“Bolsonaro desconhece política de preço da Petrobras ou tenta enganar a população”
“Exclusivamente, não. O presidente Jair Bolsonaro pode até ser culpado quando ele vai em suas lives ou vai em rede nacional e diz que vai intervir na política de preços da Petrobras. Ou ele desconhece como é essa política de preço, que depende do humor do mercado e do preço do barril do petróleo e do valor do dólar, ou ele tenta através desse discurso enganar a população, mas não conseguiu por muito tempo”. Foi com essa declaração que o senador da República Styvenson Valentim (Podemos), criticou as disparadas sucessivas nos preços do gás de cozinha no Rio Grande do Norte e no Brasil.
Para o senador Styvenson, os reajustes no valor do gás de cozinha além de ser um “assalto”, onde o brasileiro tem que pagar “R$ 135 reais por um botijão de gás” demonstram que “a política econômica do Brasil já mostrou totalmente fracassada”, disparou.
Segundo Styvenson: “No minuto em que Paulo Guedes [ministro da Economia], há um tempo atrás, disse que se o dólar chegasse a R$ 5,00 reais, o governo em sua política econômica teria falhado. Isso ele deixou bem claro. E isso foi dito pela boca do nosso economista Paulo Guedes. O dólar hoje está chegando a essas alturas, então o aumento do dólar e a desvalorização da nossa moeda causa essa inflação”, enfatizou.
De acordo com o senador: “Houve uma falha. Houve uma falha grande, no minuto que permitiu que a inflação retornasse a amedrontar o cidadão brasileiro, a desvalorização da moeda é um tormento, é um pesadelo, que a gente passou por muito tempo sem ter, e agora a gente dorme e acorda sonhando com isso. Então sim, houve falha”, frisou.
Com o último reajuste de 7,2% nos preços do gás de cozinha e do petróleo, o valor do botijão de 13 quilos no Rio Grande do Norte subiu cerca de R$ 7 reais, segundo o Sindicato dos Revendedores Autorizados de Gás Liquefeito de Petróleo (Singás-RN). Dessa forma, o valor médio do preço do botijão no Estado deve custar cerca de R$ 114 reais. Segundo Styvenson “algo” deve ser feito e os Estados também devem cumprir com o seu papel na redução do “ICMS” que ajuda na “redução de carga tributária”.
Todos têm que se movimentar, do “legislativo, executivo federal, estadual”, todos vão ter que abrir mão em detrimento da população: “O que a gente pode fazer é atenuar. Diminuir os impactos diante de uma população que ganha um salário mínimo, para comprar um botijão de gás a R$ 135.00 reais, o equivalente a 10% dos seus rendimentos. Então um assalto, quando eu quis dizer, é essa forma brusca, essa tomada imediata, essa agressão, ao cidadão que ganha apenas um salário mínimo, para manter algo tão essencial para a manutenção da sua vida, que é o gás de cozinha”, explicou.
O senador tem dúvidas se o auxílio Gás Social, aprovado pela Câmara dos Deputados, que tem por objetivo subsidiar o preço do gás de cozinha para famílias de baixa renda: “Fazer o auxílio gás no valor de R$ 400,00 reais. Eu votei favorável a isso. Não se sabe até quando esse auxílio gás vai segurar justamente essas pessoas de baixa renda para comprar esse combustível para cozinhar, porque a inflação está consumindo, crescente”.
E prossegue: “Para todo e qualquer auxílio, ainda mais com essa política de quebrar o teto, de furar o teto é mais um problema futuro. Eu sou contra furar o teto de gastos. E os que sabem muito só estão fazendo besteiras, e eu não falo só do ministro Paulo Guedes não, eu falo de qualquer um que abrir a boca nesse país e disser que sabe fazer as coisas, porque todo mundo que diz que sabe fazer as coisas e olha aonde é que a gente já está, no fundo do poço e descendo cada vez mais”, finalizou.
Fonte: Agora RN