O Governo da professora Maria de Fátima Bezerra poderá entrar para a história como a gestão que vendeu a CAERN, matando o discurso de proteção ao patrimônio público estatal e dando munição para que os adversários façam a festa contra sua história e contra sua gestão.
A privatização de uma empresa estatal pode sempre ser discutida e efetivada. Porém, é necessário estabelecer parâmetros mínimos que indiquem a necessidade da medida.
No caso da CAERN, a empresa estatal de águas e esgotos é superavitária. Ou seja: Arrecada mais que gasta. E isso não é comum em empresas públicas.
A CAERN administra um sistema que leva água a praticamente todos os municípios do Estado e, na maior parte, a receita é inferior à despesa. Há uma compensação para fazê-la ser lucrativa quando boa parte de seu mercado consumidor é deficitária.
O que a CAERN perde nos pequenos municípios, ganha nos maiores, produzindo o superavit que é traduzido em lucro.
Já houve tentativas em governos anteriores de privatização da CAERN. Governos de direita não ousaram vender a estratégica Companhia de Águas e Esgotos do RN. Seria justamente numa gestão de esquerda, ideologicamente contrária à venda de estatais à iniciativa privada que isso irá acontecer?
Há falhas na prestação do serviço? Se há, tem que ser corrigidas. É necessário tornar a prestação de serviço da CAERN de excelência. Dinheiro tem para isso. Afinal, a empresa está em sucessivos balanços de lucro.
A privatização da CAERN, justamente na véspera da eleição, pode ser o adversário que faltava para concorrer contra Fátima.
O fato é que a privatização da CAERN está obscura e em silêncio comprometedor por parte do Governo do Estado. A Assembleia está analisando projeto que não é explícito quanto ao tema. Pior ainda. Há suspeitas de que a venda da CAERN estaria camuflada para não chamar a atenção.
Fátima não pode calar diante desse tema. Seu silêncio é de cumplicidade e acobertamento ao processo de privatização do patrimônio potiguar.
Imperioso que a governadora, que tantas lutas encampou para defender a CAERN e seus servidores, venha a público e esclareça de forma explícita se vai realmente sepultar seu discurso de outrora e privatizar a CAERN ou tudo não passa de um jogo da oposição para desgastar a gestão Estadual.
Afinal, qualquer governador poderia ter motivo e discurso ideológico para privatizar a CAERN. Menos Fátima.
Privatizar uma empresa que dá lucro e é simbólica para o RN, é sepultar uma história e apagar o discurso.
Te que privatizar , Caern, Potigas, e demais, ser superavitária não é motivo para o Estado ter que preocupar com algo que não é isso função básica, que é saude, educação e segurança . Tem que vender e rápido enquanto é superavitária e pode com isso ser vendida mais cara .
– Primeiro a mensagem da governadora Fátima sobre esse tema: no seu governo a Caern jamais será privatizada e se em algum momento aparecer alguma proposta desse tipo ela a vetará incondicionalmente. Nesse governo a CAERN é lucrativa e eficiente e continuará alavancando seus resultados.
– Agora vejam que paradoxo: um deputado declaradamente privatista acusa uma governadora progressista e defensora das empresas públicas de querer privatizar uma empresa como a CAERN. E pasmem, sem considerar o parágrafo 3o. desse artigo que proíbe a abertura de capital da CIA (proíbe expressamente a privatização).
– É querer fazer o cidadão de idiota.