
Por: Bosco Afonso
Nesta próxima quarta feira, dia 09 de fevereiro de 2022, as águas do Rio São Francisco começam a molhar o solo seco do Rio Grande do Norte e deverá significar a redenção hídrica do nosso estado, trazendo a certeza de suprir a necessidade de água para grande parte da população e esperanças para o tão sonhado desenvolvimento da agroindústria das Terras de Câmara Cascudo.
A transposição das águas do Rio São Francisco para o Nordeste Setentrional remonta ao século XIX, na década de 1840, sob o reinado de Dom Pedro II. Apesar das secas constantes na região Nordeste, conforme diz Wikipédia, “o parlamento sempre recusava as propostas do Imperador para a construção de um canal de transposição, sob a alegação de ser uma obra faraônica”. E mais: “Dom Pedro vendeu joias, obras de arte e pinturas para arrecadar fundos a fim de custear as obras, entretanto, a quantia obtida era insuficiente”.
Sem dúvida, o presidente Jair Messias Bolsonaro e o ministro potiguar Rogério Simonetti Marinho terão o reconhecimento dos norte-rio-grandenses pela obra de grandiosidade imensurável, até mesmo superior que a chegada da energia de Paulo Afonso, na década de 1960. Cada um na sua época. Coincidência ou não, ambos os benefícios vieram com as águas do Rio São Francisco e também tiveram a participação do ex-governador e ex-ministro Aluizio Alves. Como também, o processo da transposição das águas do Velho Chico contou com a participação do ex-senador e ex-ministro potiguar Fernando Bezerra. Cada um com a sua contribuição.
Mas Bolsonaro e Rogério Marinho não precisaram seguir o exemplo de Dom Pedro II e ficar apenas nas tentativas de fazer, nem muito menos nos governos que deixaram de fazer o dever de casa. Apenas tomaram uma decisão. Mesmo com relutância de outros setores governamentais. Em vez de apenas abrirem novas frentes de trabalho no Nordeste, elegeram como prioridade a conclusão das obras de transposição das águas do Rio São Francisco. Elegeram o Nordeste como prioridade. Ninguém pode negar.
A transposição das águas do Rio São Francisco tem muitos canais e muitas histórias. Histórias de recusas. Canais de corrupção. Histórias de paralisação. Canais de desvios de dinheiro público. Histórias de enfrentamento. Canais destruídos pelo descaso e pela ineficiência. Histórias de conclusão. Agora, além da água, cada um desses canais marcarão os seus personagens e todas as histórias em algum dia serão registradas e contadas na posteridade.
Agora, a hora é de celebração.
É hora de nós nordestinos, “paus-de-arara”, “paraíbas”, “cabeças-chatas”, “papa-jerimuns” celebrarmos juntos.
Esqueçamos as diferenças políticas partidárias. Esqueçamos o radicalismo que hoje praticamos e passemos a viver uma outra realidade com a chegada das águas do Rio São Francisco aqui no Rio Grande do Norte.