rio Grande do Norte, no primeiro semestre de 2022, foi a menor desde 2018. A Estatística da Produção Pecuária, elaborada pelo Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico (IBGE), aponta queda ano a ano. Foram 38,9 milhões de litros de leite em 2020. 34,8 milhões de litros, em 2021. Agora, 33,2 milhões de litros foram produzidos em território potiguar.

O Secretário da Agricultura, da Pecuária e da Pesca do Rio Grande do Norte (Sape), Guilherme Saldanha, explica alguns fatores que contribuíram para queda na produção do leite. Segundo ele, nos últimos dois anos, produtores de leite em todo o Brasil já vinham lidando com o aumento do preço de insumos agrícolas responsáveis pela fabricação do líquido. Desde alimentos para as vacas, como capim e ração concentrada, até os materiais usados para fertilizar o solo, como o adubo, todos esses itens ficaram mais caros. Além disso, o aumento do preço do óleo diesel impactou no uso das máquinas usadas no cuidado do solo, como tratores. Esse quadro refletiu na diminuição da quantidade de alimentos disponíveis para os bovinos e, com isso, muitos produtores se viram obrigados a vender parte das vacas para exportação: “Nos últimos dois anos, o preço dos insumos se elevou bastante. O preço do adubo, por exemplo, subiu 300%. Com a alta demanda da carne, muitos produtores de leite se desfizeram do seu rebanho e venderam para abate, causando uma baixa produção de leite”. 

O maior nicho produtor do RN está no Seridó. O secretário ressalta ações tomadas pelos criadores da região para manter a qualidade da produção mesmo com a falta de insumos e outros materiais: “No Seridó, tem muitos produtores trabalhando com melhoramento genético, que torna as vacas mais eficientes na produção e armazenamento de forragem. Lá tem muita gente que conseguiu ser competitivo, reduzir custos, insistir na atividade e produzir sua própria forragem, conseguindo sobreviver à crise e ganhar mais dinheiro com essa atividade”.

Em 2022, o tempo esteve favorável para os setores de agricultura e pecuária no RN. O bom volume de chuvas registradas no estado amenizaram os desafios enfrentados na produção do leite.

O secretário Guilherme Saldanha relata que a chuva contribuiu para o aumento de pasto e da geração de sementes de milho e soja, usados na composição de rações dos animais produtores. Porém, o secretário afirma que a quantidade de alimentos produzidos no estado ainda não é suficiente para a alta demanda: “O que nós produzimos ainda é muito pouco para a necessidade do estado. Ainda importamos muita ração de outras regiões do Brasil”.

O responsável pela Sape também falou sobre as ações realizadas pelo governo do RN para incentivar os produtores e amenizar os efeitos da crise. De acordo com ele, o “Programa do Leite” aumentou o valor pago aos produtores em 85%. Assim, o preço, que era de R$1,80, passou a ser de R$ 2,54: “Isso é um aumento significativo. Se a gente não aumenta o valor, consequentemente, não iria conseguir fornecer para o estado e teria mais dificuldades para produzir”, disse. Além disso, o secretário também falou sobre a distribuição de feno a R$12 por fardo, sendo esse insumo produzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) e comercializado pelo Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater). No mercado, o preço do feno varia entre 20 e 25 reais por fardo.

Para contribuir com o aumento da manutenção da produção leiteira, o secretário acredita que as exposições agropecuárias de animais, como a Festa do Boi, também são importantes. Segundo o secretário, o RN possui o maior calendário de exposições agropecuárias do Nordeste, com quase 20 eventos desse tipo já realizados nesse ano: “Sem dúvidas, você consegue melhorar a atividade do setor através das exposições. Quando leva uma exposição à uma cidade e mostra/comercializa produtos da agropecuária, como o leite, você incentiva e dinamiza essa economia”.


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