Com a fundação da Federação da Pesca Artesanal do RN nesta terça (15), em Natal, a entidade objetiva parcerias públicas e privadas para o setor artesanal. A criação da FETAPE surge com a pretensão de direcionar e gerir a atividade da pesca artesanal no estado e demandas das colônias dos pescadores em todo o RN.
O novo gestor da FETAPE será o pescador Rodrigo Araújo, que desde a infância teve seu primeiro contato com a pesca através do pai e avô materno que sempre pescaram. A paixão pelo ofício seguiu até a formação em Direito e permanece até hoje em sua vida. Em suas vivências, ao reconhecer a realidade do pescador nas suas novas atribuições como gestor da FETAPE-RN, ele afirma que a entidade tem o propósito de preencher essa lacuna que há décadas está aberta, ressaltando que agora, é hora de se ter um novo olhar para que as colônias atinjam seu objetivo de garantir o direito dos pescadores: “Nós temos um papel importante no lado socioeconômico também, então a gente vem para potencializar o mercado existente da pesca no Rio Grande do Norte. Vamos tentar através de parcerias de muito diálogo fazer com que a pesca do RN saia dessa lacuna”.
Ele pontua que as atividades são tidas como artesanal por ser uma ação em que os próprios pescadores vendem seus pescados de forma independente, seja no comércio, no interior ou até mesmo, por meio do atravessador que faz a compra da produção do pescador na praia ou nos açudes bem abaixo do preço de mercado: “A prática ainda é forte no interior, algumas colônias mais no litoral têm suas peixarias, que também é um braço importante para o nosso comércio”. Rodrigo Araújo explica que essa denominação ‘colônia’ vem de muitos anos, já devido à cultura dos pescadores viverem em vilas que antigamente se chamavam colônias, o nome foi preservado e na prática, é entendido que se trata de um sindicato do pescador, onde os direitos devem ser levados em consideração: “A proposta da Nova Federação, é inserir os pescadores nas políticas públicas, principalmente na parte de compras governamentais, que está esquecida. Nossas colônias, há muitos anos não participam de chamamentos públicos para comercializar e vender, por exemplo, programas importantes como o PNAE, tanto nos municípios como no Estado, onde o Governo Federal adquire produtos da agricultura familiar, onde os pescadores estão inseridos para a merenda escolar, e são poucas colônias que têm essa condição, é importante para agregar valor ao produto dos seus pescadores”.
É importante destacar que a federação estará conectada com Brasília através da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura, por meio dessa parceria com órgãos públicos e privados, a expectativa da FETAPE é que a pesca no Rio Grande do Norte “esteja no lugar onde merece”.
Através da criação da fundação, há também a necessidade de enxergar algumas demandas, Rodrigo Araújo pontua quais são os maiores desafios: “É mostrar dados e estatísticas econômicas, também a parte do que emprega a atividade da pesca artesanal no RN. Vamos tentar fazer esse levantamento para termos uma noção do que a gente produz e comercializa”.