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RN É O 5º ESTADO DO NORDESTE EM NÚMERO DE DOADORES DE ÓRGÃOS

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Mês é marcado por ações de conscientização para aumentar número de doações e diminuir a espera de mais de 900 pessoas no Estado – Foto: Reprodução

A partir da Lei 15.463/2014, o mês de setembro ganhou a coloração verde com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos, e tem o dia 27 de setembro como o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Esse ano, o tema ganhou ainda mais destaque e chegou a ser centro de debates após o apresentador de televisão Fausto Silva, o Faustão, precisar de um transplante de coração e entrar na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar o procedimento.

O Rio Grande do Norte é o 5º estado do Nordeste em doações. Em 2022, foram realizados 335 transplantes, sendo 129 de córneas, 162 de medula óssea, 39 de rins, dois de coração e três de pele. Já este ano, foram 84 procedimentos de córnea, 29 de rins e três de coração. Até o mês de agosto, mais de 900 pessoas aguardavam na fila por um doador no estado. São 592 pessoas na espera por córneas, 327 por rins, 19 aguardando por medula óssea e apenas uma pessoa esperando por um coração.

A coordenadora da Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Rogéria Medeiros, explica acerca das cirurgias feitas no estado e o tempo de espera: “Aqui no Rio Grande do Norte são realizadas cirurgias de transplantes de córneas, rins, medula óssea, coração. O tempo que cada paciente fica na fila de espera é variável, pois temos critérios a serem respeitados, hoje o nosso maior tempo de espera é pelo transplante de córnea”.

Ainda sobre essa relação da extensão da fila e a demora pela cirurgia, a coordenadora enfatiza que essa mudança só pode acontecer com a conscientização acerca da doação: “Mudar esse cenário depende da doação de órgãos, possível apenas a partir da aceitação e autorização dos familiares. É importante cada um ter a consciência da importância de doar e comunicar esse desejo à sua família. Ser um doador é um gesto de amor fraterno e respeito à vida”.

O estado passou 10 anos sem realizar transplante de coração, mas desde 2021 retomou as cirurgias, realizadas no Hospital Rio Grande por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). No Nordeste, apenas RN, Ceará e Pernambuco realizam o procedimento.

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) faz captação de órgãos no Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, e no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal. Em 2021, também foram realizadas captação no Hospital Regional Telecila Freitas Fontes, em Caicó.
Neste ano, houve doação também advindas de: Hospital da Hapvida, na Liga contra o Câncer, Hospital Rio Grande, Hospital do Coração e Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). As ações são organizadas pela Central de Transplantes do RN e todas as captações são custeadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Quanto às unidades credenciadas no estado pelo Ministério da Saúde são quatro clínicas de oftalmologia credenciadas, além do HUOL, que também faz procedimentos de rins. No que diz respeito ao transplante de coração, a Sesap tem como parceiro o Hospital Rio Grande, única unidade credenciada no estado, que também realiza o de medula óssea. O Hospital do Coração é credenciado para rins e a Liga contra o Câncer está em fase de credenciamento para transplante de medula óssea.

COMO SER DOADOR

A coordenadora explica que para ser doador de órgãos basta expressar em vida aos seus familiares esse desejo, não sendo necessário nenhum documento oficial: “Quando acontece algum trauma, algum motivo que leve à morte encefálica do paciente, a equipe especializada do hospital vai procurar e conversar com a família sobre a possibilidade da doação de órgãos. Isso acontece quando o paciente já tem o diagnóstico médico de morte encefálica. Depois disso, a equipe entrevista a família sobre o desejo e a permissão de doar os órgãos do familiar. Em seguida, a família assina um documento, dando a permissão para que a doação aconteça”.

Segundo a Sesap, trata-se de um processo do qual participam três diferentes equipes de profissionais: a encarregada de realizar o diagnóstico de morte encefálica, a equipe de captação e a de transplante, o que garantiria a “imparcialidade” dos procedimentos.

Logo após essas etapas, uma equipe captadora, composta por cirurgiões, irá avaliar o paciente e proceder com a captação dos órgãos. Esses órgãos são encaminhados para o Serviço Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde, no qual são inseridos em uma lista para classificar quem receberá os órgãos doados.

Quanto a essa lista, após avaliação pelo médico especialista credenciado no SNT, o paciente é inserido em uma lista única de espera, e fica no aguardo para a indicação de realização do procedimento. Ao ser inscrito, o paciente recebe um número, chamado Registro Geral da Central de Transplantes (RGCT), com o qual pode consultar sua posição na lista de espera, por meio do site: https://snt.saude.gov.br/.


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