O interior do Rio Grande do Norte tem passado por um momento extremamente delicado. A seca que atinge a região é uma das maiores dos últimos 100 anos.
“Essa situação deixa o produtor rural completamente descapitalizado e impotente, assistindo a falência do seu negócio e vendo seu rebanho ser dizimado pela fome e a falta de água”, foi o que disse o produtor e ex-deputado estadual Carlos Alberto Marinho (Cacau), em entrevista.
Um levantamento feito por pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), divulgado em junho deste ano, com base nos dados do Monitor das Secas, relevou que 80 municípios do RN se encontram em situação de seca fraca ou moderada ao final do período chuvoso. A situação é muito mais alarmante do que a vista no ano passado. O período chuvoso, no estado, ficou aproximadamente 30% abaixo da média.
Segundo dados do governo estadual, o prejuízo estimado provocado pela longa estiagem, estaria na casa dos R$ 5 bilhões em produção, na economia local.
O trabalhador rural sente esse impacto. “Os últimos dois anos foram perdidos. Não bastasse a pandemia, minando a nossa capacidade de produção agrícola, veio a maior seca dos últimos 100 anos, que está dizimando o rebanho”, afirmou o ex-deputado.
O ex-parlamentar, em entrevista, chama a atenção para todo o poder político do Estado. “Teriam que ser roladas as dívidas vencidas, uma carência de mais 3 anos, e as que se vencem este ano, terão que ser perdoadas dentro do seguro safra, ou prorrogadas por mais 10 anos, de modo que dê um fôlego e a atividade rural do semiárido volte a funcionar”, disse produtor em apelo.