Maior controle sobre a pandemia de Covid-19 e menor proliferação de novas variantes dependem de medidas sanitárias nas entradas do país. É o que defendem especialistas em meio à discussão sobre a necessidade de exigir o comprovante de vacinação em aeroportos.
Em fevereiro de 2020, o primeiro caso de Covid-19 no Brasil foi confirmado em São Paulo, numa pessoa que voltou da Itália e desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Na semana passada, as três primeiras ocorrências da variante Ômicron no país foram comprovadas, e também chegaram pelo mesmo aeroporto.
Relatos de brasileiros que voltaram do exterior recentemente revelam falta de padrão nos protocolos sanitários ao chegarem ao aeroporto de Guarulhos.
Alguns contam que foram abordados por agentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e precisaram apresentar teste PCR negativo, além de terem sido questionados sobre sintomas e receberem a recomendação de fazer quarentena.
Outros, no entanto, relatam não terem passado por nenhum questionamento ou exigência de protocolo sanitário ao pisarem em solo nacional, e alguns viajantes ainda criticaram a desorganização e as aglomerações dentro da área de desembarque.
Raquel Silveira Bello Stucchi, médica e professora de Infectologia da Unicamp, afirma que a exigência do comprovante de vacinação é uma medida sanitária “importantíssima” para controlar a pandemia no Brasil.
“Nós sabemos que as pessoas vacinadas têm menor chance de adoecimento grave, mesmo que venham a adoecer, têm uma carga viral menor e transmitem por um intervalo de tempo bem menor que os não vacinados”, diz.
Turismo antivax
Em sua visão, a não exigência da vacinação “faz com que o país seja um ‘paraíso’ de viagens para os que são contra a vacina, que podem vir com uma carga viral maior, transmitir muito mais rápido e favorecer o aparecimento de novas variantes”.
Por Metrópoles