Tradição americana, incorporada pelo comércio brasileiro, a Black Friday é um dia de promoções com grandes descontos para atrair clientes na última sexta-feira do mês de novembro. A data vem ganhando força e muitos estabelecimentos iniciam as ações dias ou semanas antes, ou mesmo promovem liquidações durante o mês inteiro nas chamadas “Black November”.
A estudante de Publicidade e Propaganda, Luciana Araújo, afirma que a data é sempre muito aguardada: “Para muitas pessoas a Black Friday é quase um evento e eu sou uma dessas, sempre busco promoções de verdade, nos mais variados setores, em livros,celulares, é uma época que todo mundo lá em casa sempre compra alguma coisa.
No início da semana, o Diário do RN esteve em um dos maiores shoppings da zona sul de Natal e encontrou muitos clientes em busca de descontos e promoções. O servidor público Vagner Gomes, 51, comparava preços para presentear. Vagner afirmou que ainda não via grande diferença entre os preços dos produtos, mas mantinha boas expectativas de mais descontos. “Eu não estou vendo muitas promoções, mas acho que até o final do mês, deve ter alguma coisa mais atrativa nos preços. Eu sempre fico de olho quando baixa, quando aumenta. Estou indo nas lojas procurando um item, já fiz a pesquisa em 4, mas ainda não achei um preço bom”, pontua.
O comportamento do Vagner mostra que o consumidor está mais atento e tem suas estratégias para garantir descontos reais e também para não cair em golpes.
O autônomo Thiago Elias, 37, ressalta sempre estar de olho nos preços de mercado antes e depois da Black Friday para averiguar se realmente há promoção antes de adquirir produtos apenas por ofertas que soam extremamente tentadoras, ele destaca que fica de olho nos preços de eletrônicos e smartphones que possam ter descontos que realmente valham a pena. “Eu procuro sempre pesquisar e comparar. Se realmente tiver interessante os valores, eu compro, mas acho que tem muito marketing nessas divulgações. Acho que, em muitos casos, a Black Friday é apenas uma estratégia das marcas para falar em preço baixo, mas não ter desconto de verdade. No comércio em geral, algumas lojas fazem promoções, mas outras só constroem uma campanha falsa para atrair mais a clientela”, afirma.
Lojistas comentam expectativas para Black deste ano
Pela proximidade com o fim de ano, o período promocional da Black Friday é também um termômetro para o comércio. Segundo Lu Galvão, que trabalha no varejo há 25 anos e é gerente de uma loja de sapatos e acessórios, os clientes já estão antecipando as compras de Natal, o que é muito positivo. “A Black Friday está dentro das expectativas para nós e o consumidor já espera isso. Ele já entra, às vezes na primeira semana de novembro, e já cria aquela expectativa com os descontos”
Para Murilo Rodrigues, gerente de uma loja de óculos, os consumidores já ficam esperando este período para obter mais promoções e preços baixos:
“Aqui em Natal, a gente vê uma certa organização, o público espera realmente essa
data, tanto mês de novembro quanto a data ‘oficial’ na sexta-feira, quanto mais
próximo chega da Black Friday, o movimento aumenta de forma mais efetiva”.
Consumidores devem ficar atentos. Período é propício para golpes
Segundo o presidente da Comissão de Relações de Consumo da OAB, Pedro Petta, os consumidores devem estar atentos aos preços dos produtos e recomenda-se pesquisar duas ou três semanas antes da Black Friday para acompanhar se o item está em promoção. Além disso, alguns cuidados podem evitar golpes: “Os consumidores precisam entender que de fato essa época do mercado em que os golpistas se aproveitam para tentar obter algum tipo de vantagem em detrimento do consumidor, e eles realmente precisam ficar atentos, e principalmente não agir por impulso. Eles devem ficar atentos, principalmente no comércio virtual, à questão dos links. De preferência digitar no navegador o link, digitar o endereço daquela loja, daquela plataforma virtual que eles estão querendo aderir, evitar entrar em contato ou apertar em links estranhos”.
Já no comércio eletrônico, Pedro Petta dá orientações para que os consumidores não caiam em golpes virtuais, o especialista afirma ainda que dentro dos direitos exercidos pelo consumidor, existe o principal direito no comércio eletrônico que é o direito ao arrependimento.
“Aquele consumidor que se arrepender da sua compra sem qualquer
justificativa, ele pode exercer o direito à devolução desse produto adquirido em até
sete dias após o seu recebimento. Verificar lá no navegador, logo à esquerda, se
tem aquele cadeado que certifica a autenticidade do site, do fornecedor. E no
momento da aquisição, ele precisa de fato comprovar que aquela oferta está sendo
praticada. Ou seja, bater um print da tela, tirar uma fotografia, juntar o comprovante
de pagamento, verificar se o pagamento foi através de boleto, verificar o CNPJ e dar
preferência a cartões virtuais”.