
O ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo, poderá ficar totalmente isolado e sem opção para o pleito do próximo ano. Ele tem dito que poderá ser candidato a governador ou a senador, mas não sinaliza com qual grupo poderá fazer aliança. Nos bastidores, fala-se que o filho de Agnelo poderia formar chapa com a oposição, representada pelos ministros Fábio Faria e Rogério Marinho.
Porém, essa possibilidade torna-se inviável, na medida em que Carlos Eduardo bate forte no presidente Jair Bolsonaro e isso é um impeditivo para uma aliança local com os representantes do bolsonarismo no RN.
Afinal, as candidaturas de Rogério Marinho ou Fábio Faria na chapa majoritária, servem para criar um palanque local para o presidente. Ter um cabeça de chapa adversário radical do presidente é absolutamente incompatível com os planos dos ministros de Bolsonaro.
Portanto, pelo que representa em tese, o lado mais forte da oposição, ele fechou as portas.
Quanto ao lado governista, Carlos Eduardo não tem sido feliz no verbo. Pensa em dizer uma coisa, sai outra. Ao invés de construir pontes em direção a uma aliança com o PT, bate no partido que o ajudou quando governou Natal e parece esquecer que é o mesmo partido que poderia lhe acolher como candidato a senador.
Carlos Eduardo parece um caso típico de silêncio produtivo. Quando esteve calado, foi cortejado por quase todos e apareceu em primeiro nas pesquisas para o Senado. Falando, mais parece um elefante embriagado numa loja de delicados cristais.
O caminho de Carlos Eduardo hoje é o isolamento. Seu partido, o PDT, é totalmente desestruturado na grande maioria dos municípios do RN. Ele não tem nenhum aliado de peso político ou respaldo eleitoral expressivo. O único que pensava ter, o prefeito Álvaro Dias, parece não ser o que ele esperava em termo de reciprocidade. Para piorar, o próprio Carlos Eduardo diz publicamente que ‘faz tempo’ que não fala com o prefeito da capital.
Questionado sobre o senador Jean Paul Prates, do PT, Carlos Eduardo prefere o deboche arrogante, dizendo desconhecer se existe um senador com esse nome no RN. Picuinha que não ajuda em nada. Só atrapalha e reduz sua estatura.
Em política, a arrogância é a parceira mais fiel da derrota. Carlos Eduardo já esteve em situação mais confortável. Sua arrogância prejudica as articulações e destrói pontes.
O momento é de articulação, de diálogo e de pavimentar estradas das alianças. Por enquanto, Carlos Eduardo não articula, não dialoga e destrói as estradas das alianças antes mesmo de pavimenta-las.
O caminho do ex-prefeito Carlos Eduardo é o isolamento. O que é fatal numa eleição majoritária.
Caro Túlio Lemos, parabéns pelo Blog, e por fazer um excelente jornalismo!!
Abs Dom Peron