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CONTRATAÇÃO MILIONÁRIA DE EMPRESA DO PIAUÍ É QUESTIONADA NA CPI DA COVID NO RN

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Instituto de pesquisa apontou endereço no Piauí e oposição questiona: “Essa empresa nunca havia feito esse tipo de pesquisa”.
Foto: Reprodução

A contratação do Instituto de Pesquisa de Opinião Pública do Piauí, orçado em quase R$ 2 milhões, pela gestão da governadora Fátima Bezerra (PT) para estudo sorológico foi o tópico abordado na décima reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Covid) da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (8). A comissão investiga supostas irregularidades nas contratações feitas pelo Estado durante a crise provocada pela pandemia.

O presidente da CPI, deputado Kelps Lima, explicou que os depoimentos esclareceram algumas das dúvidas relativas ao processo, mas que ainda restam pontos obscuros no contrato, tais como: a importância desse estudo, parâmetros mercadológicos usados, critérios estatístico e social para a escolha da empresa, o porquê de nenhum instituto potiguar ter sido convidado e quais os resultados práticos da pesquisa, entre outros.

“Ainda restam pontos a responder. Um contrato com um valor muito alto precisa ser bem explicado, bem como o que motivou essa contratação, o porquê nenhuma empresa potiguar ter sido selecionada, são alguns dos pontos que continuaremos investigando. Sabemos que essa empresa nunca havia feito esse tipo de pesquisa antes da pandemia. Então, notificamos a Secretaria de Saúde do Piauí para saber se ela já atuou lá também. São coisas que vão nos ajudar a esclarecer melhor as dúvidas”, disse.

Além das servidoras da Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap), a assistente técnica da saúde, Daniele Nascimento dos Santos e a coordenadora de promoção à saúde Neuma Lúcia de Oliveira, também foi ouvido o presidente da Associação dos Institutos de Pesquisa do RN (Assinp/RN), Fernando Aguiar de Figueiredo.

Durante seu depoimento, Fernando reconheceu a importância da pesquisa, mas questionou o porquê de a Sesap não ter convidado institutos potiguares. As servidoras responderam que o chamado foi feito no site oficial da pasta, mas que nenhuma empresa potiguar se pronunciou. Elas falaram ainda sobre a diferença de preços cotados pelas empresas que responderam ao chamado, cujos valores variaram entre os quase R$ 2 milhões e R$ 6 milhões.

Conforme o relator da CPI, deputado Francisco do PT, as depoentes afirmaram ainda que não houve nenhum tipo de direcionamento ou favorecimento e explicaram a diferença de valores do contrato, uma vez que o orçado era quase R$ 2 milhões, mas foi pago apenas R$ 1,3 milhão.

“Estavam previstas três etapas, onde duas foram concluídas e uma ficou pela metade. Com relação a essa última etapa, elas disseram que foi feito foi atestado com parecer técnico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que atestou que essa inconclusão não comprometeu a pesquisa. Diante disso, o valor final não foi pago integral, mas proporcional”, disse.

*Texto de Alessandra Bernardo publicado no jornal Agora RN


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