O índice de famílias endividadas no Rio Grande do Norte atingiu 84,4% no mês de outubro deste ano, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Os números apontam uma queda de 6,8 pontos em comparação a outubro de 2020. Segundo a Fecomércio-RN, entre setembro (85,2%) e outubro (84,4%) deste ano houve uma redução de 0,8 ponto percentual no total de famílias endividadas.
No total, cerca de 222 mil famílias com dívidas no cartão de crédito, financiamento do carro, carnês, financiamento de casa, cheque especial, entre outras. Deste total, 36,4% já estão com contas em atraso.
Entre setembro (85,2%) e outubro (84,4%) deste ano houve uma redução de 0,8 ponto percentual no total de famílias endividadas, queda no percentual de famílias que já estão com contas em atraso (37,3% em setembro contra 36,4% em outubro).
A parcela das famílias que declararam que não terão condições de pagar contas ou dívidas e que permanecerão inadimplentes também aumentou de 3,6% em 2020 para 7,1% em 2021, quase dobrando o percentual.
O orçamento das famílias durante a pandemia tem sido comprometido por fatores como inflação mais elevada e a queda de receitas, de acordo o presidente da Fecomércio-RN, Marcelo Queiroz.
“Entre os fatores que mais contribuem para aumentar o endividamento das famílias estão a queda da renda das famílias e a inflação. A renda das famílias teve, só na pandemia, uma redução média de 9,4% segundo um levantamento do FGV Social – indicador da Fundação Getúlio Vargas. O aumento da taxa de juros de uma maneira geral também contribuiu porque ele encarece as dívidas”, afirma Queiroz.
Vendas no Varejo caem
Com a inflação em alta e o alto percentual de dívida familiar no Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que as vendas do comércio varejista potiguar recuaram -3,4% em setembro.
A maior contribuição negativa para a atividade do setor, devido à relevância que tem nos cálculos, foi veio do grupo hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Esse segmento foi duramente atingido pela escalada dos preços.
Além dessa, seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxas negativas em setembro em todo Brasil, com destaque para equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,6%), móveis e eletrodomésticos (-3,5%), combustíveis e lubrificantes (-2,6%).
Mesmo com dívidas, consumidores aguardam Black Friday com expectativa alta
Mesmo com o alto índice de endividamentos das famílias, a última sexta-feira do mês de novembro é aguardada com expectativa pelos consumidores que têm algo na lista para ser comprado. É quando tradicionalmente acontece a Black Friday, neste ano marcada para o próximo dia 26.
Apesar de um cenário econômico de inflação alta no país, que mexe com o bolso e o poder de compra dos brasileiros, o comércio no RN tem perspectivas positivas voltadas para a data que promete promover descontos especiais.
Um dos aspectos positivos, que promete influenciar positivamente a expectativa neste ano para a data especial para o comércio, é o cenário bem diferente em relação ao do ano passado quando se trata da pandemia do coronavírus. Para Cassiane Maria, empreendedora na área de artesanatos com foco em vendas digitais e feirinhas nos bairros da Região Metropolitana de Natal, o momento é bastante favorável para o crescimento de vendas nos centros comerciais e online, por haver um cenário de maior confiança dos lojistas e clientes, bem como do retorno dos eventos e da volta do fluxo normal.
“Sabemos que a Black Friday é um momento esperado por todos e que deve trazer bons resultados. Esperamos que a movimentação se dê na data programada para a promoção, mas também nos dias que a antecedem. Estamos trabalhando com a expectativa de crescer 15% do nosso faturamento este mês”, disse Cassiane em entrevista ao NOVO Notícias.
Por Novo Notícias