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CARLOS EDUARDO ALVES. UMA HISTÓRIA DE TRAIÇÃO. O ESCORPIÃO DA POLÍTICA POTIGUAR

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Certa vez, um escorpião aproximou-se de um sapo que estava na beira de um rio.
O escorpião fez um pedido:
“Sapinho, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?”
O sapo respondeu: “Só se eu fosse tolo! Você vai me picar, eu vou ficar paralisado e vou afundar.”
Disse o escorpião: “Isso é ridículo! Se eu o picasse, ambos afundaríamos.”
Confiando na lógica do escorpião, o sapo concordou e levou o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio.
No meio do rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo.
Atingido pelo veneno, e já começando a afundar, o sapo voltou-se para o escorpião e perguntou: “Por quê? Por quê?”
E o escorpião respondeu: “Por que sou um escorpião e essa é a minha natureza.”

A natureza do escorpião é trair. Na política, há alguns que carregam em si, a natureza do escorpião.

O ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, é um deles. Sua história na política é marcada por traições a aliados e familiares.

Em 2000, Wilma de Faria pediu o apoio do PMDB para ser eleita prefeita de Natal. Com visão política aguçada, o ex-governador Aluízio Alves emprestou o apoio do partido e indicou Carlos Eduardo para ser o vice de Wilma. A estratégia de Aluízio era que a presença do filho de Agnelo na chapa, evitaria a candidatura de Wilma ao governo, estragando os planos de o PMDB fazer de Henrique Alves o governador do RN.

Wilma e Carlos Eduardo são vitoriosos. Dois anos depois, Wilma renuncia ao mandato de prefeita para ser candidata ao governo. Nasce aí a primeira picada do escorpião Carlos Eduardo.

Ele trai a família Alves, que o havia indicado vice, abandonou o PMDB e apoiou a candidatura de Wilma.

Em 2004, Carlos Eduardo é candidato à reeleição para prefeitura de Natal. Seu vice seria o então deputado federal Felipe Maia, filho do ex-senador José Agripino. Compromisso firmado e não cumprido. Carlos Eduardo trai Agripino e Felipe e atrai Micarla de Sousa para ser sua vice na disputa contra Luiz Almir.

Eleição duríssima. Luiz Almir em crescimento e Carlos Eduardo caminha para perder o pleito. Na sexta-feira, antevéspera do pleito, Wilma bota seu exército nas ruas, vira o jogo e garante a vitória de Carlos Eduardo.

Tão logo se viu reeleito prefeito de Natal, Carlos Eduardo trai Wilma, demitindo todo o pessoal indicado pela mãe de Márcia, que ocupava cargos na prefeitura.

Nesse mesmo pleito, Carlos Eduardo também trai Micarla, a quem havia prometido trabalhar ‘a quatro mãos’. Deixou a Borboleta sem nada na gestão e desprestigiada. Quando houve reclamação, ele cunhou sua célebre frase: “Vice é vice”. Ou seja: Vice não é nada.

Em 2008, filiado ao PSB, Carlos Eduardo trai seu próprio partido e força Wilma a ir junto. O PSB tinha o prefeito da capital e a governadora do Estado. Rogério Marinho lança sua candidatura, mas é traído por Carlos Eduardo, que apoia a candidatura de Fátima Bezerra contra sua própria legenda. Micarla ganha a eleição contra todos.

Em 2012, Carlos Eduardo é novamente candidato a prefeito de Natal e Wilma aceita ser sua vice. Mais uma traição. Wilma de Faria, ex-governadora do RN transforma-se numa vice-prefeita desprestigiada e sem nada na gestão daquele que ajudara a eleger.

Em 2014, Robinson Faria espera o apoio de Carlos Eduardo para o governo. Em vão. Ele trai o pai de Fábio e apoia a candidatura de Henrique, a quem também já havia traído lá atrás.

Em 2016, Carlos Eduardo efetiva a traição e tira Wilma de sua chapa. Ela sai candidata a vereadora e é eleita. Ele busca o apoio do PMDB, partido que havia traído no início de sua trajetória no Executivo. Exige que o PMDB indique três nomes para que ele possa escolher qual seria seu vice. Escolhe Álvaro Dias, que também foi desprestigiado na gestão.

