
O prefeito de Natal, Álvaro Dias, volta ao noticiário diante da possibilidade de ser candidato a governador na eleição do próximo ano. O retorno ao tema foi fruto de uma entrevista ‘desinteressada’ do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, afirmando que a candidatura do pai de Adjuto seria ‘prioridade nacional’.
Naturalmente que Álvaro não acreditou na conversa de prioridade do tucano. Porém, para não ficar deselegante com o presidente de seu partido, disse que não é impossível sua candidatura, apesar de reforçar que não deseja ser candidato.
Uma candidatura é nutrida inicialmente pelo desejo de ser candidato; depois, as variáveis favoráveis e contrárias ao desejo.
No caso de Álvaro, não existe desejo. Ou seja: Sem desejo, sem candidatura.
O prefeito não é coração mole para ser ‘convencido’ a aceitar o que não quer; o marido de Amanda está mais para frozen, cerebral ao extremo, vacinado contra bajulação ilusória de uma vitória tão incerta quanto distante.
Álvaro não está desesperado para enfrentar as urnas. Pelo contrário. Acabou de receber um passaporte oriundo das urnas para um novo mandato.
Qual o político que não ficaria satisfeito com seu nome sendo ventilado para ser candidato a governador do Estado? Álvaro também fica. Faz bem ao ego. Ajuda a relaxar; produz serotonina, dopamina, endorfina, os hormônios da felicidade em abundância.
Álvaro gosta de ser o candidato que não será candidato. Ou seja: Ele curte a atração que seu nome provoca para ser candidato, justamente por não ser o candidato que alguns desejam que seja.
Mas entregar a Prefeitura, ficar sem mandato, navegar nos mares da incerteza e ter seu destino nas mãos de outros políticos com planos distintos, seria uma absoluta insensatez, para usa um eufemismo e disfarçar termos como loucura ou burrice.
E caberia uma pergunta aos que querem empurrar Álvaro para a disputa contra Fátima Bezerra: Por que nenhum aceita?
Na realidade, o próprio Rogério Marinho, que aparece como o timoneiro do barco oposicionista, não aceita nem cogitar seu nome como candidato a governador. E olhe que ele, em tese, não teria nada a perder.
Fábio Faria, que também é um dos comandantes da oposição, não aceita ser candidato a governador; mas afiança e estimula a candidatura de Álvaro.
Carlos Eduardo, ex-prefeito que fez sociedade com Álvaro no latifúndio Prefeitura de Natal, é uma vítima viva de que uma avaliação feita sem a devida dose de razão, resulta em derrota e fragilidade política; além de escanteio na formação dos times para futuras partidas oficiais.
Os que querem jogar Álvaro Dias no ostracismo futuro, tentam alimentar uma tese de que, os que não o incensam como provável governador, é porque estão à serviço de Fátima, que morreria de medo da candidatura do prefeito.
Fátima não tem como escolher adversário e nem medo a assusta-la. Ela está no cargo e vai disputar a reeleição contra quem se habilitar concorrer.
Quem está fora é que pode escolher que caminho seguir e que adversário enfrentar. Nesse caso, tem a vantagem de ver o jogo da arquibancada e decidir se entra em campo ou não.
Justamente por isso, não há pressa em relação ao que Álvaro pode ou não fazer.
Fátima não é candidata imbatível. Aliás, não existe candidatura imbatível. Hoje ela é uma candidata forte, principalmente porque não existe um candidato de oposição com consistência política e musculatura eleitoral. Isso é hoje.
Amanhã é outro dia.
Por enquanto, o prefeito vai curtindo o bom momento de ser o que não será e Fátima vai gozando do conforto de ainda não ter uma assombração para ser sua insônia.