Luís Roberto Barroso disse, ontem (2), ser inviável implantar o voto impresso em um país como o Brasil, que tem “milícia”, “PCC”, “Comando Vermelho” e “roubo de carga”. A declaração do presidente do Tribunal Eleitoral Superior (TSE) na abertura dos trabalhos da corte no segundo semestre foi a mais contundente para rebater as contínuas críticas de Jair Bolsonaro ao voto eletrônico e ao próprio ministro.
Ao citar o risco de transportar os votos pelo país, Barroso alertou que há relatos de fiscais eleitorais que comiam votos. Segundo o ministro, esse exemplo mostra o “imenso risco de fraude da qual nos libertamos”. Acerca dos ataques que Bolsonaro realizou ao sistema eleitoral na última quinta-feira (29), em sua live semanal, Barroso afirmou que foi “tudo requentado, amadorístico, sem novidades”.
“Já começa a ficar cansativo”, disse o ministro com certa ironia.
Ainda sobre Bolsonaro, especificamente sobre os ataques pessoais que recebeu do presidente da República, o presidente do TSE disse que os tratou “com a indiferença possível”. “A obsessão por mim não faz qualquer sentido nem é correspondida”, afirmou o ministro.
Ataques de Bolsonaro
Ontem (2), o presidente da República voltou a criticar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, em conversa com apoiadores no cercadinho do Palácio do Planalto.
“Sem eleições limpas e democráticas, não tem eleições de verdade. Tem uma farsa. Tem algo que pode se chamar de tudo, não de eleições. O Barroso deveria estar do lado do povo brasileiro. Quem ele pensa que é para dizer que a vontade dele vale para o Brasil? Ele é o dono da verdade? Quem o senhor Barroso pensa que é?”, disse Bolsonaro.
*Com informações de O Antagonista.