Em 2018, Carlos Eduardo renuncia ao mandato de prefeito para ser candidato a governador contra Fátima Bezerra, a quem fez sérias acusações durante a campanha.
Derrotado para o governo e sem mandato, em 2020, Carlos Eduardo exige que Álvaro Dias aceite a prima de sua esposa como vice-prefeita, sem dar o direito de Álvaro sequer pedir outros nomes para avaliar. Ameaça velada de rompimento que se efetivaria como mais uma traição. Álvaro cedeu.

Em 2022, Carlos Eduardo ameaça ser candidato a governador ou a senador. A suposta incerteza sobre o cargo não é por acaso. Ele precisa jogar sua isca para os dois lados.

Sua possível candidatura ao governo anima a oposição, que não encontrava um nome competitivo para concorrer contra Fátima. Porém, ao sinalizar que poderia disputar o Senado, Carlos Eduardo sinaliza para o PT que pode usar sua hipotética candidatura ao governo como moeda para barganhar com Fátima, enganar a oposição e ser candidato ao Senado na composição com a governadora.

Mesmo na oposição, com discurso de oposição e conversando com os líderes da oposição, Carlos Eduardo já os trai quando mantém conversas com interlocutores do governo Fátima Bezerra. Em público, critica a gestão do PT; nos bastidores, se reúne com o chefe da Casa Civil de Fátima.

Neste sábado, 5 de fevereiro, Carlos Eduardo concede entrevista ao jornalista Dinarte Assunção e confirma sua traição ao grupo de oposição, atribuindo aos ministros Rogério Marinho e Fábio Faria e ao prefeito Álvaro Dias, a culpa pelo fato de ele não ser o candidato da oposição ao governo, no mesmo instante em que expõe o desejo de ser o candidato a senador de Fátima, dando como certa uma aliança que sequer foi tratada no PT e que teria como consequência a traição da governadora ao seu próprio partido, pois teria que rifar a candidatura do atual senador petista, Jean Paul Prates.

Em entrevista ao jornal Tribuna do Norte neste final de semana, Carlos Eduardo dá como praticamente sacramentada a aliança com Fátima e critica Ezequiel Ferreira, a quem atribui dificuldade para mudar o discurso e ser oposição. Ora, o próprio Carlos Eduardo já começa a amestrar sua língua, outrora ferina contra Fátima, a buscar ‘acertos’ na gestão. O que difere Carlos de Ezequiel? Ambos traem o que fazem e o que pensam por oportunismo político. Um sai do governo para a oposição; o outro, deixa a oposição para ser governo.

Assim como o escorpião, Carlos Eduardo é um contumaz traidor. Hoje, ele não dispõe de grupo político, é o ‘eu sozinho’, de um minúsculo partido e sem alternativa no pleito, a não ser se oferecer para ser o senador daquela que tentou derrotar e cujo governo foi duramente atacado por ele quando achava que seria o candidato da oposição. Aqui ele trai sua convicção por puro oportunismo. O espelho lhe mostra duas faces.
Carlos Eduardo é um verdadeiro escorpião da política potiguar. A história confirma com vasta fundamentação.

Se o PT vai virar o sapo, cair na armadilha e ajudar o escorpião Carlos Eduardo a atravessar o rio eleitoral e conquistar um mandato de 8 anos para ferroar aqueles que o ajudaram, é só trair Jean Paul, anunciar a chapa e esperar o ferrão da traição mais adiante.

Afinal, trair é da natureza de Carlos Eduardo. E ninguém vai mudar a natureza do escorpião.


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3 comentários em “CARLOS EDUARDO ALVES. UMA HISTÓRIA DE TRAIÇÃO. O ESCORPIÃO DA POLÍTICA POTIGUAR”

  1. Pois é Ele só enxerga o seu interesse. Fui vitima do seu ferrão em 2010 qndo terminada a eleição nos convidou a sair do PCdoB pro PDT montar uma montar um nominata de vereadores pra eleição de 2012, e assim fizemos Eu, Sávio e outros. Depois de eleito esqueceu de nós. Me filiei ao PT fugindo desse tipo gente, mas….detesto essas estratégias. Defendo: melhor só que mau acompanhado.

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