O Sindicato dos Servidores de Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN) confirmou que recebeu uma denúncia dos servidores do Hospital Geral Dr. José Pedro Bezerra, mais conhecido como Santa Catarina, sobre a falta de estrutura em que se encontra a unidade.
Segundo os servidores, faltam materiais e insumos necessários para o funcionamento pleno de um hospital, e até mesmo surgimento de escorpião tipo amarelo, no centro obstétrico daquela unidade hospitalar. Ainda afirmam que a falta de vagas em enfermarias faz com que os pacientes pós-cirúrgicos fiquem por mais 24 horas deitados em macas na sala pós operatório, que de acordo com os servidores, expõe esses pacientes ao risco de embolia por passarem tanto tempo deitados.
“Estamos trabalhando sob pressão e sobrecarregados, o centro cirúrgico pede socorro, o hospital pede socorro. Está em falta na unidade: fios para sutura, soro, algumas medicações e até sacos de lixo. Na UTI também faltam Dimeticona, Ondansetrona, Soro fisiológico, Lactulose, Plasil, Ringue simples e Bicarbonato de sódio de 250 ml. O Centro Obstétrico, por sua vez, se encontra com jelcos sem proteção para a agulha, sem soro fisiológico e material para limpeza. Na semana passada, o Centro cirúrgico tinha crianças na incubadora por falta de vagas na UTI neonatal”, aponta a denúncia recebida pelo Sindsaúde/RN.
Ainda consta na denúncia que: “o serviço de psicologia da Unidade também está desestruturado, não há sala de atendimento e faltam profissionais, sobrecarregando assim, quem tá no serviço. A fonoaudiologia também passa pela mesma situação, sem estrutura física e sem recursos humanos suficientes. O aparelho que faz o teste da orelhinha está há mais de dois anos parado porque não há manutenção e, segundo os trabalhadores, ao invés de resolver a situação foi contratada uma empresa privada para prestar esse serviço”.
Os servidores reclamam que também há uma empresa privada contratada para acelerar a fila de espera das cirurgias eletivas, o que está aumentando a demanda de trabalho aos servidores. “Querem agilizar as cirurgias sem dar condições de trabalho. Aumentaram a demandas sem aumentar o RH. Não aumentaram o quantitativo de materiais necessários, faltam laps cirúrgicos suficientes e caixas de instrumentais. Essa situação sobrecarrega a central de material, os servidores do centro cirúrgico e os demais serviços no hospital”.
O setor de nutrição também passa por maus bocados. Sobre ele, os trabalhadores denunciam que o ar-condicionado do local encontra-se quebrado há mais de um mês, deixando assim, eles expostos a um calor insuportável. “O problema maior é a quentura. Não tem cabimento, ficamos passando mal, pingando de suor”, reclamam.
Segundo a denúncia, a sala de produção das nutricionistas foi reformada, mas a das trabalhadoras da nutrição não. O local, que mais parece uma sauna de 40°, funciona com forno e fogão ligados o tempo todo, a demanda de produção das 400 quentinhas obriga as servidoras a passarem horas expostas a esse calor insuportável. Ao questionar a situação, ouviram de volta um “É pior quem trabalha no sol”.
“Relatar o caos vivido por pacientes e servidores nos Hospitais do Estado, infelizmente, já virou rotina para o Sindsaúde/RN. Exigimos da Governadora, Fátima Bezerra (PT), e da SESAP um posicionamento sobre o desabastecimento do Hospital Santa Catarina, bem como, das demais queixas dos trabalhadores. Chega de exploração! Só é possível prestar um serviço de excelência com condições para tal. Seguiremos acompanhando de perto a situação”, diz nota do Sindsaúde/RN.
Com informações do Portal Grande Ponto