A mídia nacional repercutiu na noite desta quinta-feira, 1º de julho, a declaração do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O gaúcho disse em rede nacional, no programa do Pedro Bial, que é gay. De acordo com jornalistas da grande mídia, ele é primeiro chefe de Executivo Estadual a assumir sua sexualidade publicamente.
A surpresa não é pelo fato de saber que ele é gay. Quase todo mundo já sabia. Inclusive os gaúchos, que são conservadores, sabiam e votaram nele para governador.
A surpresa foi pelo fato de o governador assumir sua homossexualidade. Realmente, para quem está prestes a enfrentar prévias partidárias para ser candidato a presidente da República, assumir que é gay poderá gerar uma série de consequências.
Muitos imaginam que as consequências de uma declaração dessas podem ser negativas. Afinal, vivemos num País em que homossexuais ainda são assassinados somente pelo fato de sê-lo.
Mas Eduardo Leite, com sua declaração de homossexualidade, vai atrair a curiosidade para si e, inevitavelmente, para sua gestão. Como será o Estado governado pelo governador gay?
O Rio Grande do Sul é um Estado que vinha enfrentando sérios problemas administrativos, com sucessivas crises de gestão. Atualmente, é um Estado com finanças saneadas e em franca aplicação de recursos.
Recentemente, ele anunciou que estaria dividindo com os municípios gaúchos, uma parte do valor arrecadado na venda de uma empresa do Governo.
Acredito que estamos entrando na civilização quando passamos a valorizar as atitudes, o caráter, a competência das pessoas, bem acima de sua opção sexual ou a cor da pele.
Ser negro ou branco não é garantia de capacidade ou de seriedade.
Ser gay ou ser hétero não é garantia de seriedade ou capacidade. Há gays incapazes profissionalmente; há também héteros. Há gays extremamente competentes no que fazem; há também héteros.
Gays, lésbicas e as demais letrinhas que representam a diversidade sexual, são apenas pessoas, com defeitos e virtudes. E seus defeitos não estão vinculados à sua opção sexual, à letra que você escolheu no alfabeto colorido. Assim como suas virtudes também não.
Portanto, o governador do Rio Grande do Sul é gay. E daí? Parabéns pela coragem de assumir publicamente sua sexualidade e pela sinceridade com que abordou o tema.
A partir de agora, alguns vão olhar para Eduardo Leite de forma diferente. Uns, com admiração e respeito ainda maior. Outros, com olhar de reprovação.
Mas o importante é que tenhamos respeito pelas escolhas do outro. Mesmo que essa escolha possa não ser do meu agrado. Afinal, eu não preciso concordar com as opções dele. Eu devo respeitar suas escolhas.
Que Eduardo Leite, o governador gay, continue sendo respeitado pela gestão que faz no RS; e respeitado também por ser quem ele é. E sua gestão deve ser criticada no que estiver errado. Sendo gay ou não.
O importante é o respeito e o fundamental é a tolerância.